Sem cautela: Ibovespa fecha na máxima do dia; Fed e economia dos EUA animam o mercado
O Ibovespa subiu mais de 2% e praticamente zerou as perdas acumuladas na semana passada. Uma nova injeção de recursos por parte do Fed, somada a um dado surpreendentemente forte da economia dos EUA, se sobrepôs à cautela com o aumento nos novos casos de coronavírus no mundo
Os investidores pareciam estar pisando em ovos durante a abertura da sessão desta segunda-feira (29): o aumento nos novos casos de coronavírus no mundo inspirava cautela às negociações — e, como resultado, o Ibovespa e as bolsas globais não se mostravam muito dispostos a se afastar da estabilidade durante a manhã.
Pois a prudência vista nessa primeira etapa deu lugar a um princípio de euforia: ao fim do pregão, o Ibovespa avançava 2,03%, aos 95.735,35 pontos — a pontuação máxima do dia. Nos EUA, a confiança também tomou conta dos mercados: o Dow Jones (+2,32%), o S&P 500 (+1,47%) e o Nasdaq (+1,20%) tiveram trajetória parecida, fechando com ganhos firmes.
No câmbio, o clima estava igualmente tranquilo no fim da tarde: o dólar à vista, que chegou a operar em alta durante a manhã, encerrou a sessão em queda de 0,62%, a R$ 5,4265. Não foi um alívio intenso, mas, ainda assim, suficiente para trazer alívio à cotação da divisa.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:
O que aconteceu para desencadear essa mudança de comportamento dos investidores? O que injetou tanto ânimo nos agentes financeiros, a ponto de ofuscar a cautela com o avanço da Covid-19?
Bem, não tivemos nenhuma notícia no lado da saúde pública em si — até circularam supostos avanços no desenvolvimento de uma vacina por um grupo farmacêutico chinês, mas essa possível novidade não causou comoção nos investidores. Assim, a sombra do coronavírus segue bastante presente no dia a dia dos mercados financeiros.
O que aconteceu foi que, mais que a imunização contra a Covid-19, os investidores parecem particularmente interessados num remédio para a economia — por mais que alguns desses tratamentos tenham efeitos colaterais no futuro. E a pílula mágica do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) novamente deu as caras.
Leia Também
No início da tarde, o Fed anunciou que irá comprar mais títulos de dívida corporativa no mercado primário — um mecanismo que foi anunciado há algumas semanas. Na prática, a medida tem dois efeitos benéficos aos mercados: alivia a pressão financeira sobre as empresas e injeta dinheiro no sistema financeiro.
E essa injeção massiva de dinheiro na economia, tanto por parte do Fed quanto dos demais BCs do mundo, tem servido como um escudo para os mercados: com tantos recursos disponíveis por aí — e com escassas oportunidades na renda fixa —, parte relevante acaba sendo direcionada às bolsas e aos ativos de países emergentes.
Assim, com mais um sinal de que o Fed não vai deixar a peteca cair — ou, em outras palavras, não vai deixar as bolsas atravessarem grandes turbulências em meio às incertezas ligadas à pandemia —, a cautela vista no início do dia deu lugar a mais uma onda positiva.
E, para completar esse quadro mais favorável aos mercados, também tivemos uma surpresa positiva vinda da economia dos EUA: o índice NAR de vendas pendentes de imóveis subiu 44,3% de abril para maio.
Esse é um dado que não costuma fazer preço, mas, nas atuais circunstâncias, qualquer boa notícia é bem vinda. E, de fato, essa foi uma novidade inesperada: a previsão do mercado era de alta muito inferior, de 'apenas' 15%.
Juros e IGP-M
No mercado de juros, o tom foi de relativa tranquilidade: os DIs não se afastaram muito da estabilidade, tanto na ponta curta quanto na longa. O IGP-M em junho acelerou a 1,56%, ligeiramente acima das projeções de mercado — resultado que pode desestimular a continuidade dos cortes na Selic, mas que não afeta o cenário de juros baixos por um período prolongado no país.
- Janeiro/2021: estável em 2,07%;
- Janeiro/2022: de 2,97% para 2,95%;
- Janeiro/2023: de 4,12% para 4,05%;
- Janeiro/2025: de 5,82% para 5,76%.
Top 5
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 15,38 | +7,63% |
| EMBR3 | Embraer ON | 8,42 | +7,54% |
| PCAR3 | GPA ON | 72,90 | +5,94% |
| BRML3 | BR Malls ON | 10,15 | +5,29% |
| BBAS3 | Banco do Brasil ON | 33,44 | +5,09% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BRFS3 | BRF ON | 20,87 | -2,70% |
| TIMP3 | Tim ON | 13,77 | -1,85% |
| CSNA3 | CSN ON | 10,55 | -1,49% |
| KLBN11 | Klabin units | 20,25 | -1,27% |
| VIVT4 | Telefônica Brasil PN | 48,20 | -0,70% |
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
