Fundador de startup e Arco Educação entram em disputa societária de R$ 1 bilhão
Acionista e controlador se desentenderam sobre o valor de saída do empresário Ulisses Cardinot
O empresário Ulisses Cardinot, fundador da startup de educação International School (IS), maior plataforma de ensino bilíngue do País, está em litígio com a Arco Educação, controladora do negócio, em um processo avaliado em R$ 1 bilhão, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A disputa entre as partes está em arbitragem.
Acionista e controlador se desentenderam sobre o valor de saída de Cardinot, que já tinha vendido, em dezembro de 2015, 40% da International School, startup que virou referência em ensino de língua estrangeira no País, para a EAS Educação, empresa do grupo Arco Educação.
No ano passado, a Arco captou R$ 780 milhões na Bolsa de Nasdaq, nos EUA, e adquiriu este ano também o Sistema Positivo de Ensino, por R$ 1,65 bilhão.
Depois da primeira aquisição em 2015, a EAS fez em janeiro de 2017 um outro ajuste societário: passou a deter 51,48% da IS, e Cardinot ficou com 48,52%. Pelo acordo então firmado entre as partes, Cardinot vai receber o restante dos recursos de sua saída em duas fases, com base no desempenho financeiro do grupo de ensino.
O combinado é que os pagamentos sejam feitos com base no cálculo do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da International School em dois períodos: de setembro de 2018 a setembro de 2019 e de setembro de 2019 a setembro de 2020, apurou a reportagem. O Ebitda é o principal indicador de desempenho financeiro de uma companhia. Cardinot também poderá receber parte dos recursos em ações da Arco Educação.
Com 48,52% do negócio, o acordo de saída prevê pagamento da primeira parcela em abril do ano que vem, referente à fatia de 25% nas mãos de Cardinot - os 23,52% remanescentes serão pagos em abril de 2021.
Leia Também
Nos últimos meses, contudo, os acionistas começaram a se desentender sobre os cálculos para o pagamento desse valor e a disputa foi parar na Justiça.
Os custos administrativos que a controladora cobra da IS para prestação de serviços também viraram alvo de discussão porque sofreram um alto reajuste de um ano para outro: a EAS passou a cobrar quase dez vezes mais que o ano anterior, o que levou o fundador da IS a questionar o valor pago por esses serviços.
Estratégica
Comprada pela EAS no fim de 2015, a International School foi a principal aposta do grupo de educação cearense para complementar seus negócios e avançar em ensino no País. Em 2018, o grupo de ensino registrou faturamento líquido de R$ 381 milhões, aumento de 56% sobre o ano anterior.
O Ebtida ajustado foi de R$ 142 milhões. A Arco Educação é avaliada em US$ 2,3 bilhões na Nasdaq. No dia 23, as ações da companhia encerraram o pregão em US$ 44,90, uma valorização de 101,6% desde o início do ano.
A Arco é uma das maiores companhias de educação do País, com atuação em todos os segmentos do ensino básico, infantil ao ensino médio, com mais de 500 mil alunos e 1.400 escolas privadas.
Fundada em 2006, a companhia é considerada um caso de sucesso no segmento - em 2014 recebeu aporte gigante do fundo General Atlantic, que tem pesados investimentos em outras empresas no Brasil, como XP Investimentos e rede de varejo farmacêutico Pague Menos.
Criada pelo empresário Ari de Sá Cavalcante Neto, a rede logo se expandiu no setor pelo alto índice de aprovação no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e no Instituto Militar de Engenharia (IME). Com a compra da International School, o grupo passou a ser referência também em ensino bilíngue. A família Sá Cavalcante é dona do Colégio Ari de Sá, comandado pelo pai de Neto, Oto de Sá Cavalcante.
As discussões para a saída de Cardinot do grupo começaram a criar um desgaste para o fundador da IS desde o início deste ano. No dia 10 de dezembro, a relação entre as partes azedou de vez. Em assembleia geral ordinária da companhia, Cardinot foi destituído da empresa que fundou. Ele ocupava o cargo de presidente executivo e também estava à frente do conselho de administração da International School - o acordo era que ele permanecesse no cargo até abril de 2021.
Em decisão tomada na quarta-feira, 25, o desembargador Cesar Ciampolini, da 1.ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reconduziu Cardinot ao comando da companhia.
Também nesta assembleia as contas administrativas da empresa foram aprovadas com reserva e os controladores entraram com uma ação de responsabilidade contra seu administrador. Foram pedidos esclarecimentos sobre reembolsos de plano de saúde e outros gastos com viagens, além de questionamentos de contratos entre partes relacionadas. Cardinot contestou cada item em sua defesa.
Terreno da família
Cardinot criou a startup de educação em 2009. Neste ano, o faturamento estimado é de R$ 102 milhões. A expectativa é que a receita atinja R$ 162 milhões ano que vem. Nascido em Campos dos Goytacazes (RJ), Cardinot foi criado no terreno de uma escola - fundada por seu pai. O empresário fundou seu primeiro negócio aos 14 anos: uma empresa de fogos de artifício que chegou a fazer uma venda equivalente a R$ 250 mil, em valores atuais.
Mas sua grande empreitada mesmo seria no ramo da educação, com a International School - hoje o maior sistema bilíngue do País.
A companhia atende cerca de 90 mil alunos em 23 Estados em escolas privadas.
Procurados pela reportagem, os escritórios Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweil Advogados, Foccacia Amaral Pellon e Lamonica Advogados, Huck Otranto Camargo e Rolim Fontes Advogados, que defendem Ulisses Cardinot, não quiseram comentar o assunto.
Os escritórios Pinheiro Neto Advogados e Spinelli Advogados, que defendem o grupo Arco Educação, não retornaram os pedidos de entrevista.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas