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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Índice de volta aos 104 mil pontos

Tensão no Oriente Médio? ‘Don’t worry, be happy’, canta o Ibovespa

Apesar das instabilidades no exterior, o Ibovespa conseguiu fechar em alta firme e chegou ao maior nível desde 18 de julho. O bom desempenho das ações dos bancos, varejistas e construtoras compensou a queda da Petrobras

Victor Aguiar
Victor Aguiar
17 de setembro de 2019
10:34 - atualizado às 14:29
Bull market Ibovespa bolsa dólar
O Ibovespa subiu, retomou o nível dos 104 mil pontos e se aproximou do topo histórico - Imagem: Shutterstock

No início da semana, tudo levava a crer que o Ibovespa e as bolsas globais teriam dias de estresse pela frente. Ataques às refinarias de petróleo na Arábia Saudita, tensão no Oriente Médio, decisões de juros nos EUA e no Brasil na quarta-feira (16)... com esse noticiário, era de se esperar que a aversão ao risco tomasse conta das negociações.

Mas, enquanto o mundo se debruçava em mais uma possível crise do petróleo, um assovio começou a ressoar pela sala dos mercados financeiros. E quem estava lá, no canto, todo tranquilo, era o Ibovespa — mostrando que não estava tão preocupado assim com o clima lá fora.

O principal índice da bolsa brasileira até arriscou alguns versos:

Here's a little song I wrote
You might want to sing it note for note
Don't worry, be happy

E, de fato, o Ibovespa seguiu à risca o conselho de Bobby McFerrin: não se preocupou e foi feliz na sessão desta terça-feira (17). Tanto é que encerrou o pregão em alta de 0,90%, aos 104.616,86 pontos, praticamente na máxima do dia — é o maior nível de encerramento desde 18 de julho.

Vale lembrar que na segunda-feira (16), dia em que os mercados financeiros enfrentaram enorme pressão por causa do noticiário do Oriente Médio, o Ibovespa também fechou em alta — ok, um ganho modesto de 0,17%, mas, ainda assim, um desempenho positivo.

É claro que a forte volatilidade vista no petróleo nos últimos dias afetou a bolsa brasileira, especialmente as ações da Petrobras. No entanto, analistas e operadores destacam que, em meio à nebulosidade vista lá fora, os agentes financeiros colocaram as fichas nas empresas mais expostas à economia doméstica.

Além disso, há ampla confiança de que o Copom irá promover um novo corte de 0,5 ponto na Selic na reunião de amanhã, levando a taxa básica de juros a um novo piso histórico, de 5,5% ao ano — por aqui, há o entendimento de que a redução ajudará a injetar ânimo na atividade local.

Mas, independente desse contexto, vamos entender melhor a dinâmica desta terça-feira. Afinal, notícias vindas da Arábia Saudita provocaram intensa movimentação nos ativos globais — embora o Ibovespa tenha permanecido tranquilão, sem se preocupar...

Petróleo nos holofotes

Assim como ontem, a situação no Oriente Médio dominou as atenções dos mercados financeiros. Contudo, o noticiário contribuiu para amenizar parte das preocupações dos agentes financeiros em relação à dinâmica de preços do petróleo.

Ainda durante a manhã, uma notícia da agência Reuters afirmava, citando fontes ligadas à Saudi Aramco — a petroleira saudita cujas refinarias foram alvo de ataques aéreos no fim de semana —, que a produção de petróleo do país voltaria ao ritmo normal entre duas e três semanas.

Essa previsão surpreendeu positivamente o mercado, uma vez que analistas e especialistas acreditavam que levaria meses para que a Arábia Saudita conseguisse voltar a produzir petróleo nos níveis de antes do ataque. Com isso, os preços da commodity passaram a cair com maior força, dada a perspectiva de retomada da oferta do produto.

Durante a tarde, as autoridades sauditas deram declarações confirmando o noticiário — o governo local disse que o país irá restaurar "em breve" a maior parte de sua produção de petróleo, ressaltando ainda que o fornecimento da commodity aos clientes já está nos patamares normais.

Com isso, as cotações do petróleo recuaram ainda mais: o Brent terminou o dia em queda de 6,48%, enquanto o WTI recuou 5,66%. Vale lembrar, contudo, que os preços saltaram mais de 14% na segunda-feira (16) — assim, apesar da baixa de hoje, a commodity ainda não voltou ao patamar da semana passada.

As sinalizações oficiais serviram para acalmar parcialmente o mercado, dando a entender que a dinâmica do petróleo tende a se normalizar no curto prazo. No entanto, as incertezas quanto a uma potencial escalada nas tensões no Oriente Médio continuaram inspirando cautela aos agentes financeiros.

Assim, as bolsas americanas não conseguiram engatar ganhos relevantes, de olho em eventuais notícias que possam dar maior clareza a respeito da situação na região — rebeldes do Iêmen assumiram a autoria aos ataques às instalações da Aramco, mas a Arábia Saudita e os EUA acusam o Irã de estar por trás das ações.

Ao fim do dia, o Dow Jones teve leve alta de 0,13%, o S&P 500 subiu 0,26% e o Nasdaq registrou ganho de 0,40%. Com isso, os dois primeiros índices seguem acumulando desempenho negativo na semana, enquanto o terceiro conseguiu virar e, agora, tem ligeira valorização nos dois primeiros pregões da semana.

Otimismo local

A correção nos preços do petróleo puxou as ações da Petrobras ao campo negativo: os papéis PN da estatal (PETR4) caíram 1,32%, enquanto os ONs (PETR3) recuaram 1,55%, entre os piores desempenhos do Ibovespa nesta terça-feira.

Os ativos da Petrobras não reagiram apenas às cotações da commodity. Os agentes financeiros também mostraram-se receosos em relação à política de preços da companhia: ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse ter conversado com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e afirmou que a estatal não deve mudar o preço dos combustíveis no momento.

De acordo com Bolsonaro, a tendência é seguir o preço internacional, mas como o evento é atípico, a Petrobras não deve mudar o preço. A declaração volta a levantar dúvidas quanto à política de preços da estatal e a real capacidade da empresa repassar as oscilações do dólar e do petróleo aos seus produtos.

"A Petrobras fica entre a cruz e a espada. Ou ela agrada os caminhoneiros, ou agrada o mercado — e eu acho que, no momento, ela vai agradar os caminhoneiros", disse um operador, que prefere não ser identificado.

Mas, apesar das perdas nas ações da estatal, o Ibovespa conseguiu registrar ganhos expressivos, influenciado pelo bom desempenho dos papéis de empresas mais expostas ao cenário doméstico. Nesse grupo, destacaram-se os ativos do setor bancário e das varejistas.

Entre os bancos, Bradesco PN (BBDC4) subiu 2,67%, Bradesco ON (BBDC3) avançou 1,17% e Banco do Brasil ON (BBAS3) teve alta de 1,39%; já as units do Santander Brasil (SANB11) e as ações PN do Itaú Unibanco (ITUB4) tiveram ganhos 1,35% e 0,37%, respectivamente.

No varejo, Lojas Americanas PN (LAME4) e B2W ON (BTOW3) foram os destaques, com altas de 2,52% e 1,47%, nesta ordem. Também fecharam em alta Lojas Renner ON (LREN3) (+1,50%) e Via Varejo ON (VVAR3) (+0,29%)

Para Gabriel Machado, analista da Necton, os agentes financeiros mostraram-se mais otimistas em relação às empresas mais ligadas ao mercado interno. Considerando a nebulosidade no exterior e as perspectivas ainda positivas em relação à economia doméstica, essas empresas acabaram tendo a preferência dos investidores.

Também entre as empresas domésticas que foram indo bem na bolsa, atenção para os setores de construção civil e de shoppings centers. No primeiro, MRV ON (MRVE3) disparou 7,12% e liderou os ganhos do Ibovespa, enquanto Cyrela ON (CYRE3) subiu 4,72%; no segundo, Iguatemi ON (IGTA3) e Multiplan ON (MULT3) avançaram 2,93% e 2,39%, respectivamente.

Fed e Copom no horizonte

Toda a instabilidade no petróleo ocorre às vésperas das decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Copom — as taxas de juros dos dois países serão conhecidas nesta quarta-feira (18). E, embora os mercados apostem em cortes nos dois países, a tensão no Oriente Médio eleva o nervosismo dos agentes financeiros.

Afinal, ainda há incerteza quanto aos eventuais efeitos da volatilidade nos preços da commodity para a economia global — caso o preço do petróleo mantenha-se em níveis elevados, há quem fale em maiores pressões inflacionárias, mas também há quem acredite numa redução maior do ritmo da atividade mundial.

Assim, por mais que a maior parte dos mercados continue acreditando num novo corte de 0,25 ponto nos juros dos EUA, as instabilidades na cotação do petróleo fazem com que os agentes financeiros mostrem-se mais cautelosos, temendo que esse novo fator de incerteza faça com que o Fed opte por uma postura mais cautelosa.

No Brasil, há maior segurança quanto a mais um corte de 0,50 ponto na Selic, levando a taxa básica de juros para uma nova mínima histórica de 5,5% ao ano. "Se vier algo diferente [desses cortes nos juros dos EUA e do Brasil], aí sim o mercado como um todo vai sentir", diz um operador.

Dólar e juros caem

Por aqui, o dólar à vista perdeu força e fechou em queda de 0,29%, a R$ 4,0773. As sinalizações das autoridades sauditas contribuíram para trazer alívio ao câmbio, com a divisa americana passando a cair com maior intensidade em relação às divisas fortes.

Na comparação com as divisas de países emergentes, o comportamento do dólar foi semelhante. Embora a moeda americana tenha se mantido em alta em relação ao peso chileno, ao rublo russo e ao rand sul-africano, houve uma redução nos ganhos ao longo da tarde. Já o peso mexicano acompanhou o real e se valorizou.

Já as curvas de juros fecharam em baixa firme, dada a expectativa de corte da Selic em 0,5 ponto na reunião de amanhã do Copom. Entre os DIs mais curtos, os com vencimento em janeiro de 2020 recuaram de 5,21% para 5,19%, e os para janeiro de 2021 caíram de 5,26% para 5,21%.

No vértice longo, as curvas para janeiro de 2023 foram de 6,38% para 6,27%, e as com vencimento em janeiro de 2025 terminaram em queda de 6,97% para 6,84%.

Aéreas se recuperam

Voltando ao Ibovespa, outro setor que foi bem é o de empresas aéreas. Se ontem esses papéis foram penalizados pela disparada do petróleo, hoje eles subiram forte, respondendo ao recuo da commodity.

Gol PN (GOLL4), por exemplo, avançou 5,55%, enquanto Azul PN (AZUL4) teve ganho de 3,09%, ambas entre as maiores altas do Ibovespa. As companhias aéreas são especialmente sensíveis às oscilações do petróleo, uma vez que o preço do combustível de aviação — uma das principais despesas dessas empresas — dependem do valor da commodity.

Acesso facilitado

A Unidas, empresa de aluguel de veículos, anunciou um desdobramento de seus papéis, na proporção de um para três — a medida tem como objetivo aumentar a liquidez de seus ativos na bolsa. E o mercado reagiu bem à novidade: as ações ON da empresa (LCAM3) fecharam em alta de 1,11%, a R$ 52,70. No ano, os papéis já sobem mais de 40%

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