O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 26, que Washington recebeu duas ligações telefônicas da China na noite de ontem e que os dois países retomarão negociações comerciais "em breve" e de "forma muito séria".
Trump, que falou durante coletiva na reunião do G-7 em Biarritz, na França, disse ter muito respeito pelo presidente chinês, Xi Jinping, e acrescentou que Pequim quer fechar um acordo comercial com os EUA. "Acho que teremos um acordo", afirmou.
No entanto, o ministério de Relações Exteriores da China disse não ter conhecimento do diálogo. "Não fiquei sabendo das ligações do fim de semana mencionadas pelos EUA", disse hoje o porta-voz da chancelaria chinesa, Yan Shuang.
Yan também comentou que China e EUA devem resolver suas diferenças comerciais "por meio de diálogo e consultas".
Escalada
Os comentários de Trump vieram após uma nova escalada na disputa comercial entre EUA e China. Na sexta-feira, 23, Pequim anunciou que irá tarifar mais US$ 75 bilhões em produtos chineses, levando Trump a anunciar elevação de tarifas para US$ 550 bilhões em bens chineses.
A escalada da tensão entre os dois países derrubaram os mercados na sexta-feira, 23. O Ibovespa teve perdas de 2,34%, aos 97.667,49 pontos. Na semana, Dow Jones recuou 1%, o S&P 500 teve baixa de 1,44% e o Nasdaq caiu 3,1% — os três índices americanos registraram baixas de mais de 2% na sexta-feira.
Relação com a Alemanha
Nesta segunda-feira, Trump também disse esperar não ter necessidade de aplicar tarifas a carros alemães, depois de se reunir com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, às margens da cúpula do G-7 em Biarritz, na França.
O presidente dos EUA disse que discutiu com Merkel um possível acordo comercial entre EUA e União Europeia e comentou que o bloco é tão "durão" quanto a China no que diz respeito ao comércio.
Segundo Trump, os EUA "perderam muito dinheiro" por causa da UE ao longo dos anos e foi o governo de seu antecessor, Barack Obama, que permitiu a "injusta vantagem comercial" dos europeus e também dos chineses.
*Com Estadão Conteúdo