🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

A poupança já foi um baita negócio – e até hoje cumpre seu papel

A poupança foi meio de sobrevivência do brasileiro contra a inflação e salvou você – ou seu pai ou seu avô – de ver o dinheiro perder 1,5% do seu valor ao dia. Hoje ela ainda é um investimento, ruim, mas é. Ao contrário de outros países em que funciona apenas como poupança.

6 de abril de 2019
5:40 - atualizado às 15:34
Moedas e um relógio antigo
Moedas e um relógio antigo - Imagem: Shutterstock

Há alguns anos, virou moda entre os analistas de mercado falar mal da caderneta de poupança.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • “É o pior investimento que existe”, diz um.
  • “Mal bate a inflação”, argumenta outro.
  • “Perde para todas as aplicações possíveis”, exagera um terceiro.

Eu mesmo, volta e meia, em minhas crônicas, lembro que aplicar em cadernetas é no mínimo um profundo desprezo pelo conceito de “custo de oportunidade”.

Só que é preciso retornar um pouco (um pouco, não, um muito) no tempo para entender por que as pessoas comuns aplicam na poupança. As que defino como comuns são os leigos em economia e investimentos, que não sabem a diferença entre, por exemplo, fundos de renda fixa, CDBs, Tesouro Direto e a poupança tradicional.

Anos 30: uma excelente aplicação

Nos anos 1930, 1940 e 1950, cadernetas (da Caixa Econômica Federal) eram a única forma possível de aplicação. Rendiam 6% ao ano, sem nenhum tipo de correção monetária.
Eram cadernetas mesmo: livrinhos com capa de papelão duro e brilhoso e folhas nas quais os funcionários da Caixa anotavam depósitos e retiradas.

Havia uma razão para o prestígio daquele tipo de investimento. Nos anos 1930, com uma inflação anual média de apenas 0,31% (por causa da Grande Depressão), as cadernetas foram ótima aplicação. Isso manteve as pessoas iludidas durante um bom tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Anos 40 e 50: furada

Sim. Iludidas. Nas duas décadas seguintes, elas foram um péssimo negócio. Ao longo dos anos 40 e 50, por causa do surgimento da inflação, que as pessoas chamavam de carestia, quem pôs seu dinheiro na Caixa perdeu. Entre 1940 e 1949 a inflação média foi de 10,23% ao ano. Na década de 1950, piorou: 15,9% de aumento anual no custo de vida.

Leia Também

Por essa razão (rendimento negativo), as velhas cadernetas caíram em desuso.

A partir dos 60: valores corrigidos

Mais tarde, já na época do regime militar, com o advento da correção monetária, criada pelo então ministro do Planejamento Roberto Campos, as cadernetas voltaram a atrair depositantes. Aos poucos eles foram chegando, primeiro na própria Caixa Econômica Federal, nas caixas estaduais e nas sociedades de crédito imobiliário. Elas continuavam rendendo 6% ao ano, só que agora acrescidos da correção, e isentas de imposto de renda.

A poupança foi meio de sobrevivência do brasileiro contra a inflação. Estou me referindo aos 30 anos compreendidos entre 1964, época da criação da correção monetária, e 1994, quando surgiu o real, tempos nos quais o dinheiro parado no bolso chegou a perder mais de 1,5% de seu valor, AO DIA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O sistema de rentabilidade prevalece até hoje - veja aqui como é calculado o rendimento da poupança. Desde sua criação, decorrido mais de meio século, nunca nenhum depositante de caderneta perdeu o principal. Houve alguns anos em que, por causa de choques heterodoxos, ou por inflação maquiada, o retorno foi negativo. Mas jamais perda total.

Um porto seguro para peixinhos no mar de tubarões

Tubarão nada no meio de peixinhos

Vamos agora recorrer à imaginação. Digamos que você se chama Severino de Souza e Silva e more em Picos, no interior do Piauí. É varredor da Prefeitura e ganha salário mínimo: R$ 998,00 mensais. Seus filhos, já crescidos, emigraram para o Sul Maravilha (na expressão do saudoso Henfil).

Restam em sua casa, além da patroa, seu sogro e sua sogra, ambos aposentados por idade, cada um recebendo os mesmos R$ 998. A renda do núcleo familiar é de R$ 2.994, uma grana mais do que razoável para seu padrão de vida. Dá para sua família economizar os R$ 994,00 e viver tranquilamente com R$ 2 mil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa poupança vai para onde? Pra caderneta, é claro. Muito possivelmente da Caixa Econômica Federal. Sem precisar entrar em fila, depositando e sacando no caixa eletrônico através de um cartão magnético e uma senha.

Agora suponhamos que você, Severino, de tanto ser emprenhado pelos olhos e ouvidos, resolveu transferir sua conta salário e suas economias para um bancão particular, cuja publicidade viu na TV. Por sinal, todos têm filiais em Picos. Entre no Google, caro amigo leitor, e confira.

Certo dia um gerente, moço ambicioso que quer vencer na carreira, ao ver que Severino de Souza e Silva já tem mais de R$ 20 mil na poupança, lhe tocaia próximo ao caixa automático. Sorriso arreganhado, lhe oferece um plano de capitalização. “Depois de 48 meses de depósitos o senhor concorre a uma bolada, seu Severino. Poderá até se mudar para uma casa maior e comprar um carro zero”, argumenta o rapaz.

Desculpe-me, Severino, de Picos. Você acabou de entrar na roda. Logo não resistirá a um empréstimo consignado, para apressar o tal automóvel zerinho, e, quem sabe, visitar os filhos em São Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ataque não para aí. O cara vai lhe mostrar um fundo de renda fixa, outro de renda variável, CDBs, investimentos sobre os quais você não compreende absolutamente nada mas não tem coragem de confessar.

Não adianta o gerente lhe explicar. Isso só vai piorar as coisas. Ele vai dizer que o produto que acaba de lhe oferecer rendeu no ano anterior 120% do DI, sigla essa que você não faz a menor ideia do que seja. Não vai falar nada sobre imposto de renda e muito menos a respeito da taxa de administração que o banco cobra de quem aplica míseros (míseros para eles, bem entendido) R$ 20 mil. Severino virou presa fácil dos tubarões e pode colocar seu dinheiro em roubadas muito piores que a poupança, além de assumir riscos financeiros que não compreende para suas economias.

Poupança rende pouco, mas é investimento

Pois bem, o perfil financeiro de Severino equivale ao de boa parte da população brasileira. Hoje perguntei à cozinheira daqui de casa se ela tem dinheiro na poupança.

“Sim, seu Ivan. Tenho um dinheirinho lá.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na verdade eu queria saber por que ela pusera o dinheiro na poupança e não em outra coisa um pouco mais rentável. Me dei conta de que, felizmente, ela só conhecia a poupança.

Felizmente, repito.

Hoje em dia, poupança é investimento. Ruim, mas é. Os Correios do Japão, que são o maior saving bank do mundo, tem 41,25 trilhões de ienes (US$ 375 bilhões) de depósitos de poupadores. A “rentabilidade” dessas aplicações oscila entre zero e – 0,25% ao ano.

Lá, poupança é somente poupança. Ato de guardar dinheiro ao invés de gastá-lo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No Brasil, para os não-iniciados no complexo universo dos investimentos, universo esse que “Seu Dinheiro” está tentando tornar mais simples, caderneta de poupança ainda é o melhor negócio. Caso contrário, a chance de cair numa arapuca é enorme.

Não que ele deve ficar a sua vida inteira em um investimento que eu acabei de dizer que é ruim. Mais tarde, quem sabe, quando o caro amigo leitor se familiarizar com o incrível mundo dos mercadores do dinheiro, poderá até casar a compra de ações defendendo-a com puts de Ibovespa. Ou apostar na queda da taxa Selic por intermédio do mercado futuro de DIs.

Tudo depende de quanto você está disposto a aprender sobre investimentos. Mas vai um conselho: se você quer sair da poupança e procurar investimentos melhores, não comece pelo fim da linha que você se dará mal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RENDA FIXA

Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?

2 de outubro de 2025 - 18:21

Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula

APETITE ESTRANGEIRO

Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro 

24 de setembro de 2025 - 16:15

Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA

DEMANDA RENOVADA

Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê

24 de setembro de 2025 - 6:03

A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo

A HORA É AGORA

Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord

21 de setembro de 2025 - 13:03

Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano

SIMULAÇÃO

Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora

18 de setembro de 2025 - 13:17

Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe

AGF DAY

Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3

18 de setembro de 2025 - 12:02

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência

VALE A PENA?

Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima

9 de setembro de 2025 - 17:16

Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho

CARTEIRA RECOMENDADA

Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair

9 de setembro de 2025 - 12:45

BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente

VALE O RISCO?

CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC

8 de setembro de 2025 - 15:19

Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida

PRÊMIO PELO RISCO

Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI

5 de setembro de 2025 - 16:20

Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço

COMPRAR OU VENDER?

Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%

4 de setembro de 2025 - 14:39

A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores

VISÃO DO GESTOR

SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina

3 de setembro de 2025 - 17:30

Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito

RESILIENTES COM PRAZO

Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s

3 de setembro de 2025 - 14:22

Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela

RISCO SEM PRÊMIO?

Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?

22 de agosto de 2025 - 17:46

Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto

ENTRE O RISCO E O RETORNO

A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR

21 de agosto de 2025 - 12:07

Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno

24/7

Tesouro Direto vai operar 24 horas por dia a partir de 2026

17 de agosto de 2025 - 15:55

Novidades incluem título para reserva de emergência sem marcação a mercado e plataforma mais acessível para novos investidores

BATALHA DA RENDA FIXA

Tesouro Direto IPCA ou Prefixado: Qual a melhor opção de renda fixa para lucrar na virada de ciclo dos juros?

13 de agosto de 2025 - 6:01

Com juros em queda e inflação sob controle, entenda como escolher a melhor opção de rentabilidade para proteger e potencializar os investimentos

CARTEIRA RECOMENDADA

Debêntures da Petrobras (PETR4) e prefixados com taxa de 13% ao ano são destaques. Confira as recomendações para renda fixa em agosto

8 de agosto de 2025 - 15:00

BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante das incertezas futuras

DOIS ANOS

Tesouro Educa+ faz aniversário com taxas de IPCA + 7% em todos os vencimentos; dá para garantir faculdade, material e mais

6 de agosto de 2025 - 14:29

Título público voltado para a educação dos filhos dobrou de tamanho em relação ao primeiro ano e soma quase 160 mil investidores

GARANTA JÁ O SEU ISENTO

De debêntures incentivadas a fundos de infraestrutura, investidores raspam as prateleiras para garantir títulos isentos — e aceitam taxas cada vez menores 

23 de julho de 2025 - 16:58

A Medida Provisória 1.303/25 tem provocado uma corrida por ativos isentos de imposto de renda, levando os spreads dos títulos incentivados a mínimas históricas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar