Azul, Gol, Vale e Petrobras: os destaques (negativos) da bolsa nesta quarta-feira
As ações da Azul e da Gol despencaram mais de 13% e tiveram os piores desempenhos do Ibovespa, em meio às incertezas quanto aos impactos do coronavírus ao setor aéreo e à disparada do dólar
O Ibovespa teve uma sessão amplamente negativa nesta quarta-feira (26), despencando 7% após a pausa de Carnaval — período em que os mercados globais despencaram, por causa do surto de coronavírus. Mas alguns papéis se destacaram negativamente na bolsa: foi o caso das companhias aéreas Gol e Azul, além de Vale e Petrobras.
Gol PN (GOLL4) fechou em forte queda de 14,31%, enquanto Azul PN (AZUL4) desabou 13,30% — os dois piores desempenhos do Ibovespa. Esses papéis foram fortemente afetados pela combinação entre a tensão global com o coronavírus e o dólar nas máximas.
Com a disseminação da doença para além das fronteiras da China, os investidores temem que o setor aéreo sofra com uma queda de demanda por viagens. Por mais que as duas companhias possuam uma atuação limitada fora do Brasil, ambas possuem parcerias com companhias de outros países, de modo a complementar suas malhas.
Assim, há o temor de que um "efeito dominó" impacte as empresas aéreas do mundo, dada a alta conectividade no setor. E, nesse cenário, Gol e Azul seriam diretamente afetadas.
Além disso, a disparada do dólar também impactou as duas companhias, já que uma parcela relevante da linha de custos de uma empresa aérea é dolarizada. Tudo isso por causa do combustível de aviação, que depende grandemente de duas variáveis: a cotação da moeda americana e o preço do petróleo.
Desta maneira, por mais que a commodity esteja em trajetória descendente nesta semana — tanto o Brent quanto o WTI caem mais de 9% desde segunda-feira —, o dólar cada vez mais alto acaba aumentando a pressão sobre o balanço de Gol e Azul. A moeda americana no segmento à vista fechou em alta de 1,11%, a R$ 4,4413, uma nova máxima nominal.
Voltando ao front das dúvidas quanto ao setor de turismo por causa do coronavírus, outra empresa que foi fortemente afetada é CVC ON (CVCB3), em baixa de 11,33% — o mercado acredita que a venda de pacotes de viagens para o exterior poderá cair, em meio à tensão relativa à doença.
Pressão nas exportadoras
O aumento súbito de casos de coronavírus fora da China gerou um aumento expressivo na aversão ao risco por parte dos investidores globais. Afinal, a doença traz incerteza no curto e médio prazo — ninguém sabe exatamente quais serão os desdobramentos do surto, tanto do ponto de vista de saúde pública quanto dos impactos à economia mundial.
Nesse cenário, as ações de empresas mais ligadas ao comércio internacional, sobretudo as exportadoras de commodities, passaram por um intenso ajuste negativo nesta quarta-feira. Há o temor de que a demanda por esses produtos poderá cair caso a economia global desacelere de maneira mais brusca.
As ações do setor de mineração e siderurgia apareceram na linha de frente das perdas nesta quarta-feira: CSN ON (CSNA3) caiu 10,89%, Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4) recuou 11,89%, Usiminas PNA (USIM5) teve baixa de 10,36%, Vale ON (VALE3) desvalorizou 9,54% e Gerdau PN (GGBR4) fechou em queda de 10,47%.
Os papéis da Petrobras também sofreram, puxados pelo mau desempenho do petróleo: as ações ON (PETR3) recuaram 9,95%, enquanto as PNs (PETR4) tiveram perda de 10,05%. No segmento de papel e celulose, Suzano ON (SUZB3) e as units da Klabin (KLBN11) caíram 6,81% e 8,34%, respectivamente.
Top 10
Veja abaixo as dez maiores baixas do índice nesta quarta-feira — nenhum papel do Ibovespa fechou em alta hoje:
- Gol PN (GOLL4): -14,31%
- Azul PN (AZUL4): -13,30%
- Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): -11,89%
- CVC ON (CVCB3) -11,33%
- CSN ON (CSNA3): -10,89%
- Gerdau PN (GGBR4): -10,47%
- Usiminas PNA (USIM5): -10,36%
- Petrobras PN (PETR4): -10,05%
- Petrobras ON (PETR3): -9,95%
- Via Varejo ON (VVAR3): -9,86%
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito
-
Itaú recomenda aumento da exposição à bolsa brasileira a clientes: 'correção abriu oportunidade de compra'
-
Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024
Mais lidas
-
1
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
2
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha