‘São 160 trimestres de receita em alta’
Mesmo com economia fraca, presidente do McDonald’s no Brasil comemora crescimento de 12% na geração de caixa no primeiro trimestre
A crise, a investida dos concorrentes e a moda das hamburguerias fizeram a maior rede de lanchonetes do mundo se mexer no Brasil. Mesmo com a fraqueza da economia, o presidente do McDonald’s no País, Paulo Camargo, comemora o crescimento de 12% na geração de caixa no primeiro trimestre.
Camargo teve de baixar preços para não perder clientes, mas, ao mesmo tempo, diz ter aumentado a receita com o lançamento de produtos “aspiracionais”, como hambúrgueres com presunto parma ou sobremesas com chocolate de marcas famosas. Com isso, conseguiu a proeza de acumular 160 trimestres seguidos de aumento do faturamento.
Apesar de lamentar a lentidão do governo com a agenda econômica, Camargo acredita que a reforma da Previdência será aprovada no segundo semestre e, com isso, a empresa vai acelerar planos de expansão com abertura de restaurantes em municípios menores. Agora, o foco são cidades de até 70 mil habitantes, como a paulista Lins ou a gaúcha Lajeado. “A gente tem o Brasil inteiro a percorrer”, disse.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
O senhor chegou à presidência do McDonald's Brasil há três anos. Foi um período difícil para a economia. A empresa sentiu essa dificuldade?
Fiquei um ano em treinamento, passando por todas as posições do restaurante. Isso gerou um caderninho de 24 páginas de anotações de coisas que fazia sentido mudar. Muitas já fizemos e há uma série em execução. Uma dessas anotações era um serviço extremamente robótico e mecânico, e mudamos isso. Qual o resultado? No primeiro trimestre, a gente mais uma vez entregou melhorias financeiras e a geração de caixa cresceu 12%.
Leia Também
Como tem sido o resultado em relação à concorrência?
Não é fácil aumentar vendas em um negócio no qual já se é líder. Para chegar ao tamanho do McDonald’s no Brasil, é preciso juntar 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e quase todo o 6.º colocado. Aumentar essa participação não é simples. Mesmo assim, as vendas nas mesmas lojas subiram 6,8%, o dobro do mercado.
Nessa época de crise, o setor tem sido agressivo em ofertas. Isso tem reduzido o lucro?
Aumentamos o valor médio dos tíquetes com criação de produtos, como os sanduíches “Signature”, linha que não existia até o fim de 2016. Outra frente está nas sobremesas. Hoje, além dos quase mil restaurantes, temos 2 mil pontos de venda só de sobremesas. Nesse segmento, estamos nos associando com marcas como a Kopenhagen, que remete a uma experiência aspiracional, de acesso a um luxo.
Então, a concorrência e a crise não prejudicam?
O fato é que, se o cliente não comer o Big Mac, ele vai comer outra coisa. É muito provável que sejamos a única empresa que, em quatro décadas ou 160 trimestres, registra faturamento que não parou de crescer. São 160 trimestres de evolução constante. Fazemos isso inovando constantemente.
Como o sr. avalia o primeiro semestre do governo?
É uma pena que esteja levando mais tempo do que o necessário, com impacto econômico. Mas seguimos confiantes que o Executivo e o Legislativo encontrarão uma maneira de resolver isso no menor espaço de tempo possível. Trabalhamos com a aprovação da Previdência no segundo semestre.
A moda das hamburguerias aumentou muito a concorrência. Isso prejudica o McDonald's?
Perto da minha casa, antigamente só havia o McDonald’s vendendo hambúrguer. Agora, são mais sete hamburguerias. Não é ruim. Para nós, gera oportunidade com o cliente que eventualmente estava gastando R$ 50 ou R$ 60 para comer um hambúrguer com batata e sua bebida favorita. Agora, ele percebe que no McDonald’s ele tem algo naquele jeitão, com ingredientes exclusivos, como o pão tipo brioche ou presunto parma. Isso tem ajudado a trazer um cliente que não frequentava, voltar ao McDonalds por um valor legal. Aumenta a frequência e permite ao cliente experimentar, mesmo que seja apenas no dia do pagamento. Ele se dá essa indulgência.
Como o McDonald's reagiu ao sucesso dos aplicativos de entrega?
É uma oportunidade. Dentro do conceito de maior conveniência, o cliente quer decidir como pedir, pagar e onde comer. Ele nos disse: quero comer meu Big Mac em casa. A verdade é que a gente relutou. Fizemos um serviço de entrega no Brasil no passado e paramos. Mas diante dos aplicativos e agregadores, temos de estar lá. Se a concorrência está, estamos também.
Com a reforma trabalhista, abriu-se a possibilidade de contratação de intermitentes. O McDonald's usa o sistema?
Não. Todos são celetistas, independente de serem mensalista ou horista. Todos têm previsibilidade e sabem quantas horas vão trabalhar naquele mês.
O Burger King abriu capital no Brasil. Qual é a chance de ter uma abertura de capital no País?
Não é algo que está sendo estudado no momento.
Quais os planos para o Brasil?
Queremos aproveitar o momento de crescimento econômico que deve ser gerado se as reformas forem aprovadas. A gente vai acelerar.
Houve um momento no qual o McDonald’s se voltou para as periferias e o interior do Brasil. Onde mais é possível explorar?
Não há nenhuma dúvida que existem ainda oportunidades de crescimento em mercados maduros, como São Paulo, mas também em cidades que antes a gente não pensava em entrar, como municípios de 70 mil habitantes. A gente tem o Brasil inteiro para percorrer.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista