🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

Roubando a cena

Dólar dispara mais de 2% com aversão ao risco e tem 4ª sessão seguida de alta; bolsa cai

Dólar passou voando pela marca de R$ 5,50 e por pouco não bateu R$ 5,60; Ibovespa acompanhou sinal negativo vindo de Wall Street e perdeu piso de 96 mil pontos

Ricardo Gozzi
23 de setembro de 2020
17:55 - atualizado às 19:05
Dólar real
Imagem: Shutterstock

O dólar roubou a cena na B3 pelo segundo dia seguido. A moeda norte-americana apreciou-se ante praticamente todas as demais divisas nesta quarta-feira em mais um dia no qual, na dúvida, os investidores fugiram correndo para as verdinhas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ausência de sinalização sobre novos estímulos monetários pesa sobre os mercados financeiros em um momento no qual dirigentes do Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano) cobram medidas de estímulo econômico por parte do governo dos Estados Unidos em meio a alegações de que a política monetária já esgotou sua contribuição com a recuperação econômica global.

No que diz respeito ao real, já são quatro sessões seguidas de alta do dólar, que hoje nem tomou conhecimento da fronteira psicológica de R$ 5,50 e por pouco não foi parar na casa dos R$ 5,60. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 2,15%, cotada a R$ 5,5869, bem perto das máximas do dia.

Quando iniciou sua mais recente escalada, na sexta-feira passada, o dólar encontrava-se a R$ 5,23. Nas últimas quatro sessões, a moeda norte-americana acumula alta de 6,7% em relação ao real.

IPCA-15 aumentou pressão sobre o real

Além de catalisar o movimento de aversão ao risco em meio às persistentes incertezas destes tempos de pandemia, o dólar contou hoje com a ajuda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), o indicador preliminar oficial do IBGE para a inflação ao consumidor, para dar mais uma surra no real.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O IPCA-15 acelerou-se a 0,45% em setembro, de 0,23% em agosto. No acumulado de 12 meses até setembro, o IPCA-15 registrou alta de 2,65%, ante 2,28% no mês anterior.

Leia Também

A expectativa era de um avanço de 2,59% em 12 meses, mas o resultado permanece confortavelmente abaixo do centro da meta de inflação para este ano (4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos).

“O descompasso entre a interpretação do Bacen exposta na ata do Copom e a inflação elevada sinalizada pelos preços no varejo pressionou ainda mais o dólar em meio a expectativas no mercado financeiro de uma mudança na estratégia de juros baixos”, avaliou Alessandro Faganello, analista de câmbio da Advanced Corretora.

Na ata divulgada ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central advertiu que a inflação tende a aumentar no curto prazo como parte de um efeito transitório da alta dos alimentos, mas isso não deve ter impacto sobre o nível geral de preços na economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ibovespa perde o fôlego

Assim como ocorreu no mercado de câmbio, a falta de sinais de estímulo monetário adicional prevaleceu sobre o Ibovespa, mantendo o principal índice de ações da B3 sem forças para reagir ao longo de toda a quarta-feira.

Pela manhã, os investidores mostraram-se incomodados diante da perspectiva de apresentação, por líderes do governo no Congresso, de uma proposta para a criação de um tributo sobre transações digitais nos moldes da extinta CPMF.

No início da tarde, a bolsa brasileira até ensaiou uma reação, mas a queda das ações em Wall Street em meio à bateria de testemunhos do presidente do Fed perante o Congresso dos Estados Unidos manteve o Ibovespa sob pressão.

Mais perto do fim do pregão, um recuo mais acentuado das ações de tecnologia e de serviços de comunicação negociadas em Nova York aprofundou a queda do Ibovespa, que perdeu novamente o piso de 96 mil pontos, fechando em queda de 1,60%, aos 95.734,82 pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 1,92%, o S&P-500 caiu 2,37% e o Nasdaq devolveu 3,02%.

O fato é que o Ibovespa dá sinais de que o fôlego para a recuperação observada nos últimos meses está próximo do fim depois de os bancos centrais terem sinalizado recentemente que a contribuição da política monetária para fazer frente à crise provocada pela pandemia estaria perto de seu limite.

“Sem liquidez adicional, a bicicleta não anda”, comentou um operador de derivativos.

Novo testemunho de Powell mantém tensão no ar

Os investidores seguiram atentos hoje à bateria de testemunhos do presidente do Fed perante o Congresso dos Estados Unidos em meio a reiteradas advertências de que a política monetária teria encontrado seu limite no combate à crise.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hoje, Powell testemunhou perante a subcomissão da Câmara dos Representantes para o combate à pandemia sem sinalizar nenhuma espécie de mudança de rumo.

Assim como fez ontem em depoimento à Comissão de Assuntos Financeiros da Câmara, Powell enfatizou hoje que o Fed segue empenhado em recorrer às ferramentas de política monetária disponíveis "pelo tempo que for necessário para assegurar que a recuperação será tão forte quanto possível".

Powell também repetiu que considera provável que estímulos fiscais adicionais por parte do governo norte-americano devem ser necessários, uma vez que, na visão dele, a recuperação econômica norte-americana deve demorar mais tempo que o esperado.

Entretanto, prosseguiu ele, tudo o que a política monetária poderia fazer pela recuperação já foi tentado pelo Fed. "Fizemos praticamente todas as coisas que conseguimos pensar", afirmou ele aos deputados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os comentários vêm à tona em um momento no qual democratas e republicanos mostram-se incapazes de chegar a um acordo sobre um novo pacote de estímulo à economia norte-americana restando apenas algumas semanas para as eleições presidenciais nos EUA.

Além dos depoimentos de ontem e hoje, Powell será questionado amanhã pelos membros da Comissão de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado.

É improvável que Powell vire o disco amanhã, mas o simples fato de ele depor deve manter os investidores com um pé atrás por mais um dia pelo menos.

De qualquer modo, apesar do descontentamento dos investidores com a constatação dos limites da política monetária pelos próprios banqueiros centrais, não são esperadas correções mais abruptas nos preços dos ativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, na avaliação de analistas de mercado, a liquidez abundante despejada pelos bancos centrais segue em cena e não deve ser drenada tão cedo.

Também não há nenhum sinal claro de mudança de cenário nem de reversão de tendência em meio a uma acomodação do mercado financeiro ao ritmo da recuperação econômica global.

IRB e Localiza destacam-se com altas expressivas

Apesar do clima generalizado de aversão ao risco, os papéis da IRB e da Localiza destacaram-se com altas consideráveis no Ibovespa em meio a um mar de pontinhos vermelhos na tela da B3.

As ações ON da IRB Brasil figuraram entre as altas mais expressivas do índice pelo segundo dia seguido depois de a resseguradora ter reportado prejuízo líquido de R$ 62,4 milhões no mês de julho, de acordo com dados prévios e não auditados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mais uma vez, o resultado foi afetado pela revisão do portfólio de contratos da empresa. Sem este impacto, porém, a IRB teria apresentado lucro líquido de R$ 36 milhões.

Os papéis ON da Localiza e da Unidas também apresentaram ganhos robustos hoje depois de a proposta de união entre as duas empresas ter sido bem recebida pelo mercado. Um eventual acordo poderá resultar no formação de um dos maiores players globais do segmento.

Confira a seguir as cinco maiores altas e baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.

MAIORES ALTAS

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Localiza ON (RENT3) +13,97%
  • IRB Brasil ON (IRBR3) +9,57%
  • Vale ON (VALE3) +2,23%
  • Azul PN (AZUL4) +1,83%
  • CVC ON (CVCB3) +0,99%

MAIORES BAIXAS

  • Braskem PN (BRKM5) -6,18%
  • Totvs ON (TOTS3) -4,54%
  • PetroRio ON (PRIO3) -4,52%
  • Lojas Renner ON (LREN3) -4,41%
  • Ultrapar ON (UGPA3) -4,32%

Juro sobe acompanhando o dólar

Assim como o dólar, os contratos de juros futuros fecharam em alta, próximos das máximas da sessão.

As taxas de DI acompanharam em grande medida o movimento do mercado de câmbio.

Ao mesmo tempo, os investidores buscaram antecipar-se ao leilão de títulos prefixados previsto para amanhã.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:

  • Janeiro/2022: de 2,920% para 2,970%;
  • Janeiro/2023: de 4,350% para 4,450%;
  • Janeiro/2025: de 6,300% para 6,430%;
  • Janeiro/2027: de 7,260% para 7,400%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Segredos da bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB

12 de setembro de 2022 - 7:57

O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira

A SEMANA NA B3

Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice

10 de setembro de 2022 - 13:40

Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

FECHAMENTO DO DIA

Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14

9 de setembro de 2022 - 18:42

O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações

9 de setembro de 2022 - 7:36

O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa

FECHAMENTO DO DIA

BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20

8 de setembro de 2022 - 19:00

A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro

8 de setembro de 2022 - 7:47

Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23

6 de setembro de 2022 - 18:43

Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa

ACABOU A ESPERA?

Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda

6 de setembro de 2022 - 15:38

O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião

ANOTE NO CALENDÁRIO

Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro

6 de setembro de 2022 - 11:29

Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto

6 de setembro de 2022 - 7:43

Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15

5 de setembro de 2022 - 18:40

Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities

MÍNIMA HISTÓRICA

Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos

5 de setembro de 2022 - 13:55

O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro

PASSANDO A FAIXA

Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher

5 de setembro de 2022 - 9:14

Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje

5 de setembro de 2022 - 7:46

Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar