🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Sem alívio

Mais uma sessão, mais um recorde: dólar segue em alta e chega pela primeira vez aos R$ 4,39

O mercado de câmbio continuou pressionado pelo coronavírus e pela fraqueza da economia doméstica. Nesse cenário, o dólar à vista ficou a um triz de bater os R$ 4,40, enquanto o Ibovespa caiu mais de 1% e voltou aos 114 mil pontos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
20 de fevereiro de 2020
18:45 - atualizado às 23:12
Dólar real câmbio
Imagem: Shutterstock

A quebra de um recorde costuma ser motivo de espanto. Claro, ver uma marca tida como imbatível ser superada, por si só, já é um evento marcante. Mas outro bom motivo para admiração é a relativa raridade desses acontecimentos. Afinal, não é todo dia que vemos um novo recordista ser coroado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pense em Usain Bolt: o recorde para os 100 metros rasos, de 9,58 segundos, foi anotado no longínquo 2009. Um outro exemplo marcante é o do salto com vara masculino, com Sergei Bubka pulando 6,15 metros em 1993 — e permanecendo imbatível por 21 anos.

Digo tudo isso apenas para dar a dimensão da palavra "recorde". Em condições normais, chegar a uma marca nunca antes atingida é motivo de comemoração e rende manchetes nos jornais.

O mercado brasileiro de câmbio, contudo, não está operando em condições normais: o dólar à vista subiu 0,59% nesta quinta-feira (20), fechando a R$ 4,3912, cravando um novo recorde nominal de encerramento. Mais que isso: foi o terceiro dia seguido em que a moeda americana superou suas próprias máximas.

Com o desempenho de hoje, o dólar à vista já acumula ganhos de 2,11% apenas nesta semana; desde o início do ano, a divisa já se valorizou 9,46% em relação ao real.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E a pressão vista no câmbio nesta quinta-feira também pode ser constatada nas bolsas. O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 1,66%, aos 114.586,24 pontos, em linha com o tom mais apreensivo visto no exterior: nos EUA, o Dow Jones (-0,44%), o S&P 500 (-0,38%) e o Nasdaq (-0,67%) caíram em bloco.

Leia Também

De fato, o clima lá fora não era dos mais convidativos: em meio aos temores quanto ao surto de coronavírus, os investidores optaram por ficar na defensiva nesta quinta. Mas, internamente, havia fatores de sobra para trazer uma pitada extra de cautela às negociações.

Mau humor

Tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores assumiram uma postura mais prudente. No âmbito global, o coronavírus voltou a assombrar os mercados, em meio à leitura de que a economia mundial sofrerá algum tipo de desaceleração por causa da doença.

Mais cedo, a agência de classificação de risco Moody's reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) chinês, de 5,8% para 5,2% em 2020, em meio ao surto — estimativa que, consequentemente, afeta as perspectivas para o crescimento global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, os mercados acionários mundiais ficaram sem forças para dar continuidade ao movimento de recuperação visto ontem. No câmbio, esse tom mais cauteloso se traduziu numa busca por dólares em detrimento de ativos mais arriscados, como as moedas de países emergentes.

Assim, a sessão foi marcada pela valorização da divisa americana em relação ao real e seus pares, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o rand sul-africano e o peso chileno, entre outros — um sinal de aumento na aversão ao risco.

BC segue quieto

Mesmo com o dólar à vista buscando novas máximas e se aproximando da faixa de R$ 4,40, o Banco Central (BC) continuou sem promover novas atuações no mercado de câmbio. Na semana passada, a autoridade promoveu um leilão extraordinário de swap, no montante de US$ 1 bilhão, quando a divisa chegou a R$ 4,38.

Mas, mesmo com o dólar ultrapassando esse patamar, o BC ainda não deu qualquer sinal de que irá se mexer para aliviar a pressão cambial — o que, de certa maneira, trouxe alguma ansiedade aos investidores, que ainda tentam encontrar o possível "limite de resistência" por parte do Banco Central.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Cautela doméstica

Por aqui, dados divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a percepção de lenta recuperação da economia e aumentam as apostas num novo corte na Selic. O IPCA-15 desacelerou para 0,22% em fevereiro — menor nível para o mês desde 1994.

Mas, em meio à disparada do dólar rumo aos R$ 4,40, nem mesmo a leitura de que há espaço para mais reduções na Selic foi capaz de colocar as curvas de juros em baixa. A tendência hoje foi de abertura nos DIs, tanto os curtos quanto os longos.

Veja abaixo como ficaram as principais curvas nesta quinta-feira:

  • Janeiro/2021: de 4,19% para 4,20%;
  • Janeiro/2022: de 4,65% para 4,67%;
  • Janeiro/2023: de 5,20% para 5,22%;
  • Janeiro/2025: de 5,97% para 6,00%;
  • Janeiro/2027: de 6,37% para 6,41%.

Segundo o consultor de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a percepção de que as reformas em Brasília podem progredir de maneira lenta este ano também aumenta a aversão ao risco. "O fato de estarmos às vésperas de um feriado prolongado também não ajuda", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O cenário político doméstico é outro ponto de estresse para os mercados. Declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acusando o Congresso de estar "acuando" o governo, geraram mal estar em Brasília e voltam a acender dúvidas quanto à articulação política da administração Bolsonaro.

Balanços em foco

No front corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre continuou movimentando o Ibovespa. Em primeiro plano, apareceu o lucro de R$ 40,1 bilhões reportado pela Petrobras em 2019, uma alta de 55,7% ante 2018 — foi o maior ganho anual já reportado pela estatal.

Apesar disso, o cenário de maior preocupação entre os investidores impediu uma reação positiva das ações: os papéis ON (PETR3) caíram 2,52%, enquanto os PNs (PETR4) recuaram 2,06%.

Ultrapar PN (UGPA4) teve forte baixa de 7,33% após divulgar uma queda de 61% no lucro líquido de 2019 em relação ao ano anterior, para R$ 440 milhões. Outro papel que reagiu mal foi GPA PN (PCAR4), com perda de 7,33%, com o mercado decepcionado com os dados do setor de multivarejo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Raia Drogasil ON (RADL3), com baixa de 0,96%; Marfrig ON (MRFG3), com alta de 0,15%; Fleury ON (FLRY3), desvalorizando 1,69%; e Gol PN (GOLL4), com perda de 4,26%, foram outras empresas que reportaram seus números trimestrais recentemente — veja aqui um resumo dos balanços.

Top 5

Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:

  • Embraer ON (EMBR3): +3,36%
  • Cyrela ON (CYRE3): +0,45%
  • MRV ON (MRVE3): +0,34%
  • Via Varejo ON (VVAR3): +0,31%
  • Ecorodovias ON (ECOR3): +0,29%

Veja também as maiores baixas do índice no momento:

  • Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): -7,40%
  • Ultrapar ON (UGPA3): -7,33%
  • GPA PN (PCAR4): -7,33%
  • IRB ON (IRBR3): -6,22%
  • Qualicorp ON (QUAL3): -4,76%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar