🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Estadão Conteúdo

Tá complicada a coisa

Em recuperação judicial, Odebrecht tem R$ 5 bilhões em apólices de seguros no Brasil

Dentre as companhias responsáveis pelas maiores cifras, estão nomes como os das americanas Chubb Seguros, AIG, Liberty Seguros e o da brasileira JMalucelli

Estadão Conteúdo
19 de junho de 2019
15:17 - atualizado às 14:29
Odebrecht - Imagem: Shutterstock

A exposição do mercado de seguros brasileiros à Odebrecht, que deu início na terça-feira, 18, ao maior processo de recuperação judicial do País, é de quase R$ 5 bilhões, conforme dados da lista de credores da holding, compilados pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dentre as companhias responsáveis pelas maiores cifras, estão nomes como os das americanas Chubb Seguros, AIG, Liberty Seguros e o da brasileira JMalucelli (atual Junto Seguros) de um total de 16 companhias inseridas no processo do grupo.

Na lista de credores, os contratos são mencionados apenas como seguros de garantia e classificados como quirografários, ou seja, sem garantias. Na prática, porém, abrangem diferentes modalidades como a de performance, que garante a entrega de obras em andamento e que responde pela maioria dos contratos, e o judicial, que protege o grupo de ações na Justiça.

Como a maior parte das apólices listadas é em dólar, foi considerado câmbio a R$ 3,85. Além disso, companhias do mesmo conglomerado no Brasil foram unificadas. É o caso da Chubb Seguros, antiga Ace e que no passado adquiriu a carteira de seguros de grandes riscos do Itaú Unibanco.

O grande número de seguradoras listadas no processo de recuperação judicial da Odebrecht é explicado, conforme fontes, justamente pelo fato de o seguro de garantia para obras envolver montantes elevados e que tradicionalmente são divididos em um pool de companhias, reduzindo o risco das mesmas. Causou surpresa a vários players do mercado, porém, o fato de os grupos seguradores também integrarem o grupo de credores da holding uma vez que a maioria das apólices estão vigentes e não geraram sinistro ao menos até aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A exceção, conforme fonte de mercado, é um contrato de seguros de US$ 131,334 milhões com a Chubb Seguros no Peru, que já estava sendo tratado antes do pedido de recuperação judicial da holding.

Leia Também

Há até mesmo apólices cuja vigência já expirou. No caso da seguradora Austral, controlada pela Vinci Partners, a maior parte dos contratos citados na lista de credores da Odebrecht, que totalizam quase R$ 200 milhões, já venceram, conforme apurou o Broadcast. A maior delas, de mais de US$ 25 milhões, teria sido rescindida, segundo uma fonte, uma vez que o projeto segurado foi cancelado.

Mas a estratégia da Odebrecht e seus assessores, o escritório E.Munhoz e a RK Partners, de incluir seguradoras em casos de recuperação judicial não é nova e já ocorreu em outras ocasiões como nos processos da OAS e da PDG. Na ocasião, lembra uma fonte, as companhias recorreram à Justiça para serem retiradas uma vez que não figuravam como credoras das empresas envolvidas.

"Agora, novamente, as seguradoras devem questionar na Justiça a retirada do processo uma vez que não são credoras da Odebrecht", explica um advogado, especialista em seguros, na condição de anonimato. Outra fonte adverte que somente podem seguir esse caminho as seguradoras que não têm sinistro com a holding.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A inclusão das seguradoras no processo de recuperação judicial da Odebrecht divide opiniões entre executivos do mercado ouvidos pelo Broadcast. Tanto é que algumas seguradoras têm procurado os assessores da Odebrecht para marcar reuniões para entender os motivos de terem sido inseridas na lista de credores.

A explicação, segundo uma fonte, é a de que as apólices representam um contrato de contragarantia que dá direito à companhia de seguros executar a Odebrecht e, por isso, faria sentido a inclusão na lista de credores.

No entanto, as empresas operacionais do grupo não entraram no pedido de recuperação judicial e, ao menos por ora, não há expectativa de sinistros, o que, na prática, dispensa a inserção das seguradoras no processo.

Para o presidente de uma das seguradoras que integra a lista de credores da holding, a reestruturação da Odebrecht na Justiça pode ajudar a companhia a gerar mais caixa uma vez que deixará de arcar com diversas despesas como juros dos empréstimos, por exemplo, por 60 dias tendo mais folga no orçamento para cumprir os projetos em andamento. Sob esta ótica, diz, o risco de sinistro se reduz. "A recuperação judicial para seguradoras de garantia performance é um ponto positivo porque pode sobrar mais caixa para a Odebrecht tocar as obras", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por outro lado, acrescenta um executivo de mercado, o pedido de recuperação judicial da Odebrecht pode servir de "teste de fogo" para o mercado de seguro garantia de obras caso o grupo e suas respectivas empresas passem a ter maior dificuldades para concluir os contratos em andamento.

