Os mercados emergentes receberam US$ 22,5 bilhões em fluxo de portfólio em outubro, segundo estimativas preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF). As ações ficaram com US$ 1,2 bilhão e os mercados de dívida concentram US$ 21,3 bilhões. Em setembro, o ingresso tinha ficado na casa dos US$ 38 bilhões.
Em relatório, o IIF reconhece a melhora de ambiente em função do avanço nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, mas chama atenção para o fato de que os cortes de juros feitos pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano, não mostram o impacto sobre a cotação das moedas emergentes.
O esperado seria um movimento mais firme de desvalorização do dólar. Para o IIF, o que pode explicar essa reação mais tímida que a esperada é o fato de que nos últimos 10 anos os emergentes já receberam massivas quantidades de dinheiro, reflexo das políticas adotadas desde a crise de 2008/2009. Há uma “ressaca de posicionamento”.
A instituição está entre aquelas que enxerga o copo meio cheio em termos de crescimento global, mas mostra preocupação com a persistente fraqueza das moedas emergentes ante o dólar.
Segundo o IIF é possível elencar uma série de fatores que explicaram essa fraqueza das moedas, como tensões geopolíticas e queda no preço das commodities. Mas há um denominador comum que é a queda no fluxo de não residentes para o conjunto de emergentes (ex-China), que se mostra menos robusto mesmo diante de catalisadores positivos.
O IIF também tem uma medida ampliada de fluxo estrangeiro, considerando captações bancárias e investimento direto. Os dados referentes ao mês de setembro mostram saída líquida de US$ 31,4 bilhões, praticamente o dobro do volume registrado em agosto. A China responde por quase 50% dessa fuga de capital (US$ 17,3 bilhões).