Após as quedas recentes, o Ibovespa se recuperou e escalou de volta aos 101 mil pontos
Sinais de avanço nas negociações comerciais entre EUA e China, somados ao acordo no Congresso para destravar a tramitação da Previdência no Senado, deram forças ao Ibovespa
Recentemente, eu comecei a praticar escalada esportiva. E, nas poucas aulas que tive até agora, já aprendi que chegar ao topo é bem mais difícil do que parece — é melhor se acostumar com escorregões, quedas e pisadas em falso. Mas, caso você fracasse e não consiga subir até o fim, há um consolo: sempre é possível tentar novamente.
O Ibovespa sofreu um tombo feio nos últimos dias, indo parar abaixo do nível dos 100 mil pontos na última terça-feira (9). Mas, como um bom escalador, não desistiu: prendeu seus equipamentos de segurança, passou pó de magnésio nas mãos e começou a subir a parede mais uma vez.
E, nesta quarta-feira (9), o principal índice da bolsa brasileira conseguiu atingir novamente um ponto elevado — mais precisamente, 101.248,78 pontos, uma alta de 1,27% em relação ao pregão de ontem. Assim, a perda do patamar dos três dígitos pelo Ibovespa durou apenas uma sessão.
É verdade que o mercado acionário local teve parceiros importantes na escalada de hoje: as bolsas americanas, que também subiram com vigor — o Dow Jones fechou em alta de 0,70%, o S&P 500 avançou 0,91% e o Nasdaq terminou o dia com ganho de 1,02%. Mas fatores domésticos também ajudaram a dar impulso ao Ibovespa.
Por aqui, o noticiário político foi um fator importante para incentivar o índice brasileiro. O fechamento de um acordo no Congresso para destravar a tramitação da reforma da Previdência no Senado teve papel importante para melhorar o ânimo do Ibovespa, que vinha de duas baixas consecutivas.
No mercado de câmbio, o dólar à vista até chegou a operar em baixa no início do dia, mas terminou a sessão em alta de 0,27%, a R$ 4,1028, na contramão do exterior — na mínima, foi a R$4,0715 (-0,49%). Lá fora, a moeda americana teve um ligeiro viés de queda em relação às divisas fortes e as de países emergentes.
Leia Também
3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
Um caminho mais fácil
O tom mais otimista visto nas bolsas se deve aos sinais de avanço nas negociações entre americanos e chineses, às vésperas do encontro oficial entre autoridades de alto escalão dos dois países. Por mais que as sanções impostas pelo governo dos EUA a uma lista de empresas de tecnologia da China tragam desconforto, há indícios de que as potências tentam criar bases mais amigáveis para o diálogo.
Mais cedo, a Bloomberg noticiou que a delegação de Pequim estaria aberta a fechar algum tipo de acordo caso o presidente dos EUA, Donald Trump, alivie as ameaças de elevação de tarifas às importações do país. Além disso, o Financial Times afirmou que os chineses propuseram um aumento nas compras anuais de soja americana.
Essas duas informações elevaram o otimismo dos mercados quanto a um potencial desfecho positivo para as negociações da guerra comercial, o que justificou a menor aversão ao risco nas operações globais. Como resultado, as bolsas ganharam força nesta quarta-feira e escalaram para níveis mais altos, inclusive o Ibovespa.
"A China parece estar se encaminhando para um acordo com os EUA, mesmo depois das últimas restrições", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, ressaltando, contudo, que o noticiário de hoje trouxe apenas um alívio momentâneo ao cenário externo, já que ainda há preocupação quanto à desaceleração da economia global.
Visão do topo
Por aqui, também foi motivo de comemoração o fechamento de um acordo no Congresso em torno da distribuição de recursos do megaleilão do petróleo para Estados e municípios. Com isso, há a expectativa de que a tramitação da reforma da Previdência no Senado volte a andar — o texto, agora, deverá ser votado em segundo turno no dia 22.
A pauta da Previdência voltou ao radar dos mercados nos últimos dias, dadas as dificuldades encontradas pela proposta no Senado. O texto-base foi aprovado em primeiro turno pelos senadores, mas sofreu com uma desidratação adicional que não estava precificada pelos agentes financeiros.
Além disso, o cronograma da tramitação foi adiado — originalmente, a Previdência seria votada em segundo turno até o dia 10. E, com os novos atritos entre governo e Congresso a respeito da partilha dos recursos do leilão, havia o temor de que o impasse travaria a pauta por ainda mais tempo.
Assim, o acerto entre os parlamentares abre caminho para a votação definitiva do texto das novas regras da aposentadoria — o que permitirá que outros itens da pauta econômica defendida pelo governo, como a reforma tributária, comecem a ser discutidos com maior firmeza.
"O cenário externo é o principal influenciador do movimento do Ibovespa hoje, mas, aqui dentro, a política também não atrapalha", diz Passos, lembrando que, há pouco, o Congresso aprovou o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020.
Por fim, analistas e operadores ressaltaram que o noticiário a respeito do possível rompimento entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, foi monitorado de perto pelo mercado. "Traz um ruído, já que há pouco alinhamento entre o Bolsonaro e os parlamentares, e a saída dele do PSL poderia diminuir mais o capital político dele".
Juros descendo a parede
As curvas de juros fecharam em baixa nesta quarta-feira, tanto na ponta curta quanto na longa, reagindo ao recuo de 0,04% na inflação medida pelo IPCA em setembro — o menor resultado para o mês desde 1998. E, com a inflação sob controle, cresce a percepção de que o Banco Central tem espaço para promover mais cortes na Selic.
Assim, os DIs para janeiro de 2021 caíram de 4,81% para 4,71%; no vértice mais extenso, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 5,97% para 5,83%, enquanto as para janeiro de 2025 foram de 6,61% para 6,48%.
Saltos e quedas
As ações da Petrobras e do setor bancário tiveram altas firmes nesta quarta-feira, dando força ao Ibovespa como um todo. Os papéis PN da estatal (PETR4) subiram 1,92% e as ONs (PETR3) avançaram 2,52%, com o mercado reagindo bem à aprovação, pelo TCU, do edital do megaleilão da cessão onerosa, a ser realizado em 6 de novembro.
Entre os bancos, destaque para Itaú Unibanco PN (ITUB4), com ganho de 1,59%; Bradesco ON (BBDC3), em alta de 3,99%; Bradesco PN (BBDC4), com valorização de 2,85%; e Banco do Brasil ON (BBAS3), com avanço de 2,77%.
Na ponta negativa, o setor de frigoríficos despontou com as maiores quedas do índice: JBS ON (JBSS3) caiu 3,92% e BRF ON (BRFS3) recuou 1,64%, em meio à notícia de que senadores dos EUA estariam solicitando uma revisão dos negócios feitos pela JBS nos últimos anos, dado o envolvimento da empresa em escândalos de corrupção.
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
