Em sua carta de gestão do mês de novembro, o Fundo Verde,
do lendário gestor Luis Stuhlberger, endereçou um dos assuntos mais comentados dos últimos 30 dias: a disparada do dólar e o temor que tomou conta do mercado de câmbio brasileiro.
No documento, o fundo caracteriza o disparo da moeda americana como "uma espécie de soma de todos os medos". Mas, para o fundo, a maioria desses temores seria infundada. Apesar de acreditar na reação exagerada do mercado, o fundo zerou a sua posição vendida em dólar.
No mês passado, a moeda americana teve uma forte alta de quase 6%, chegando a ultrapassar a barreira dos R$ 4,25.
Se por um lado o resultado do leilão da cessão onerosa realmente foi decepcionante, a revisão metodológica por parte do Banco Central na conta corrente foi justificada como um ajuste apenas contábil, que não tem real reflexo nos fluxos. "Na nossa visão, o mercado focou apenas no lado negativo da mudança, e a ampliação do fluxo de investimento direto não mereceu o mesmo destaque".
Os dados negativos da balança comercial, que se somaram ao temor em novembro, estavam errados. Para finalizar, a carta alivia o medo de que o país reflita as tensões político-sociais dos nossos vizinhos, já que para o Verde a retomada do crescimento econômico deve aliviar o sentimento no país.
Em novembro, o fundo teve retorno zero, ante um CDI de 0,38%. Mas, no acumulado do ano, o Verde ainda tem um desempenho de 11,19%, bem acima dos 5,57% do índice de referência.

A estratégia
Além de zerar a sua posição vendida em dólar, o fundo fez outras alterações em sua estratégia durante o mês, como a redução da posição em ações brasileiras (que se manteve em torno de 20% do portfólio no fim do mês) e a redução da posição tomada em inclinação da curva de juros nos Estados Unidos. A pequena posição em ações internacionais foi mantida, assim como a parte aplicada em juro real e a exposição comprada em libra.