Se dizendo otimista, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acredita que consegue aprovar o texto-base da reforma da Previdência ainda nesta terça-feira e parte para a análise dos destaques, que são tentativas de mudar o texto, amanhã.
Ainda na avaliação de Maia, é possível que o segundo turno da proposta seja votado até sexta-feira. Na segunda etapa de votação só é permitida a apresentação dos chamados destaques supressivos, que retiram trechos já aprovados do texto.
A proposta precisa de ao menos 308 em dois turnos de votação e na conta dos governistas, a reforma tem de 320 a 340 votos. Maia e os líderes partidários tentam fechar os procedimentos para o texto ser votado. A ideia é que os partidos favoráveis à reforma não apresentem destaques. A oposição já disse que vai obstruir e apresentar propostas de modificação do texto.
“Segundo turno é mais rápido que o primeiro, só pode ter destaque supressivo. Superado o primeiro turno, o segundo turno é mais simples. Se a gente conseguir o número de parlamentares para votar e começar a votação do principal hoje à noite e na madrugada e seguir com os destaques amanhã, a gente passa a ter a quinta e a sexta para votar o segundo turno. Como sou sempre otimista, acho que a gente vote antes de sábado”, avaliou o presidente.
Destaques e quórum
Segundo nos informa a “Agência Estado”, a bancada do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro não vai apresentar destaques. Essa era uma dúvida que permeava o processo de votação em função da insistência de alguns membros do partido em fazer modificações no texto que atendessem a demandas de policiais.
Outros líderes partidários foram claros ao dizer que se o governo insistisse em tal estratégia, todos partidos se sentiriam liberados a também proporem novas modificações ao texto.
Maia também reafirmou a intenção de dar início à votação da proposta com o quórum elevado de parlamentares de, aproximadamente 490 deputados, para não correr o risco de o texto ser rejeitado. Ele avalia que até às 15 horas terá noção de quantos parlamentares estarão presentes.
“Cada hora é decisiva, vou saber até 15 horas quantos deputados eu tenho em Brasília. Isso tudo é decisivo, aparece um problema, resolve, aparece outro. Então, cada momento tem que ir cuidado, com muita atenção, para não desorganizar a votação”, afirmou.
Depois de passar pelo crivo dos deputados, o texto da reforma vai ao Senado Federal. A primeira parada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso os senadores façam modificações no texto vindo da Câmara, o projeto tem de voltar a ser apreciado pelos deputados.
* Com Estadão Conteúdo e Agência Câmara Notícias