Pilares de Bolsonaro no eixo do Centrão – apesar das ruas
Maia e Alcolumbre são filiados ao DEM e exercem dois dos mais altos cargos da República; nesta semana, eles terão em suas mãos os pilares do governo Bolsonaro

Sete anos e uma semana os separam na idade, mas eles não chegaram aos 50. Ambos têm nomes longos, liderança, ambição e brigam com a balança. O primeiro está na política há 21 anos, o segundo há 18. Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia e Davi Samuel Alcolumbre Tolebem são filiados ao Democratas (DEM) – partido eixo do Centrão – e exercem dois dos mais altos cargos da República. Maia preside a Câmara, Alcolumbre o Senado. Nesta semana, eles terão em suas mãos os pilares do governo Bolsonaro. A agenda está dada e pede urgência. A despeito das ruas e das manifestações deste domingo.
Na terça-feira (28), Alcolumbre preside a sessão do Plenário do Senado que votará a Medida Provisória 870 da reforma administrativa. Se essa MP não for aprovada até a sexta, levará ao desmonte de parte do ministério, mas sobretudo das pastas-chave do atual governo: Ministério da Economia e Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O Ministério da Economia agregou as pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria e Trabalho. O Ministério da Justiça agregou a Segurança Pública.
E a questão nevrálgica da reforma administrativa é parte desse troca-troca. A MP originalmente transferiu o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da pasta da Economia para a Justiça. Contudo, a comissão especial do Senado devolveu o Coaf para a Economia sob protestos de parte dos políticos e contrariando a preferência do presidente Jair Bolsonaro.
A Câmara, embora com placar apertado, chancelou a “devolução” do Coaf que o governo, provavelmente com destaque a ser apresentado na votação em Plenário, na terça, tentará desfazer. E é exatamente aqui – no risco de mais uma decisão ser subordinada à Câmara para nova votação – que mora a possibilidade de a MP 870 expirar em 3 de junho, desmontando os pilares do governo.
As reformas administrativa e previdenciária são indissociáveis se avaliadas pela representatividade dos ministros envolvidos diretamente com a evolução das votações: Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia).
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Ambos são vistos como fiadores do governo Bolsonaro. Enquanto Moro representa o combate à corrupção e tem forte apelo à sociedade no todo, Guedes é unanimidade no mercado financeiro como o economista capaz de oxigenar a política econômica brasileira em função do seu perfil liberal.
Nos últimos 15 dias, porém, as relações entre os dois ministros e o presidente da República azedaram e explicaram maior volatilidade dos ativos financeiros.
A revelação feita por Bolsonaro de que teria o compromisso de indicar Moro à próxima vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) jogou os holofotes sobre o juiz. Maiores repercussões foram contidas porque Sergio Moro saiu de cena nos últimos dias e contrariado por ter “perdido” o Coaf – órgão fundamental às investigações da Lava Jato e da qual Moro é o principal representante.
A .Map - Mapeamento, Análise e Pesquisa informou ao Seu Dinheiro que a aprovação a Sergio Moro teve leve alta em maio, para 46%. A possível ida do ministro para a futura vaga do Supremo Tribunal Federal, repercutiu pouco nas redes sociais. Em contraponto, nas manifestações nas redes sociais sobressai o apoio para que o Coaf permaneça no Ministério da Justiça”, explica Marilia Stabile, diretora geral da consultoria.
Comparação na ponta da língua
Na última sexta-feira (24), o ministro Paulo Guedes (Economia) ganhou os holofotes ao indicar à revista Veja que sairia do governo caso a reforma da Previdência trouxesse economia inferior a R$ 800 milhões. Edu Campos relata que a declaração de Guedes não teve tom de ameaça.
Mas, em reação às declarações do ministro, Bolsonaro disse “ninguém é obrigado a continuar como ministro meu”. O presidente acrescentou, porém, que Paulo Guedes está vendo uma catástrofe se a reforma não for aprovada muito próxima à enviada ao parlamento. “E concordo com ele”, disse.
“A reforma da Previdência, que tinha presença residual nas redes sociais na gestão passada, se firma no debate do brasileiro. Bate recorde de apoio em abril, de 62%, percentual que recua para 43% em maio”, informa Marilia, da .Map.
Ela pondera que o menor apoio à reforma neste mês reflete a maior participação neste debate de políticos de oposição e de influenciadores alinhados à esquerda. “Entre o público geral que se mostra crítico às propostas, ganha força análises que comparam que, assim como a Reforma Trabalhista de Temer não gerou empregos e que a cobrança de bagagens não reduziu o preço das passagens aéreas, a Reforma da Previdência não resolverá os problemas da economia do País.”
Embora o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Felipe Francischini (PSL-PR) tenha colocado a proposta de reforma tributária à votação e ela tenha tido sua admissibilidade aprovada – seguindo para a comissão especial --, ela ainda não ganhou relevância nos debates nas redes sociais.
Política lidera debates
“Quando observamos apenas as reformas, a da Previdência é a que mais chama atenção. As demais reformas praticamente não aparecem. No conjunto dos temas analisados, Contexto Político lidera. Nesta categoria estão incluídos o Governo Bolsonaro (manifestações de apoio ou reprovação que não aprofundam em alguma área, ou seja, não argumentam), Corrupção e Intervenção Militar. Educação é o segundo tema de maior mobilização nas redes em maio”, conclui a diretor geral da .Map.
A agência de pesquisa é proprietária do IP Brasil Opinião, um indicador desenvolvido para traduzir as opiniões da sociedade sobre a agenda nacional em três subdivisões: Política, Economia e Bem-Estar. A base de apuração corresponde a 1,2 milhão de posts diários de formadores de opinião e opinião pública.
Monitoramento realizado pela .Map para o Seu Dinheiro, na sexta-feira, mostrou que a decisão do presidente de não comparecer aos atos marcados para o domingo levaram a um recuo da discussão sobre as manifestações e a um aumento de posicionamentos críticos.
Na semana, porém, o apoio às manifestações nas redes chegou a 92%, segundo a agência de pesquisa.
“As manifestações tornaram-se o segundo assunto mais discutido da semana nas redes sociais, com 9% do total de debates. Perderam apenas para postagens genéricas sobre governo Bolsonaro, que não tratavam de áreas ou políticas específicas da atual gestão.”
A análise da .MAP mostra também que partidos de oposição e militância de esquerda optaram por não entrar nesta discussão. As postagens críticas refletem questionamentos sobre a falta de clareza da pauta das manifestações e o desconforto, por parte dos próprios apoiadores do governo, em relação à convocação.
“Pelo lado positivo, além da convocação às ruas, as manifestações surgem como pano de fundo para posts que expõem apoio à reforma da Previdência, à Reforma Administrativa e à permanência do Coaf no Ministério da Justiça.”
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