Milhares de pessoas se reuniram para protestar contra o contingenciamento de verbas para a Educação nesta quinta-feira, 30. As manifestações aconteceram em pelo menos 25 Estados e no Distrito Federal. Entre as pautas, também estavam a defesa da Previdência atual e de bandeiras como "Lula livre", embora em menor número.
Os estudantes e professores voltaram às ruas após cinco dias dos atos em favor do governo Jair Bolsonaro e em defesa das reformas, no domingo passado.
Os atos não tiveram a participação formal de legendas de oposição, mas em diversas capitais houve a participação de políticos. Foram contabilizados protestos em cerca de 100 cidades do País.
"A manifestação do dia 26 (pró-governo) foi significativa, mas não queremos comparar os dias 15, 26 e 30. São propostas diferentes. Não queremos briga de torcida", disse a presidente da UNE, Marianna Dias, durante ato no Largo da Batata, em São Paulo.
Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Praça Afonso Arinos, na região central. "Nosso recado é que não dá para suportar o corte que está sendo feito pelo governo federal. Vai atingir o dia a dia da universidade (Federal de Minas Gerais)", afirmou a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino, Cristina del Papa, para quem a UFMG deve perder R$ 65 milhões com a medida.
No Rio, os manifestantes se concentraram ao redor da Igreja da Candelária. Por volta das 18h30 seguiram em caminhada até a Cinelândia. Durante o trajeto foram entoados coros como "não é balbúrdia, é reação/é estudante defendendo a educação". Também havia faixas e cartazes com críticas a Bolsonaro e ao ministro da Educação, Abraham Weintraub.
MEC incentiva denúncia
O Ministério da Educação divulgou nota nesta quinta-feira na qual afirmou que "nenhuma instituição de ensino pública tem prerrogativa legal para incentivar movimentos político-partidários e promover a participação de alunos em manifestações".
"Com isso, professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar. Caso a população identifique a promoção de eventos desse cunho, basta fazer a denúncia pela ouvidoria do MEC", diz a nota.
O texto ainda conclui que os servidores públicos têm a "obrigatoriedade de cumprir a carga horária de trabalho" e não podem "deixar de desempenhar suas atividades nas instituições de ensino para participar desses movimentos".
MEC destaca também que "a saída de estudantes, menores de idade, no período letivo precisa de permissão prévia de pais e/ou responsáveis e que estes devem estar de acordo com a atividade a ser realizada fora do ambiente escolar".
Bolsonaro não fez menção aos atos. No último dia 15, ao falar dos protestos, ele se referiu aos manifestantes como "idiotas úteis".
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.