Dólar, real ou bitcoin: Quem vence a “eleição cambial” de 2022?
O que esperar da moeda norte-americana em relação ao nosso real? Será que o melhor a fazer em meio a tanta incerteza é investir em bitcoin e criptomoedas?

Está na hora de comprar dólar? O que esperar da moeda norte-americana em relação ao nosso real em ano de eleições presidenciais no Brasil, inflação galopante e perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos? Será que o melhor a fazer em meio a tanta incerteza é investir em bitcoin e criptomoedas?
A "eleição cambial" foi o tema da edição desta semana do podcast Touros e Ursos do Seu Dinheiro. A Julia Wiltgen, o Victor Aguiar e eu comentamos sobre as perspectivas para as moedas ao longo deste ano.
É verdade que o comportamento do câmbio é praticamente impossível de se prever. Não é por acaso que Edmar Bacha, um dos criadores do Plano Real, cunhou a famosa frase de que a taxa de câmbio foi criada por Deus apenas para humilhar os economistas.
Mas seja qual for a trajetória da moeda norte-americana, a resposta para a pergunta se está na hora de comprar dólar é sim. Sempre vale a pena manter uma parcela da sua carteira em moeda forte. Não como forma de especulação, mas para proteger o portfólio.
Ouça a íntegra da edição desta semana do podcast Touros e Ursos:
Dólar neurótico, bitcoin nervoso
Se prever o comportamento do dólar em relação ao real já é difícil, o que dizer então do bitcoin? A principal criptomoeda do mercado foi o melhor investimento de 2021, com uma alta de mais de 70% em reais e foi a única a superar a inflação.
Leia Também
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Mas quem esperava por um rali que levaria o bitcoin ao patamar inédito de US$ 100 mil ou mais pode ter se frustrado. Aliás, quem decidiu entrar na onda das criptomoedas quando o BTC atingiu a máxima histórica de quase US$ 69 mil está no vermelho.
A criptomoeda acabou não resistindo e cedeu para o patamar de US$ 40 mil, onde se encontra neste início de ano. Mas já voltamos a falar de bitcoin.
Dólar é o favorito contra o real, mas...
Quando colocamos em campo os times do dólar e do real, é difícil não imaginar uma goleada ao estilo 7 x 1. Isso porque a economia norte-americana deve novamente crescer mais que a brasileira e a provável alta de juros por lá tende a fortalecer mais a moeda.
Isso sem falar na tensão pré-eleitoral no Brasil, que costuma desaguar na corrida ao dólar ao sabor das pesquisas eleitorais. Neste momento, o franco favorito na disputa é o ex-presidente Lula. Mas as mensagens que o petista tem mandado ainda não deixaram claro qual será a orientação econômica do governo caso ele seja eleito.
Embora tudo conspire contra o real, vale lembrar que no ano passado a situação era a oposta: o Brasil tinha a seu lado as commodities e os juros em alta, que deveriam atrair dólares para o país e fortalecer a nossa moeda. Então sempre existe uma nova chance de zebra.
Bitcoin ficou normal?
Por falar em zebra, a derrapada do bitcoin no fim do ano surpreendeu os entusiastas das criptomoedas. A má fase das criptomoedas continuou neste início de ano, diante do tom mais duro do Federal Reserve (Fed) contra a inflação.
O BC norte-americano sinalizou que vai mesmo começar a subir os juros neste ano e ainda pode começar a desovar no mercado uma parte dos trilhões de dólares em títulos comprados durante a crise da covid-19.
Mas espere aí: o bitcoin não era conhecido por ser um ativo completamente descorrelacionado do resto do mercado? A reação ao Fed pode ser um sinal de que a criptomoeda pode se tornar um ativo "normal"?
Se isso for verdade, talvez o ano não reserve bons momentos para o bitcoin, já que a alta de juros costuma penalizar ativos que não pagam remuneração ao investidor.
Mas se prevalecer a visão de que as criptomoedas devem ir muito além da reserva de valor, o bitcoin tem, sim, espaço, para se recuperar testar novas máximas ao longo de 2022.
Touros e Ursos da Semana
Confira a íntegra do podcast do Seu Dinheiro e saiba quem foram os "Touros e Ursos" da semana eleitos pela nossa equipe. Participe com suas dúvidas e sugestões nos comentários logo abaixo ou no email podcast@seudinheiro.com
Leia também:
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Engie Brasil (EGIE3) anuncia compra usinas hidrelétricas da EDP por quase R$ 3 bilhões — e montante pode ser ainda maior; entenda
O acordo foi firmado com a EDP Brasil (ENBR3) e a China Three Gorges Energia, com um investimento total de R$ 2,95 bilhões
AgroGalaxy (AGXY3) adia outra vez balanço financeiro em meio à recuperação judicial
A varejista de insumos para o agronegócio agora prevê que os resultados do quarto trimestre de 2024 serão divulgados em 22 de abril
Dividendos e JCP pingando na carteira: Rede D’Or (RDOR3) e outras 4 empresas anunciam mais de R$ 1 bilhão em proventos
Além do gigante hospitalar, a Localiza, Grupo Mateus, Track & Field e Copasa anunciaram JCPs e dividendos; saiba como receber
Por que a ação da Casas Bahia (BHIA3) salta 45% na B3 na semana, enquanto outra varejista desaba 18%?
A ação da varejista acumulou uma valorização estelar superior a 45% nos últimos pregões; entenda o movimento
Fundador do Nubank (ROXO34) volta ao comando da liderança. Entenda as mudanças do alto escalão do banco digital
Segundo o banco digital, os ajustes na estrutura buscam “aumentar ainda mais o foco no cliente, a eficiência e a colaboração entre países”
Ação da Petz (PETZ3) acumula queda de mais de 7% na semana e prejuízo do 4T24 não ajuda. Vender o papel é a solução?
De acordo com analistas, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado e que pode ser um gatilho para as ações
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Agora vai, Natura (NTCO3)? Mercado não “compra” a nova reestruturação — mas ações tomam fôlego na B3
O mercado avalia que a Natura vivencia uma verdadeira perda, dada a saída de um executivo visto como essencial para a resolução da Avon. O que fazer com as ações NTCO3 agora?
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Sequoia (SEQL3): Justiça aprova plano de recuperação extrajudicial — e acionistas agora deverão votar a emissão de novas ações
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (20) o processo de reestruturação com credores não financeiros do Grupo Move 3 Sequoia
Após semanas de short squeeze em Casas Bahia, até onde o mercado terá espaço para continuar “apertando” as ações BHIA3?
A principal justificativa citada para a performance de BHIA3 é o desenrolar de um short squeeze, mas há quem veja fundamentos por trás da valorização. Saiba o que esperar das ações
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
CEO da Lojas Renner aposta em expansão mesmo com juro alto jogando contra — mas mercado hesita em colocar ações LREN3 no carrinho
Ao Seu Dinheiro, o presidente da varejista, Fabio Faccio, detalhou os planos para crescer este ano e diz que a concorrência que chega de fora não assusta
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
A bolsa da China vai engolir Wall Street? Como a pausa do excepcionalismo dos EUA abre portas para Pequim
Enquanto o S&P 500 entrou em território de correção pela primeira vez desde 2023, o MSCI já avançou 19%, marcando o melhor começo de ano na história do índice chinês
Vivara (VIVA3) brilha na B3 após praticamente dobrar lucro no 4T24 e anunciar expansão de lojas em 2025. É hora de comprar as ações?
Junto ao balanço forte, a Vivara também anunciou a expansão da rede de lojas em 2025, com a previsão de 40 a 50 aberturas de unidades das marcas Vivara e Life