Nubank entra no setor corporativo com conta para pequenas empresas
Empresas selecionadas terão de, obrigatoriamente, ter um único dono, que seja cliente do Nubank na pessoa física. A empresa já conta com meio milhão de clientes na base da própria fintech com essas características
A fintech brasileira Nubank está entrando no mundo corporativo. A partir desta terça, 16, a startup começa um projeto piloto para oferecer conta corrente para pequenas empresas, com foco em profissionais autônomos e microempreendedores individuais (MEIs), público que por muitos anos foi desprezado pelos grandes bancos no País.
O teste começará com um universo de até 10 mil clientes. As empresas selecionadas terão de, obrigatoriamente, ter um único dono, que seja cliente do Nubank na pessoa física. Com esse perfil, há meio milhão de clientes na base da própria fintech. Mas a ideia é ir além. O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de pessoas jurídicas, segundo a Receita Federal.
“Não temos pretensão de atender grandes empresas, com necessidades mais sofisticadas”, diz Cristina Junqueira, cofundadora e vice-presidente do Nubank, ao Estadão/Broadcast. “Nosso objetivo é atender bem o segmento de micro e pequenas, a grande maioria do universo corporativo e um público muito negligenciado.”
A conta corrente para pessoa jurídica do Nubank começa com uma versão básica, com transferências financeiras entre usuários da fintech e de outros bancos, pagamento de contas e impostos, além de pagamento de boletos. O cartão de débito virá na sequência, possivelmente antes do fim do ano.
O custo da conta pessoa jurídica ainda não está fechado. A ideia, segundo Cristina, é replicar a NuConta, de pessoa física e usada por mais de 7 milhões de brasileiros, com cobrança apenas para saques.
Estratégia
Com a conta de pessoa jurídica, o Nubank quer entrar nas áreas de pagamentos e de crédito. Carlos Daltozo, diretor de renda variável da casa de análise financeira Eleven Financial, diz que, com a iniciativa, o Nubank passará a precisar de uma capacitação de análise de crédito mais profunda do que em relação às pessoas físicas. “Além disso, é um mercado com competição intensa e que exige um conhecimento diferente do que o Nubank tem hoje”, afirma.
Leia Também
Segundo Cristina, os testes ajudarão o Nubank a ter massa crítica para entender e conhecer melhor as demandas das pequenas empresas. Nesta primeira fase, a fintech não traçou restrição para clientes. Eles podem ser médicos, manicures ou outros profissionais. Independente do faturamento, todos são alvos do Nubank, desde que preencham os requisitos de pequenos empreendedores e profissionais liberais.
As pequenas empresas são hoje, nas palavras de Cristina, as “últimas na fila do pão” em uma crítica clara ao desprestígio desse público junto às grandes instituições financeiras no País. O próprio Nubank, segundo ela, sentiu na pele a dificuldade de abrir uma conta pessoa jurídica para sua operação. À época, tentou os bancos HSBC, adquirido pelo Bradesco, e Itaú Unibanco. “Estou até hoje esperando: o HSBC já foi vendido e a conta não foi aberta”. diz “No fim, conseguimos abrir uma conta do Nubank no Itaú, mas foi suado”. Detalhe: Cristina tinha acabado de deixar o Itaú e ainda contava com relacionamentos no banco que a ajudaram.
De acordo com ela, o Nubank quer “sanar” a dor que sentiu e também afeta seus clientes. Uma busca de e-mails na base da startup identificou 800 mil e-mails com pedidos para o lançamento de uma conta de pessoa jurídica.
Prestes a completar cinco anos de seu cartão, popularmente conhecido como roxinho, o Nubank segue em crescimento acelerado, mas descarta se tornar um banco completo. A licença para atuar como financeira já basta, segundo Cristina.
Maior fintech da América Latina, avaliada em US$ 4 bilhões, o Nubank, por enquanto, se diz fechado a eventuais compradores. A startup passou a marca de 10 milhões de clientes mês passado com seu cartão de crédito e espera 14 milhões de pessoas em sua base até o fim do ano.
O ritmo de crescimento, diz ela, justifica os resultados ainda no vermelho, quadro que não deve mudar até o próximo ano. “Se pararmos de crescer, os clientes antigos já dão dinheiro. É realmente uma discussão de atender os milhões de pessoas batendo na nossa porta ou parar de crescer para dar resultado. Não faz sentido”, diz.
O Nubank, segundo ela, não sente pressão para atingir o ponto de equilíbrio nem dos sócios nem do Banco central (BC). “O regulador entende suficientemente do nosso negócio para não achar que estamos rasgando dinheiro e abrindo um poço sem fundo”, afirma Cristina.
Para continuar crescendo no Brasil, contudo, o Nubank diz não precisar de mais recursos. Listar ações na bolsa também não está nos planos, ao menos por ora. Desde que foi fundada, em 2013 pelo colombiano David Vélez, já captou US$ 420 milhões junto a nomes como a da gigante chinesa Tencent, dona do WeChat, e fundos como Sequoia Capital e Ribbit Capital.
Lá fora
Já para dar sequência à expansão internacional, com foco na América Latina, o Nubank considera levantar recursos. Atualmente, está no México e na Argentina. O próximo destino é guardado sob sigilo.
Em paralelo à trajetória de crescimento, a startup está preocupada com a reputação e a sustentabilidade de seu negócio. Nesse contexto, remodelou a estrutura de governança corporativa. Como membro independente do comitê de riscos que criou, trouxe o ex-presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, que construiu sua carreira no Banco do Brasil. Ele atuará como consultor, assim como o ex-BC Gustavo Franco. Trazer “cabelos brancos” para o Nubank, na visão de Cristina, ajudará a identificar oportunidades, mas também riscos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões