Maia quer concentrar discussão da reforma da Previdência na idade mínima e no tempo de transição
Presidente da Câmara listou três polêmicas do projeto: a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC), na aposentadoria rural e no tempo mínimo de contribuição

Pronto para começar a articulação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 25, que pretende concentrar a discussão do projeto nos pontos da idade mínima e do tempo de transição.
O deputado ressaltou que a Previdência não é um tema simples para se chegar a 308 votos, o mínimo necessário para aprovação. "Nós votamos o cadastro positivo, com uma possível base do governo Bolsonaro, e ficamos com 310 votos ou um pouco mais que isso", disse.
Na avaliação do presidente da Câmara, a maior resistência à proposta está no Nordeste, onde há uma concentração maior de parlamentares de esquerda e governos estaduais mais sensíveis a mudanças no BPC e na aposentadoria rural. "Se conseguirmos 20 votos na oposição, nossa chance de aprovação aumenta muito", disse.
Os calcanhares de Aquiles
Maia também listou três pontos que ele considera os mais sensíveis aos parlamentares durante a discussão da reforma da Previdência: a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC), na aposentadoria rural e no tempo mínimo de contribuição.
Para o deputado, o impacto fiscal do BPC não é relevante, então, não há necessidade de tratar desse benefício, destinado a pessoas mais pobres que não conseguiram contribuir ao longo da vida. "O custo de debater o BPC na reforma da Previdência é muito alto", disse. "Se não há impacto, porque vamos tratar dessa parte da sociedade que é excluída e não consegue trabalhar", afirmou.
O presidente da Câmara também indicou que a aposentadoria rural poderia ser retirada da proposta. "O principal problema da aposentadoria é fraude. Se nós resolvermos essa distorção (fora da reforma), daqui para frente talvez esse déficit não cresça tanto", disse.
Além disso, Maia declarou que o aumento do tempo mínimo de contribuição, de 15 para 20 anos, também será um tema sensível no Congresso. "É uma alteração pesada. Se tem muita gente que não consegue atingir o mínimo de 15 anos, imagina aumentar para 20", disse.
O deputado, contudo, se colocou à disposição para ouvir a defesa que o governo fará desse item. "Se a equipe técnica do governo fez essa reforma, e eu conheço todos, são pessoas sérias, vamos ouvir os argumentos para ver se tenho razão ou não", comentou.
A tão falada comunicação
Maia deixou claro que a comunicação da proposta será "decisiva" para a aprovação da reforma. Pensando nisso, ele sugeriu que o grupo político do presidente Jair Bolsonaro, tão "competente" no uso das redes sociais durante a campanha eleitoral, deveria lançar mão do mesmo instrumento para comunicar a proposta para a sociedade.
Para Maia, Bolsonaro consegue governar sem "toma lá, dá cá", mas precisará convencer os deputados de que, sem a reforma, não haverá dinheiro para as emendas.
*Com Estadão Conteúdo.
Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras iniciam semana no azul, mas ruídos políticos locais seguem causando interferência
Bolsas sobem lá fora com expectativa de bons resultados trimestrais; no Brasil, partidos se preparam para convenções
Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’ em 2º turno após manobras de Lira e uma visita da Polícia Federal; veja os próximos passos da proposta
O deputado prometeu que quem faltasse na votação ganharia uma falta administrativa e lançou mão de outras manobras para garantir o quórum
Caiu e passou: Congresso aprova Lei das Diretrizes Orçamentárias sem emendas impositivas de relator; texto vai à sanção presidencial
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou do texto a execução obrigatória das emendas de relator, identificadas como RP 9
Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente
A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS
Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa
Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis
Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira
Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país
Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás
A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros
Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana
Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)
Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise
Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos
Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento
Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos
Leia Também
-
Brasil vai ganhar mais um feriado? Só falta uma assinatura de Lula para mudar calendário e criar primeira nova folga nacional em mais de 40 anos
-
Congresso dos EUA evita ‘shutdown’ temporariamente, mas coloca um bode na sala de Biden
-
Previdência privada vs. Tesouro RendA+: qual dos dois escolher para poupar para a aposentadoria?