"Se o grupo começa a ter dificuldade de entregar as obras pode disparar sinistros e aí gente nunca sabe onde o trem vai parar", alerta.

A maioria das apólices contam, contudo, com respaldo do resseguro, popularmente conhecido como o seguro das seguradoras. Isso porque as cifras envolvidas em apólices de garantia além de elevadas são consideradas de "cauda longa" - do inglês long tail, ou seja, que podem gerar sinistros após muitos anos, fora da vigência das apólices.

Esse foi o motivo, inclusive, que fez o líder do mercado de resseguros no País, o IRB Brasil Re, diminuir seu apetite no segmento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Questionada sobre sua exposição no caso Odebrecht, a companhia informa que o segmento de "garantia" não é foco da atuação da companhia desde 2014, uma vez que tem características de "long tail" e, portanto, não se amolda ao planejamento estratégico da empresa.

Resseguradoras

O presidente de uma resseguradora com exposição à Odebrecht diz que ainda é um pouco cedo para saber como o pedido de recuperação judicial da holding vai afetar o mercado, mas que o movimento já era aguardo pelos resseguradores.

"As seguradoras tem uma noção mais precisa do risco atual. A informação demora um pouco para chegar nas resseguradoras", afirma ele, acrescentando que a análise tem de ser feita contrato a contrato.

Além das apólices com seguradoras estabelecidas no Brasil, o grupo Odebrecht possui apólices de seguro garantia com companhias do Peru, Bogotá (Colômbia), Argentina, México, dentre outros players internacionais que também somam montantes elevados em importância segurada para fazer frente às obras e projetos fora do território brasileiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A exposição da suíça Zurich à Odebrecht, por exemplo, sobe de menos de R$ 5 milhões para R$ 53,143 milhões, considerando apólices emitidas pela Zurich Argentina e a Zurich Insurance. Apesar do montante ser pequeno, a companhia é a que detém o maior número de contratos, com mais de 70 apólices incluídas na lista de credores da Odebrecht.

Também integra a lista de credores do grupo a sua própria corretora de seguros, com mais de R$ 1 milhão a receber. Procuradas, as seguradoras mencionadas não comentaram. A Odebrecht não se pronunciou. A Berkley informou que está "apurando os valores por isso não irá se posicionar neste momento".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PREPAREM OS BOLSOS

Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP

11 de dezembro de 2025 - 20:11

Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos

UM TRUNFO E UM PROBLEMA

A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA

11 de dezembro de 2025 - 19:46

Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta

CORRIDA ESPACIAL

Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla

11 de dezembro de 2025 - 19:00

Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história

APETITE VORAZ

Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia

11 de dezembro de 2025 - 18:35

O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa

O QUE TER NA CARTEIRA

As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio

11 de dezembro de 2025 - 17:45

O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras

VENTANIA EM SP

Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado 

11 de dezembro de 2025 - 16:30

O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)

TEM JEITO DE BANCO, NOME DE BANCO...

Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo

11 de dezembro de 2025 - 15:06

A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões

GRANA PESADA

Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas

11 de dezembro de 2025 - 12:43

De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic

DESAFIOS GLOBAIS

Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026

11 de dezembro de 2025 - 9:37

Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento

NA CONTA DOS ACIONISTAS

Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027

11 de dezembro de 2025 - 9:00

Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira

PREPAREM O BOLSO

Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos

10 de dezembro de 2025 - 20:05

A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas

MATILHA CRESCENDO

Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP

10 de dezembro de 2025 - 18:46

A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove

SOCORRO A CAMINHO

Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal

10 de dezembro de 2025 - 16:54

Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro

CONSTRUINDO VALOR AO ACIONISTA

Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?

10 de dezembro de 2025 - 14:58

A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)

ALÔ, ACIONISTAS

Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança

10 de dezembro de 2025 - 13:32

A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil

EMPREENDEDORISMO

Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento

10 de dezembro de 2025 - 12:56

No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados

ADEUS, PENNY STOCK

Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?

10 de dezembro de 2025 - 9:57

Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização

ESTÁ DECIDIDO

Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos

10 de dezembro de 2025 - 9:01

O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual

GRANA NO BOLSO

Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos

9 de dezembro de 2025 - 20:28

Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento

PIOR QUE A ENCOMENDA

Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação

9 de dezembro de 2025 - 18:51

O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar