A economia americana deu um sinal de força e impulsionou o Ibovespa aos 108 mil pontos
O Ibovespa e as bolsas globais ganharam tração nesta sexta, em meio à surpresa positiva com os dados do mercado de trabalho dos EUA
Os mercados globais encerraram a sessão da última quinta-feira (31) com a pulga atrás da orelha. Afinal, teve ampla repercussão a notícia de que a China não estaria muito empolgada com as negociações comerciais com os EUA no longo prazo — e, com isso, o Ibovespa e as bolsas americanas amargaram perdas.
E, sem nenhum comunicado oficial desmentindo esse desânimo dos chineses, os agentes financeiros não tinham lá muitos motivos para aumentar a exposição ao risco e voltar à ponta compradora nesta sexta-feira (1). Era preciso um empurrãozinho...
E ele veio: como quem não quer nada, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos reportou dados surpreendentemente fortes da geração de empregos no país. Tão potentes que não apenas tiraram os mercados da inércia: eles arremessaram as bolsas globais ao campo positivo, levando o Ibovespa para perto das máximas.
O principal índice da bolsa brasileira chegou a subir 1,19% no melhor momento do dia, aos 108.496,08 pontos, um novo recorde intradiário. Ao fim do dia, o Ibovespa perdeu intensidade, fechando em alta de 0,91%, aos 108.195,63 pontos — a máxima de encerramento é de 108,407,54 pontos, registrada na última quarta-feira (30). Com isso, o índice encerrou a semana com um ganho acumulado de 0,77%.
Nos Estados Unidos, as bolsas tiveram um comportamento semelhante: o S&P 500 avançou 0,95%, aos 3.066,36 pontos e o Nasdaq teve ganho de 1,13%, aos 8.386,40 pontos, atingindo novos recordes de fechamento; o Dow Jones encerrou em alta de 1,11%, aos 27.347,26 pontos. Os três índices também terminaram a semana no azul.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou em baixa de 0,36% a R$ 3,9949, acumulando perda de 0,32% na semana. Lá fora, a moeda americana perdeu força em relação às divisas de países emergentes, como o peso mexicano o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Força bruta
Mais cedo, o Departamento de Trabalho dos EUA reportou a criação de 128 mil novos empregos no mês passado — a mediana das expectativas dos analistas consultados pela rede americana CNBC apontava para uma abertura de 75 mil postos. A taxa de desemprego teve uma ligeira alta: de 3,5% em setembro para 3,6% em outubro.
Os números do mercado de trabalho americano foram comemorados pelos agentes financeiros por demonstrarem um sinal de força da economia dos Estados Unidos, em meio aos temores quanto aos possíveis impactos negativos da guerra comercial com a China para a atividade do país.
O dado, inclusive, foi comentado com entusiasmo pelo presidente americano, Donald Trump. Via Twitter, ele afirmou que os números do mercado de trabalho foram "um estouro" e que superaram facilmente as expectativas:
Wow, a blowout JOBS number just out, adjusted for revisions and the General Motors strike, 303,000. This is far greater than expectations. USA ROCKS!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 1, 2019
O resultado mais forte do mercado de trabalho americano fez com que os agentes financeiros recuperem a confiança perdida na sessão passada, quando sinalizações pouco animadoras por parte da China em relação às negociações comerciais com os Estados Unidos fizeram o Ibovespa e as bolsas globais amargarem perdas.
Por aqui, o mercado também repercutiu o resultado mais fraco da produção industrial do Brasil em setembro: o indicador avançou 0,3% na comparação com agosto, ficando abaixo das expectativas dos analistas. Esse dado, assim, mostrou que a economia local segue mostrando dificuldades para ganhar tração.
E, com essa percepção, o mercado voltou a apostar na continuidade dos movimentos de corte da Selic, de modo a estimular a atividade doméstica — o que se refletiu nos ajustes negativos verificados nas curvas de juros.
Os DIs com vencimento em janeiro de 2021, por exemplo, caíram de 4,48% para 4,47%; na ponta longa, as curvas para janeiro de 2023 recuaram de 5,41% para 5,37%, e as para janeiro de 2025 foram de 6,03% para 5,98%.
Animação no Ibovespa
A maior parte das ações do Ibovespa terminou em alta nesta sexta-feira, com destaque para as mineradoras e siderúrgicas: Vale ON (VALE3) avançou 2,63%, CSN ON (CSNA3) teve ganho de 1,10%, Gerdau PN (GGBR4) valorizou 3,57% e Usiminas PNA (USIM5) subiu 2,20%.
O índice de atividade industrial da China, medido pelo grupo Caixin, subiu para 51,7 em outubro, maior leitura desde 2017. Esse dado é importante por mostrar que as indústrias chinesas estão com a demanda aquecida, e, consequentemente, as compras de minério de ferro e de aço pelo país tendem a aumentar.
Outro destaque foi Suzano ON (SUZB3), com ganho de 7,26%. Apesar de a companhia ter encerrado o trimestre com um prejuízo de R$ 3,4 bilhões, analistas elogiaram os dados operacionais da empresa entre julho e setembro, o que dá suporte ao desempenho positivo das ações.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
