Após inaugurar aeroporto, JHSF espera alcançar 5% do mercado de aviação executiva de SP em 5 anos
A JHSF ainda pretende fazer mais quatro grandes lançamentos e expansões para além do aeroporto no próximo ano
Depois de seis anos de obras, a ponte aérea de quase 72 quilômetros que separa as cidades de São Paulo e São Roque ficará cada vez mais movimentada para o CEO da JHSF Participações (JHSF3), Thiago Alonso.
Isso porque a companhia - que atua nos segmentos de incorporação, shopping, além de hotéis e restaurantes voltados para a "ultra alta renda" -, inaugurou um novo aeroporto privado voltado à aviação executiva do Brasil no último dia 16 deste mês. Mesmo evitando falar sobre projeções, Alonso diz que a expectativa da empresa é ter 200 aviões hangarados em cinco anos, ou seja, 5,1% da frota executiva de São Paulo, que é de 3942 aviões.
Para alcançar esse número, uma das prioridades da empresa será focar na comercialização de aviões a jato e na operação da frota executiva que hoje está hangarada em três aeroportos: Congonhas, Sorocaba e Jundiaí.
Mesmo sem apresentar números sobre contratos, Alonso diz que vários já foram fechados e que outros estão em fase de negociação. Mas, no documento apresentado a investidores junto ao balanço do terceiro trimestre, a empresa destaca que 30% da capacidade do aeroporto já está ocupada com a base de clientes da JHSF.
Com uma infraestrutura de grande porte, o novo aeroporto localizado às margens da rodovia Castelo Branco tem capacidade para atender 200 mil pousos e decolagens domésticos e internacionais por ano. A extensão da pista é de 2,47 km, medida superior a do aeroporto de Congonhas.
E os planos da JHSF não se resumem à aviação. Com alta de mais de 263% no acumulado do ano na bolsa, a JHSF ainda pretende fazer mais quatro grandes lançamentos e expansões para além do aeroporto, como contou Alonso em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.
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Para além do aeroporto
Apesar dos problemas envolvendo a construção do empreendimento, a companhia pretende virar a página e ir além do aeroporto em 2020. Em uma área de cerca de 90,4 mil metros quadrados dentro do terreno conhecido como Parque Catarina, a JHSF já prepara o lançamento do Catarina Resort para o ano que vem, além da expansão do Catarina Fashion Outlet, um empreendimento que hoje conta com mais de 200 marcas.
De olho nos grandes complexos que existem nos Estados Unidos em que resorts são colocados ao lado de grandes centros de compras, a JHSF pretende criar um empreendimento com cerca de 900 quartos, segundo o CEO. O projeto vai ser erguido ao lado do aeroporto e do outlet, o que deve movimentar ainda mais o fluxo de visitantes pelos próximos anos.
Para o projeto, a expectativa do CEO é que o valor geral de vendas do resort (VGV), - que indica qual é o potencial de um empreendimento imobiliário -, fique em R$ 1,2 bilhão e que o empreendimento fique pronto em 2022. A ideia é aproveitar a vocação turística da cidade para atrair visitantes.
"Fizemos uma pesquisa e aproximadamente 20% das pessoas que frequentam o shopping são de outros Estados. Há muitas pessoas do Centro-Oeste, de cidades vizinhas e do interior de São Paulo", apontou Alonso.
Além do resort, o CEO diz que a empresa fará a ampliação do Catarina Fashion Outlet em 173%. Segundo ele, o projeto prevê a expansão da área bruta locável de 30 mil metros quadrados para 70 mil metros quadrados. A Ambas as obras já fazem parte do banco de terrenos que possui a JHSF.
"Nessa fase de expansão, o shopping vai preservar sua característica de outlet, mas acrescentaremos mais opções de restaurantes, além de cinema e outros serviços de entretenimento", destacou o presidente da companhia.
Grandes complexos
E o plano da companhia não para apenas nas mudanças dentro do Parque Catarina. Com o dinheiro que adquiriu na oferta de ações feita no fim deste ano em que captou R$ 513 milhões, a JHSF pretende fazer mais expansões e inaugurações.
Entre os projetos de ampliação estão o Boa Vista, que será expandido por meio do Village Boa Vista. Alonso explica que será construído um condomínio de segunda moradia próximo a Fazenda Boa Vista com um centro comercial integrado.
A expectativa é que o valor geral de vendas (VGV) será de R$ 4,5 milhões e o prazo estimado para que tudo fique pronto é de 10 anos. O Boa Vista Village terá cerca de 217 mil m2 de área privativas e residenciais e contará, em sua fase inicial, com um centro comercial de 20 mil m2.
A ideia, segundo o projeto, é oferecer uma infraestrutura completa típica de grandes condomínios com restaurantes, cinema, teatro, escola, galerias de arte, praças, carrossel, boliche, pista de patinação no gelo, museu, igreja e supermercado.
Seguindo a mesma linha de complexos residenciais próximos a grandes centros comerciais, Alonso afirma que vai expandir também o Parque Cidade Jardim. Ele explica que o projeto envolve uma obra de conversão do estacionamento do atual shopping Cidade Jardim localizado em terreno nobre de São Paulo em área de lojas e a construção de novo espaço voltado aos carros.
