Como negociar com um capitão?
Não vejo com bons olhos a relação do presidente com o Congresso. E não vejo mesmo! Essa conversa de que ele não vai negociar NA-DA é conversa para boi dormir. O presidente pode não negociar, mas alguém vai e em seu nome… de outro jeito não vale.
 
					Quantos amigos você tem? Olha, eu não tenho muitos, e entre os poucos que tenho, um está quase abandonando o bote. A coisa foi assim, o Eduardo não me deu trégua na quinta-feira. O Edu é cheio de convicção. E não quis me ouvir. Apelei até para a minha idade, sabe? Naquela de inspirar algum respeito… eu posso ser mãe dele. Mas o Eduardo nem deu bola. Eu gosto dele, é um amigo, e me preocupa que se apresente (dia sim e no outro também) como “fiador" do presidente Bolsonaro. Ele se acha…
Não votei no Bolsonaro. Acho que o Edu não me perdoa por isso. Sei que é feio contar que anulei meu voto no ano passado. Mas lá, de frente para a urna, me pareceu melhor esperar o governo começar para, depois, escolher “um lado”.
Na quinta-feira (21), eu disse para o Edu que não vejo com bons olhos a relação do presidente com o Congresso. E não vejo mesmo! Essa conversa de que ele não vai negociar NA-DA é conversa para boi dormir. O presidente pode não negociar, mas alguém vai e em seu nome... de outro jeito não vale.
Só espero que não seja nenhum daqueles filhos dele. Uns trapalhões. Eu aprendi, nesta minha longa vida de jornalista, que Congresso é coisa para “profissa”. Coisa para ministro, secretário, gente descolada. Sabe como é...?
Falei para o Edu que a reforma da Previdência periga não resolver nada. Ele acha bem o contrário. Amarrou a cara. Disse que a reforma está “no papo”!
Meu amigo (quase ex) acredita no interesse dos políticos que, diz ele, precisam agradar à maioria e, por isso, cedem. Não fosse assim, diz o Edu, os políticos nem estariam eleitos. Concordo com ele nesse ponto.
Leia Também
Ainda que no fim das contas a reforma da Previdência tenha um final feliz, até lá o presidente vai ter trabalho. O Paulo Guedes, então, nem se fala.
Se o governo já está neste pé, imagine os investidores...
Eu estou de olho para ver o que os políticos querem mudar na reforma para que fique mais branda para os funcionários públicos e para os militares. Os investidores também estão de olho... E ficam de cabelo em pé, principalmente aqueles quem nem moram no Brasil.
Penso que entendo alguns investidores e alguns devem pensar como eu. Será que o Brasil só tem a fazer a reforma da Previdência? O resto vem por milagre? Não seria melhor o governo ir tocando outros assuntos fora do Congresso? Alguma coisa que traz emprego? Gente empregada come melhor, dorme melhor e pensa melhor. Dizer que gente empregada não faz bobagem é uma bobagem. Mas faz menos.
Há dez dias, o governo leiloou 12 terminais de aeroportos e foi um baita sucesso. Arrecadou 2,38 bilhões de reais, mas, de início, poderia ter arrecadado apenas 219 milhões. O interesse foi grande, principalmente, de empresas estrangeiras. Na sexta-feira (22), o governo fez outros leilões. Desta vez, de áreas para armazenagem de combustíveis em portos na Paraíba e no Espírito Santo e entrou mais uma grana. Foram 219 milhões de reais, quando o governo esperava menos, 199 milhões.
Esse negócio de privatização, desde que feito direitinho, com regras claras, é o melhor que o governo tem a fazer, até porque não fica dependendo do Congresso.
O presidente Bolsonaro vive dizendo, e até já disse lá fora, nos EUA, quando visitou o Trump, que a reforma da Previdência é para garantir a aposentadoria das “próximas gerações”. Não é bem assim. Não dá para levar tudo o que o presidente fala ao pé da letra. Ele é espontâneo e usa a força da expressão. Aquelas frases de impacto que faz todo mundo prestar atenção.
