Alívio no risco político derruba o dólar a R$ 5,58 e recoloca o Ibovespa nos 83 mil pontos
A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores fez a tensão no cenário político diminuir e, com isso, deu força aos ativos domésticos. O dólar já cai mais de 4% na semana e o Ibovespa foi às máximas em maio
Ainda durante a manhã desta quinta-feira (21), era possível perceber que teríamos uma sessão atípica no Brasil. Afinal, o dólar à vista dava sinais de alívio intenso e o Ibovespa aparecia no campo positivo, mesmo com um viés mais cauteloso nos mercados globais — um indício de que os fatores domésticos se sobrepunham ao noticiário internacional.
Ora essas, ver o panorama local assumindo o protagonismo não é de todo estranho: o incomum é a combinação de otimismo doméstico e pessimismo global. Ou, em outras palavras: incomum é ver boas notícias no país — e com capacidade para animar os investidores.
Pois foi exatamente isso que aconteceu nesta quinta-feira, com a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores sendo bem recebida pelo mercado: sinais de maior sintonia entre as partes e de maior coesão dentro do próprio governo foram comemorados por aqui.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica por trás dos mercados nesta quinta-feira. Veja abaixo:
Como resultado, o dólar à vista fechou a sessão em forte baixa de 1,88%, a R$ 5,5818. Somente nesta semana, a divisa já acumula baixa de 4,40% — desde o começo de maio, ainda tem alta de 2,63%.
A bolsa também conseguiu uma recuperação firme: o Ibovespa fechou em alta de 2,10%, aos 83.027,09 pontos — é o maior nível desde 29 de abril. O desempenho chama ainda mais a atenção quando comparado aos mercados americanos: o Dow Jones recuou 0,41%, o S&P 500 teve baixa de 0,78% e o Nasdaq caiu 0,97%.
Sinais positivos
Os investidores monitoraram de perto os desdobramentos da reunião do presidente Jair Bolsonaro com diversos governadores — um dos objetivos era tentar uma reaproximação entre as partes. Esteve em pauta a questão do reajuste aos servidores púbicos, previsto na PEC de auxílio financeiro emergencial a Estados e municípios.
Leia Também
E os sinais vindos do encontro indicaram que há um alinhamento entre o governo federal e as lideranças estaduais no sentido de vetar o aumento, o que foi comemorado pelo mercado por manter o ajuste fiscal minimamente nos trilhos. Com o apoio, Bolsonaro disse que irá liberar o auxílio até amanhã.
Além disso, a presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, também contribuiu para diminuir a percepção de tensão política em Brasília — ambos assumiram discursos conciliadores após a reunião.
No fim da tarde, o ministério da Economia fez uma apresentação para detalhar as medidas de suporte aos Estados e municípios, citando um repasse de R$ 125,8 bilhões — desse montante, R$ 60,15 bilhões dizem respeito às transferências diretas da União, conforme o projeto aprovado pelo Congresso.
Assim, os investidores puderam tirar alguns riscos do radar: ao que tudo indica, o reajuste aos servidores será vetado, o que ajudará a preservar as contas do governo e dará maior respaldo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que vinha sofrendo com uma perda de prestígio no governo — parte do mercado temia, inclusive, sua saída da administração Bolsonaro.
Alívio do BC
O dólar ainda contou com uma ajuda extra nesta quinta-feira: as recentes declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, no sentido de reduzir as apostas contra o real.
Ontem, Campos Neto participou de uma live promovida pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e, entre outros pontos, afirmou que a autoridade monetária continuará atuando no câmbio, podendo até mesmo aumentar a atuação se necessário.
A declaração foi entendida pelo mercado como um sinal de que o BC não vê como adequada a escalada do dólar à vista — na semana passada, a divisa chegou a encostar nos R$ 6,00 — e provocou mais uma onda de alívio à cotação da moeda.
EUA x China
No front externo, os agentes financeiros mostraram-se cautelosos em relação às novas farpas trocadas entre EUA e China, que têm discutido a respeito de uma eventual 'responsabilidade' pela pandemia do coronavírus — e têm sinalizado a adoção de novas sobretaxas de importação, como 'moeda de troca'.
O clima azedou de vez a partir de um tuíte do presidente dos EUA, Donald Trump, usando palavras duras contra o governo de Pequim:
"Algum maluco na China divulgou um comunicado culpando a todos, exceto a China, pelo vírus que já matou centenas de pessoas. Por favor, expliquem a esse idiota que foi a 'incompetência da China', e nada mais, que causou essa matança global", escreveu Trump.
O tom mais agressivo usado pelo presidente americano elevou a percepção de que um reaquecimento da guerra comercial entre EUA e China está prestes a acontecer — e, considerando o atual estado recessivo da economia mundial, o mercado preferiu adotar uma postura mais cautelosa lá fora.
Juros em baixa
O mercado de juros futuros passou por ajustes negativos nesta quinta-feira, acompanhando o movimento do dólar e também repercutindo as declarações de Campos Neto. Os movimentos dos DIs, contudo, foram relativamente amenos, sem indicar uma grande mudança de postura dos investidores quanto às perspectivas para a Selic:
- Janeiro/2021: de 2,54% para 2,49%;
- Janeiro/2022: de 3,45% para 3,36%;
- Janeiro/2023: de 4,59% para 4,49%.
Top 5
Confira abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CCRO3 | CCR ON | 14,18 | +11,65% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 15,54 | +11,00% |
| ECOR3 | Ecorodovias ON | 12,29 | +9,83% |
| BPAC11 | BTG Pactual units | 47,00 | +9,38% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | 14,19 | +8,40% |
Veja também as cinco maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | 7,05 | -7,36% |
| SUZB3 | Suzano ON | 38,48 | -4,40% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 12,51 | -4,21% |
| KLBN11 | Klabin units | 19,07 | -3,93% |
| BEEF3 | Minerva ON | 12,68 | -3,65% |
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
