Mercados: China e ruídos sobre Previdência abrem ano
Declarações desencontradas de integrantes do governo na cerimônia de transmissão da faixa presidencial reforçam as incertezas de 2019
Bom dia, investidor! A pauta econômica movimenta a expectativa para 2019, com a Previdência cercada de ruídos de comunicação. Declarações desencontradas de integrantes do governo na cerimônia de transmissão da faixa presidencial reforçam as incertezas do ano, que ainda começa sob contração da atividade na China e volatilidade em Nova York, no prenúncio de recessão.
Nas primeiras horas da madrugada, os indicadores chineses fracos desencadeavam quedas nos pregões da Ásia e nos índices futuros de NY, esticando as ondas de estresse que vêm marcando os negócios globais.
Aqui, revelando ainda não haver entendimento no novo governo sobre a melhor forma de encaminhar ao Congresso o texto da Previdência, o ministro da Secretaria‐Geral, Gustavo Bebianno, disse que a proposta pode ser fatiada. A declaração contraria entrevista do vice, general Hamilton Mourão, semana passada, quando defendeu a votação única da matéria, ao invés do modelo de fatiamento, e sugeriu adaptações em cima do texto do ex-presidente Michel Temer.
Também o recém‐empossado ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni se atrapalhou ontem ao falar do assunto, dizendo que a proposta do presidente Jair Bolsonaro para a reforma não aproveitaria nenhuma sugestão do governo anterior. Questionado se um novo texto não devolveria a tramitação à estaca zero e atrasaria as chances de aprovação ainda no primeiro semestre, disse que “o que o governo vai fazer não está definido e não adianta especular”.
A falta de habilidade política na condução do assunto transmite uma mensagem negativa ao mercado. Será importante ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje (15h), durante a cerimônia de transmissão de cargo do ministério. A nova equipe econômica tem reforçado a interlocutores que não fará a divulgação de qualquer pacote, preferindo adotar um processo continuo de desregulamentação, simplificação e de redução dos tributos. A estratégia será anunciar de dois em dois dias alguma iniciativa de interesse direto das empresas ou da população.
Serão adotadas medidas para combater "ralos" nas contas públicas, inclusive no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), enquanto a Receita Federal pretende lançar um programa para combater "sonegadores profissionais", como antecipou o Broadcast. Guedes ainda quer fazer uma abertura comercial começando em ritmo mais devagar nos primeiros anos.
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O modelo seria diferente do proposto pelo antecessor (Eduardo Guardia) e aprovado nos últimos dias de 2018 pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), que prevê redução linear do Imposto de Importação de uma média de 14% para 4% em quatro anos.
A inclusão de última hora da análise da medida na pauta da Camex foi bastante criticada pela indústria nacional.
A primeira medida econômica do novo governo foi determinar o salário mínimo em R$ 998, abaixo dos R$ 1.006 aprovados pelo Orçamento, porque o reajuste seguiu fórmula que considera inflação inferior ao esperado.
Agenda
Saem hoje o Índice de Preços ao Consumidor Semanal fechado de dezembro (8h), com previsão de 0,22%, na mediana do Broadcast, os dados semanais do fluxo cambial (12h30) e balança de dezembro (15h), que deve ter saldo de US$ 5,33 milhões.
Às 11h30, o BC começa a rolagem de swap para fevereiro, com a oferta do equivalente a US$ 670 milhões. No calendário fraco do restante da semana mais curta, o único destaque é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe) de dezembro, na sexta-feira.
Lá fora
Em sinal de conciliação, o presidente americano, Donald Trump, convidou líderes do Congresso, tanto democratas quanto republicanos para conversa na Casa Branca esta tarde sobre o muro com o México, para tentar por fim ao shutdown.
Mas o dia forte da semana é sexta, quando o Relatório de Emprego (payroll) de dezembro e a fala do presidente dos banco central dos EUA (o Federal Reserve, Fed), Jerome Powell, sob o fogo cerrado de Trump e frustração do mercado sobre uma pausa no ciclo de aperto monetário, operam as expectativas para o juro.
Amanhã, tem que conferir o índice ISM de atividade de dezembro, neste momento em que indicadores econômicos fracos levantam especulações de que a economia americana possa estar à beira de uma recessão.
Na zona do euro, saem a leitura final do PMI/Markit industrial (hoje) e do CPI de dezembro (sexta).
Na China, dados ampliaram os riscos de uma desaceleração global sincronizada. Tanto o PMI industrial oficial (49,4), quanto o dado medido pelo setor privado (49,7) furaram a marca divisória dos 50 em dezembro.
Ponta do iceberg
A perspectiva de uma abordagem mais suave do Fed, na tentativa de se antecipar ao risco de um período recessivo, derrubou o yield da Note de dez anos abaixo de 2,7% pela primeira vez desde fevereiro.
No pregão de segunda-feira (dia 31), quando NY ainda abriu, o juro do bônus caiu a 2,683%, de 2,765%, e também o dólar recuou contra o iene (109,60/US$) e o euro (US$ 1,1463), reproduzindo os temores sobre a economia americana. Seja como for, as bolsas em Wall Street fecharam a última sessão do ano em alta, depois de Trump ter relatado "grande progresso" nas negociações comerciais com a China durante telefonema com o líder chinês, Xi Jinping.
O ano de 2018, no entanto, foi turbulento para o mercado de ação, com a pior queda anual em uma década. Dow Jones subiu 1,15% na segunda, a 23.327,46 pontos, mas acumulou queda anual de 5,63%. O S&P 500 avançou 0,85%, a 2.506,85 pontos, mas recuou 6,24% no ano. Nasdaq ganhou 0,77%, a 6.635,28 pontos, e perdeu 3,88% em 2018.
Também para o petróleo foi um ano ruim, apesar da reação no último pregão, quando o Brent, que acumulou queda de 19% contra 2017, subiu 1,1%, a US$ 53,80. O WTI (+0,17%) foi a US$ 45,41, mas teve recuo anual de 24%.
Três dígitos
Apesar dos riscos externos, os prognósticos de um ciclo de alta para o Ibovespa em 2019 animam o mercado. Confiantes que o novo governo encontre capital político para emplacar o ajuste fiscal e desanuviar o ambiente econômico, analistas no Broadcast projetam o índice à vista entre 105 mil e 106 mil pontos no fim deste ano.
Este intervalo significaria uma alta de até 20,6% em relação ao fechamento de 2018, aos 87.887 pontos. Apesar da turbulência da guerra comercial e risco de recessão nos EUA, a bolsa brasileira se destacou no ano passado, com valorização de 15,03%, descolada do tombo de 24,60% de Xangai e das quedas em NY.
Embora o índice à vista tenha subido menos do que nos anos anteriores – 2017 (+26,86%) e 2016 (+38,94%) – terminou muito bem, reproduzindo o voto de confiança do investidor na agenda liberal vendida por Paulo Guedes.
No último pregão do ano, o Ibovespa saiu bem na foto, em alta de 2,84%, com a puxada de fim de ano na rentabilidade das carteiras, que desencadeou um rali em bloco dos papéis relacionados às commodities.
A onda de compras pegou Petrobras (PN, +4,66%, R$ 22,68, e ON, +3,93%, a R$ 25,40), Vale (ON, +3,03%, a R$ 51,00), Usiminas (PNA, +2,44%), CSN ON (+3,27%), Metalúrgica Gerdau PN (2,97%%) e Gerdau PN (2,77%).
Os bancos também aderiram ao embelezamento: Bradesco PN, +3,07% (R$ 38,65), e Itaú PN, +3,50% (R$ 35,50). Eletrobras subiu 1,25% (ON) e 1,62% (PNB), em dia de leilão da Ceal, arrematada pela Equatorial em lance único.
O range do câmbio
Boa parte do mercado financeiro está apostando em dólar próximo a R$ 3,55 ainda neste primeiro trimestre, na zeragem de posições vendidas, que antecipa o sucesso da tramitação da reforma da Previdência. A moeda americana terminou 2018 abaixo de R$ 3,90, a R$ 3,8755, em queda de 0,36% no último pregão.
Seja como for, não descontou os riscos no ano que terminou, com alta acumulada de 16,89% em 2018, bem acima de 2017 (+1,95%) e a maior variação desde 2015, quando disparou 49% no segundo mandato da ex-presidente, Dilma Roussef.
Entre as moedas emergentes, o real só não foi pior que o peso argentino (‐50,7%) e a lira turca (‐28,3%). No mercado de juro, a Focus projeta Selic estável até outubro, quando se iniciaria um ciclo de aperto.
Mas com a inflação ancorada e a Previdência no radar, não se descarta que o Copom adie os planos de uma alta para 2020.
Curtas
Petrobras terá de reapresentar pedido de registro de sexta emissão de debêntures junto à CVM.
Na BR Distribuidora, a Ceron quitou antecipadamente sua dívida de R$ 322,7 milhões com a companhia.
A Omega Geração fechou acordo para adquirir 100% do Complexo Eólico Assuruá, no interior da Bahia.
A CPFL Energia agrupou as concessões das distribuidoras RGE Sul e Rio Grande Energia.
Na Eneva, o presidente do conselho de administração, Carlos Márcio Ferreira, apresentou pedido de renúncia.
A Equatorial concluiu a operação para aquisição da Intesa junto à Eletrobras, por R$ 280 milhões.
Bandeira verde - A Aneel determinou que a conta de luz não ficará mais cara em janeiro aos consumidores.
No Santander Brasil, o conselho de administração aprovou pagamento de JCP de R$ 0,7715 por Unit. Também foi aprovado o pagamento de dividendos intercalares no valor de R$ 0,5143 por Unit.
O Banco do Brasil informou que Fabrício da Soller renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração.
Na BB Seguridade, o conselho de administração elegeu Reinaldo Kazufumi Yokoyama ao cargo de Diretor de Clientes.
O BTG Pactual anunciou retorno de André Esteves ao grupo de controle do banco. Ele foi afastado em 2015.
Na LOG, o conselho de administração aprovou aumento de capital em até R$ 300 milhões, com emissão de ações.
A Gol anunciou reajuste de 17,1% nas passagens aéreas vendidas para sua controlada Smiles.
Na Natura, o conselho de administração aprovou o pagamento de JCP de R$ 0,2587 por ação.
A Comgás aprovou o pagamento de JCP no valor de R$ 0,0779 por ação ON e R$ 0,0857 por ação PN.
A Tarpon Investimentos anunciou reformulação e informou que o grupo controlador pretende fechar o capital.
A Sabesp oficializou a renúncia de Karla Bertocco Trindade da presidência e do conselho de administração.
Na Oi, empresas em recuperação judicial do grupo tiveram geração de caixa negativa em R$ 435 milhões (outubro).
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Na Saraiva, empresas em recuperação judicial tiveram faturamento bruto de R$ 1,461 bilhão no ano até novembro.
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