A Telefônica Brasil, dona da Vivo, anunciou duas novas estratégias para acelerar a implantação das redes de fibra ótica no País. A comunicação foi feita pelo presidente da companhia, Christian Gebara, durante conferência com jornalistas realizada nesta segunda-feira (4).
A primeira estratégia consiste em uma parceria com a operadora e desenvolvedora de infraestrutura de telecomunicação American Tower para levar as redes de fibra ótica a 40 cidades de Minas Gerais, o equivalente a 800 mil casas, nos próximos três anos.
Nesse modelo, a American Tower fará a construção das grandes redes de fibra ótica, utilizando parte da infraestrutura da recém-adquirida Cemig Telecom. Por sua vez, a Telefônica fará a construção do trecho final da fibra, que chega até a casa dos novos clientes, além da instalação dos equipamentos para os usuários.
A dona da Vivo pagará à American Tower um valor variável pelo uso das redes, com início do desembolso a partir da conexão dos novos usuários. A iniciativa reduzirá os desembolsos iniciais da Telefônica na linha de investimentos mas, futuramente, aumentará a linha de despesas operacionais.
A vantagem, segundo Gebara, está em acelerar a implantação da infraestrutura e, por consequência, do faturamento por meio do ganho de clientes de internet rápida.
"Vamos poder chegar a mais domicílios e a mais lugares. Esse modelo nos ajuda a blindar essa base em Minas Gerais. E também nos dá mais agilidade, junto de um parceiro que tem expertise em infraestrutura", explicou Gebara. "O capex será menor, mas ainda continuam os aportes", completou.
Por volta das 11h desta segunda, os papeis PN da dona da Vivo (VIVT4) subiam cerca de 1%, sendo negociados a R$ 53,91. No ano, a valorização é da ordem de 23%. Acompanhe nossa cobertura de mercados.
Franquias
A outra iniciativa anunciada pela Telefônica Brasil foi a abertura do modelo de franquias com provedores regionais. Aqui, a expectativa é de levar a fibra ótica para 1 milhão a 2 milhões de residências em um período de três a quatro anos.
Nesse modelo, as empresas locais ficarão responsáveis pela construção integral das redes de fibra ótica, incluindo o trecho final até os clientes, e pela entrega dos equipamentos aos usuários.
A dona da Vivo vai ceder seu catálogo de produtos, uso de backbone e a marca da sua subsidiária Terra. Como a companhia não fará o contato final com o cliente, optou por preservar sua marca principal, a Vivo. Nesse modelo, os franqueados ficarão com toda a receita do negócio e pagarão royalty à Telefônica.
"A ideia da franquia é chegar a localidades menores. Há muitos domicílios do País onde não chegamos e demoraríamos muito", explicou.
Segundo Gebara, o foco das franquias é atingir cidades de pequeno porte, entre 20 mil a 50 mil habitantes, e até mesmo bairros sem cobertura dentro de cidades maiores. Ele também indicou que o modelo de franquia visa a pegar carona no crescimento dos provedores locais, que concorrem com as grandes operadoras no interior do País. "Há crescimento enorme dos pequenos provedores. Por que não alavancar com o expertise da Vivo?", apontou.
Ele disse que há três cidades com franquias já assinadas e que entrarão em operação neste mês. A primeira será em Águas Lindas de Goiás (GO), e as outras duas não foram reveladas, mas também ficam no Centro-Oeste.
*Com Estadão Conteúdo