Vacina empolga Ibovespa, que fecha no maior nível em oito meses puxado por Petrobras, bancos e Vale
Índice terminou a sessão acima dos 106 mil pontos pela primeira vez desde 4 de março; anúncio da Moderna sobre eficácia de imunizante sustenta otimismo de que uma vacina está mais próxima
Lembra como eram as coisas antes da pandemia? O principal índice acionário da bolsa brasileira, de tanto que subiu recentemente, retornou a esse tempo.
Tenho certeza de que você também gostaria de voltar a ele, leitor. Mas a pandemia ainda não acabou — e os investidores de ações sabem disso.
É que hoje, mais uma vez, eles foram estimulados por uma nova onda de otimismo causada por uma novidade no departamento "vacinas contra o coronavírus", o que fez o Ibovespa fechar a segunda-feira (16) no maior patamar em 8 meses.
A farmacêutica norte-americana Moderna anunciou que o seu imunizante possui 94,5% de eficácia, de acordo com os resultados preliminares dos testes da fase 3 — um patamar de eficácia ainda superior ao aferido pela vacina da Pfizer contra a covid-19 —, contrabalançando o aumento de casos da doença em Estados Unidos e Europa e animando o mercado de ações.
A empresa deve entrar com um pedido de autorização de uso emergencial do imunizante nas próximas semanas, solicitando o uso emergencial da vacina nas próximas semanas no Food and Drugs Administration, órgão regulatório dos Estados Unidos similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aqui no Brasil.
Claro que o resultado não poderia ser outro: modo risk-on ligado e compra de bolsa.
Leia Também
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Os principais índices acionários americanos tiveram ganhos firmes na sessão de hoje: o S&P 500 subiu 1,2%; o Dow Jones, 1,6% (renovando a máxima histórica de fechamento), e o Nasdaq, 0,8%. Na Europa, as bolsas das principais praças, como em Londres, Paris e Frankfurt, subiram ao menos 0,5%.
Por aqui, o Ibovespa fechou com ganhos de 1,63%, cotado aos 106.492,92 pontos. A última vez em que ele havia terminado uma sessão em um nível tão alto havia sido em 4 de março, quando encerrou os negócios a 107.224 pontos — antes da pandemia de coronavírus ser considerada como tal pela Organização Mundial da Saúde.
Das últimas 10 sessões, o índice fechou oito delas em alta. No acumulado de novembro, registra ganhos de 13,4%.
Os maiores destaques de alta ficaram para aqueles papéis que mais sofreram com a covid-19 no âmbito corporativo, cuja sensibilidade ao noticiário da pandemia é muito alta: Azul e Gol.
Destaques da bolsa
As ações das aéreas terminaram como as maiores altas percentuais do índice, subindo mais de 8%. No ano, os papéis têm no mínimo 42% de queda. Antes da abertura dos mercados, inclusive, a Azul divulgou seus resultados trimestrais, que ainda demonstraram os efeitos da pandemia em seus negócios.
Os papéis da Embraer, combalida pela pandemia e pelo fim do projeto de joint-venture com a Boeing, também ficaram entre os maiores ganhos percentuais do índice.
Ações de bancos, desvalorizadas, e Petrobras, seguindo a alta do petróleo no mercado internacional, também ficaram entre os maiores ganhos do dia.
A Cemig foi outro destaque positivo, com as ações subindo 3,8%. A companhia reverteu prejuízo do terceiro trimestre do ano passado e encerrou o mesmo período de 2020 com lucro líquido de R$ 545,4 milhões.
As ações da Vale avançaram 2,6%, em um dia em que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou uma venda em bloco dos papéis e embolsou R$ 2,5 bilhões, disse o Valor Econômico.
Segundo operadores e analistas, tratou-se de uma operação bem-sucedida que vai diluir o controle da empresa, uma vez que recentemente se encerrou o acordo de acionista da Vale que mantinha a companhia sob controle de um grupo de grandes investidores institucionais.
Veja as maiores altas do Ibovespa abaixo:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| AZUL4 | Azul PN | 32,15 | 10,86% |
| GOLL4 | Gol PN | 21,22 | 8,49% |
| EMBR3 | Embraer ON | 8,05 | 8,05% |
| SANB11 | Santander Brasil units | 38,32 | 7,25% |
| MRVE3 | MRV ON | 20,89 | 4,87% |
Enquanto isso, campeãs da pandemia entre as empresas, ações de Magazine Luiza e B2W caíram ao menos 1%. Outra varejista que caiu forte foi a Lojas Americanas.
Em meio à queda do dólar, papéis da Marfrig caíram. Ações da operadora de ferrovias Rumo também recuaram, ligados à queda do dólar em que são cotadas as commodities transportadas pela empresa pelo território brasileiro.
O papel que liderou as quedas foi o da Braskem — na semana passada, a ação reagiu negativamente às provisões sobre o evento geológico em Alagoas, que pesaram no balanço trimestral da petroquímica.
Confira as maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PNA | 23,93 | -3,12% |
| TOTS3 | Totvs ON | 27,51 | -2,45% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | 23,58 | -1,95% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 14,64 | -1,94% |
| RAIL3 | Rumo ON | 18,93 | -1,92% |
Dólar cai e juros fecham mistos
O dólar operou em queda durante toda a sessão, em um movimento de enfraquecimento que refletiu o apetite ao risco dos investidores, que optaram por se desfazer de ativos considerados "portos seguros" e correr atrás da renda variável.
No fim do dia, a divisa fechou em baixa de 0,7%, cotada aos R$ 5,4375. Na mínima, tombou 2,02%, para R$ 5,3648.
No mês, a moeda marca queda maior que 5%. No entanto, isso é pouco frente ao que avançou em 2020. No acumulado do ano, o dólar ainda mostra o tamanho de sua valorização contra o real, exibindo uma incrível alta de 35,5% que o impulsionou a recordes históricos.
A tomada de risco generalizada nos mercados fez a moeda americana demonstrar fraqueza frente a divisas de países emergentes — o dólar recuou frente ao peso mexicano, ao rublo russo e ao rand sul-africano.
Diante de moedas fortes como euro, libra e iene, o dólar também se mostrou mais fraco, continuando uma trajetória que deve ser sustentada durante o governo Joe Biden, que não deverá ser tão protecionista nem investir em uma retórica que afete o comércio global como foi o de Donald Trump.
Os juros futuros dos depósitos interbancários, por sua vez, fecharam mistos, em um dia de falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na cerimônia de lançamento do Pix, sistema de pagamentos do BC.
O chefe da autoridade monetária disse que o lançamento de um programa fiscal com aumento de gastos públicos pode ter um efeito contracionista na economia, ao invés de favorecer o crescimento.
Campos Neto também afirmou que estender mais o auxílio emergencial agora pode significar menos efeitos positivos.
As taxas de contratos de vencimento mais curtos tiveram leve queda. Enquanto isso, as taxas de vencimentos mais longos subiram, no caso do contrato para janeiro de 2025, que refletem mais o risco de colapso das contas públicas. Veja as taxas dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,925% para 1,921%
- Janeiro/2022: de 3,34% para 3,29%
- Janeiro/2023: de 4,92% para 4,89%
- Janeiro/2025: de 6,68% para 6,71%
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