"A gente acredita que as pessoas querem viver, trabalhar e consumir cada vez mais próximas de onde elas estão. Hoje, é grande o número de pessoas que trabalha nas torres comerciais do Cidade Jardim e que não querem abrir mão de estar conectado a um centro comercial com restaurantes e lojas que gosta de frequentar", destaca o CEO.
De olho no potencial dos shoppings centers, a companhia lançará também o Cidade Jardim Shops, um shopping voltado para a "ultra alta renda" e que está previsto para ser inaugurado na primeira metade de 2020 no bairro dos Jardins, em São Paulo.
Um olhar para a inovação
Atenta ao potencial dos chamados marketplaces - plataformas em que é possível encontrar lojas variadas em um só lugar - a JHSF criou o aplicativo Cidade Jardim Fashion.
Pouco mais de um ano em serviço, Alonso prefere não detalhar os números da base de usuários, apenas fala que ela vem crescendo exponencialmente.
Hoje, a plataforma oferece a possibilidade de compra on-line nas mesmas lojas que estão disponíveis no shopping Cidade Jardim com retirada na loja física, além de oferecer o serviço de personal shopper para os clientes que desejam auxílio na hora das compras.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de monetizá-la, ele diz que o foco não é esse, mas sim fidelizar o cliente e que o grande diferencial do aplicativo está no serviço de "concierge".
"Hoje, se o cliente quiser produtos fora dos que estão disponíveis na plataforma, nós conseguimos atendê-lo. Basta usar o serviço de concierge. Se optar por ele, temos o compromisso de entrega em até duas horas na cidade de São Paulo e em até dois dias para o resto do país", destaca o CEO.
De olho nas possibilidades de oferecer um serviço mais exclusivo para os clientes de ultra alta renda, a JHSF pretende fazer mais um lançamento de aplicativo: o app do grupo Fasano.
Sem passar muitos detalhes, o CEO adiantou apenas que o aplicativo estará disponível em janeiro do ano que vem. Ele vai permitir reservar hotéis e terá um chat disponível para falar com o concierge e pedir serviços exclusivos.
Segundo ele, a ideia será cada vez mais trabalhar com um programa de fidelidade em que cada compra em uma loja vai gerar pontos que poderão ser trocados por diárias de hotel ou outros produtos.
Ambas as iniciativas fazem parte do JHSF Lab, uma frente de inovação da companhia que vem desenvolvendo 18 projetos com foco em melhorar a experiência dos clientes que frequentam os espaços da companhia.
Tais projetos podem ajudar a companhia a ganhar ainda mais poder competitivo diante de outras administradoras de shoppings e a se posicionar cada vez mais como um marketplace em que é possível adquirir vários serviços de luxo em um só lugar.
Obra atrasada e processos
Apesar da grandiosidade do aeroporto recém-lançado, a obra foi marcada por diversos atrasos nos últimos seis anos. Um dos entraves foi o envolvimento de um dos acionistas da companhia, José Auriemo Neto, - que possui 11,98% de participação e é presidente do Conselho da empresa - em uma investigação de tráfico de influência do ex-ministro Fernando Pimentel, na gestão de Dilma Rousseff.
Pimentel foi condenado em primeira instância em novembro deste ano a 10 anos e seis meses de prisão. Na sentença, a juíza disse que Pimentel teria se valido do cargo para ter "acesso a discussões sobre investimentos privados realizados no país" e praticado tráfico de influência.
A juíza citou denúncia de 2011 em que Auriemo Neto buscava autorização para operar o Aeroporto Catarina e procurou Pimentel. O acionista da JHSF colaborou durante o processo e não foi condenado.
Ao ser questionado sobre o envolvimento de um dos acionistas na operação, Alonso disse que a companhia tomou ciência do ocorrido em 2016 e que encerrou o processo de investigação em 2017.
"Nós contratamos uma empresa de investigação e um escritório de advocacia para trabalho forense e que eles chegaram a conclusão de que não havia nada de errado em termos de governança corporativa. O assunto é relacionado a um acionista da companhia e não à companhia", disse o CEO.
A JHSF reiterou ainda que não é parte do processo e que não foi apresentada qualquer denúncia contra a companhia. "Em 2017, o controlador da empresa celebrou um acordo de colaboração com as autoridades brasileiras, já homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, para esclarecimento dos fatos", disse em nota enviada à reportagem após a veiculação da matéria.
E acrescentou que José Auriemo Neto firmou acordo com o Ministério Público, homologado pelo Superior Tribunal de Justiça e pela Justiça Eleitoral de Minas Gerais, que estabelece suspensão condicional do processo mediante pagamento de R$ 1 milhão para o hospital do câncer de Barretos e colaboração de Auriemo mediante solicitação do Ministerio Público.
Quando perguntado sobre a proteção ao acionista minoritário, Alonso disse que Auriemo permanece na empresa como presidente do Conselho. Mas afirmou que mais de 50% do conselho é independente e que há um comitê de auditoria que é formado apenas por auditores externos para garantir a independência na tomada de decisões.
Ele também pontuou que a companhia está listada no novo mercado - segmento que possui maiores exigências em termos de governança corporativa.
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