R$ 500 bilhões. Esse é o volume de recursos que pode entrar nos cofres do governo com as privatizações e vendas de participações em estatais. A estimativa é do Bradesco BBI, unidade do banco que atende o segmento de atacado.
A análise foi feita pela equipe do Bradesco com base nas projeções feitas por Salim Mattar, secretário de Privatizações do governo Bolsonaro. O valor considera as estatais que efetivamente têm condições de serem negociadas, por isso é menor que os R$ 800 bilhões em negócios potenciais esperados pelo governo.
Do total de privatizações esperadas pelo Bradesco, o governo pode arrecadar até R$ 221 bilhões nos próximos dois anos. Os números foram apresentados por Marcelo Noronha, vice-presidente do banco, em uma entrevista coletiva que aconteceu durante um evento promovido pelo BBI para investidores brasileiros e estrangeiros em São Paulo.
O banco também mapeou a forma como essas empresas podem passar para as mãos da iniciativa privada. Do total de privatizações esperadas para os próximos dois anos, R$ 57 bilhões devem acontecer via ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês).
Outros R$ 101 bilhões virão com a venda de ações de empresas já listadas na bolsa (follow ons). Só a venda das participações da Caixa Econômica Federal e do BNDES na Petrobras podem render R$ 60 bilhões, segundo os cálculos do banco.
Os demais R$ 62 bilhões devem vir com a venda direta para investidores estratégicos. "São estatais que prestam serviços para o governo e não teriam demanda no mercado de capitais", afirmou Noronha.
O efetivo cumprimento das projeções para as privatizações depende, é claro, da aprovação da reforma da Previdência. No cenário-base do Bradesco, as mudanças nas regras para a aposentadoria devem ser aprovadas pela Câmara até julho deste ano, co uma economia de até R$ 800 bilhões nos próximos dez anos.