BofA projeta Ibovespa em 130 mil pontos em 2021 e diz que está sendo conservador
Banco acredita em pontuação maior, mas isso dependerá da situação fiscal estar ajustada, diz chefe de economia para Brasil

Apostando que 2021 será um ano de forte recuperação da economia doméstica e internacional, o Bank of America (BofA) projeta que o Ibovespa atingirá a inédita marca de 130 mil pontos no ano que vem, impulsionado pela perspectiva de retomada da economia e dos resultados das empresas.
Mas David Beker, chefe de economia para Brasil e estratégia para a América Latina do banco, admite que o potencial de alta de 18% implícito na estimativa é uma projeção conservadora. Ele acredita na possibilidade de uma pontuação ainda maior, ajudada por um aumento no fluxo de recursos em direção à bolsa, em meio a um cenário de juros baixos e busca por rendimento.
"O que estamos incorporando (na projeção para o Ibovespa) é lucro, porque o re-rating (reavaliação dos preços das ações) depende de fluxo, e fluxo depende da quantidade de ofertas (de ações) que vamos ter", afirmou ele, durante conversa com jornalistas nesta quarta-feira.
Puxadores do índice
Enquanto aguarda para ver o nível deste fluxo, o banco olha para as companhias e acredita que três setores serão responsáveis por puxar o Ibovespa para cima no próximo ano: empresas da área de commodities, principalmente Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), o setor de energia e bancos. Juntos, eles são responsáveis por quase 70% do resultado por ação das companhias que compõem o índice.
O trio já está se aproveitando daquilo que gestores e economistas estão chamando de rotation trade, a troca das ações mais buscadas quando a pandemia de covid-19 estava no auge, caso de papéis de tecnologia e e-commerce, por ativos ligados à chamada “velha economia” e papéis de maior liquidez e com valuation baixo.
O BofA estima que as ações do segmento ligado a commodities deve ter o melhor desempenho em 2021 por conta da China, única grande economia para a qual o banco não projeta contração em 2020 – projeção de alta de 1,8%. O apetite do gigante asiático deve elevar os preços de materiais como petróleo e minério de ferro.
Leia Também
A Vale será uma das maiores ganhadoras desta situação, ainda que tenha reduzido as projeções de produção de minério de ferro. “Do anúncio de hoje [projeção de produção] não posso falar muito porque não tenho autonomia, mas para o nosso tema, que vem do global, de um crescimento forte de China, a Vale continua sendo uma das ações que a gente acaba favorecendo no nosso portfólio", disse.
No caso dos bancos, o chefe de economia para Brasil e estratégia para a América Latina disse que a preferência se dá pelo fato de as ações estarem baratas, atraindo principalmente estrangeiros, que procuram ativos líquidos de empresas grandes. Ainda que tenham feito ajustes nas operações para aumentarem a competitividade, as questões estruturais do setor bancário, no caso, a pressão competitiva das fintechs, continuam sendo um peso sobre a tese de investimento.
“Nós estamos agora com uma recomendação marketweight (equivalente a neutro) para o setor de bancos, depois de ficarmos underweight (equivalente a venda) por um longo período”, disse Beker. “Ainda têm muitas discussões estruturais a serem feitas, que foram postergadas por conta da pandemia.”
Outros setores
Mesmo diante do movimento de rotação das carteiras de ações, o BofA tem uma visão construtiva para companhias de varejo eletrônico, apesar da forte valorização vista em 2020. Para Beker, a taxa de juros no menor patamar histórico ajuda a reduzir o custo de capital das companhias, beneficiando inclusive aquelas que tiveram forte alta de preços. “Estamos em outro ambiente de custo de capital, é muito difícil de comparar múltiplo histórico no Brasil”, disse.
Outro ponto que é preciso considerar é que estas empresas devem se beneficiar da retomada da economia, elevando o consumo, além do fato de a pandemia ter transformado o hábito de consumo das pessoas, que começaram a se sentir mais seguras para comprar pela internet.
Falando sobre as companhias em geral, o chefe de economia para Brasil e estratégia para a América Latina do BofA afirmou que, de maneira geral, elas estão com boas posições de caixa e com a maior parte da dívida em moeda local, não vendo muito riscos para o endividamento delas caso o Banco Central (BC) resolva aumentar a Selic. “Sem dúvida, o aumento da Selic pressionaria, mas seria um aumento bem gradual. Não é algo como os 14,25% que nós já tivemos”, disse.
Estrangeiros e brasileiros juntos
O fluxo maior de recursos na B3 esperado por Beker viria da manutenção das boas condições para a realização de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês). Se 2020 foi um ano histórico, o seguinte também deve ser positivo. "O mercado está ficando mais líquido, mas você precisa de mais opções", afirmou.
E isso resultaria em algo inusitado, a combinação de aportes de estrangeiros e de investidores brasileiros, algo pouco visto nos últimos anos, dado que condições favoráveis para um acabavam afugentando o outro. "No ano que vem, a gente tem chance de abrir as duas portas, e é uma diferença muito grande do que vimos nos últimos anos, em que só um deles aportava", afirmou Beker.
Mas tudo isso dependerá da situação fiscal do Brasil. O cenário base do BofA é de que o governo federal assumirá uma postura mais “fiscalista” no ano que vem, preocupado com o rumo das contas públicas.
“As projeções estão condicionadas a um cenário de que ocorra a volta de uma organização da questão fiscal, que é respeitar teto dos gastos, evitar continuidade de despesas que fizeram com que a relação dívida/PIB tivesse esse salto”, disse. "Na hora em que você arruma o fiscal, o juro sobe, mas segue baixo, e você precisa buscar outros ativos para ter rendimento. Isso pode ser um game changer no mercado."
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3