Quando a nova Previdência for aprovada, ela vai indicar que o Brasil estará nos trinques quando o futuro chegar. E todo mundo sabe, você com certeza, que um Brasil menos endividado e mais confiante no futuro vai animar o investidor a trazer mais dinheiro para cá e até a construir fábricas. Mas e até lá?
Pulga atrás da orelha
Juntar dinheiro não é fácil. Eu até exagero. Tenho medo de que o meu futuro seja muito maior do que o dinheiro que tenho juntado. Minhas amigas têm parentes com mais de 100 anos!
Na semana passada, o meu chefe (sabe o Felipe Miranda?) me deixou com a pulga atrás da orelha. Acho que você leu, porque ele é mais lido que eu, mas vou repetir. O Felipe disse que se os “fundamentos” são bons, alguns eventos políticos só fazem ruído. Então decidi falar com uns entendidos. Nem perguntei para o Felipe para ele não pensar que deu emprego para a pessoa errada. Eu!
Entendi que o meu chefe quis dizer que os investidores se salvam, apesar das brigalhadas, dos desentendimentos entre o presidente, os filhos dele, os políticos e os juízes. Não dá para esquecer desses porque também aprontam.
O Felipe pode ter razão, mas eu sou desconfiada...
Um dos gestores que consultei disse que “fundamentos e senso de oportunidade” são variáveis importantes para o retorno do investimento. E que atendem interesses diferentes. Parece verdade.
Para o investidor de longo prazo, os fundamentos são as informações que mais interessam, disse o gestor. Já para os investidores de curto prazo, senso de oportunidade é o mais importante.
No longo prazo, a estrutura de uma economia ou sua consistência pode ser vista em vários indicadores. No longo prazo, o que conta é ter a certeza que o Brasil vai para a frente.
No curto prazo, interessa a brigalhada envolvendo Rodrigo Maia (DEM-RJ), Sérgio Moro, o vereador Carlos Bolsonaro e até o presidente, que disse, com outras palavras, que a reforma da Previdência é um problema do Congresso.
Será? Ele venceu a eleição porque disse que iria botar a casa em ordem... E, você sabe, presidente que não tem voz no Congresso acaba devendo para o eleitor. Tem decisão que o presidente não toma sozinho, por maior que seja a vontade.
Agora, veja bem! Eu não disse que presidente da República deve “comprar” apoio no Congresso. O presidente, qualquer um, deve “conquistar” apoio porque o seu programa econômico é bom, etc. e tal. O resto é chororô.
Mas voltando ao ponto, na semana passada os ativos financeiros mudaram radicalmente de posição e as guinadas favorecem as aplicações de curto prazo. Tem gente que gosta, claro, ainda que correndo riscos.
E um desses riscos, até comum, sabe qual é?
É comprar um ativo pensando que será fácil passá-lo adiante (quando seu preço estiver mais elevado) e não conseguir fazer isso.
Aqueles investidores que perceberam, na semana passada, que o diz-que-diz no Twitter entre autoridades estava aumentando de volume poderiam ter comprado dólar mais barato para vender a 3,90 reais, como era cotada a moeda americana, na sexta. Nem precisava ter comprado muito antes. Quem, por exemplo, comprou o dólar cedinho e vendeu no fim do dia ganhou 2,6 por cento. Outra guinada, mas ao contrário, deu o Ibovespa. Na terça-feira (19), o índice bateu novo recorde, cotado a 100.439 pontos. Na sexta, porém, caiu mais de 3 por cento, para 93.735 pontos.
O segundo gestor com quem falei sobre ruídos políticos e fundamentos foi em outra linha. Interessante também.
Ele explicou que a política é muito importante e pode estar por trás de muito ganho ou perda nos mercados.
No caso do Brasil, a reforma da Previdência está no Congresso e o projeto do governo provocará divergências entre parlamentares até ser aprovado, o que não será tão rápido. E a disputa entre os que gostam das propostas do governo e aqueles que querem outras propostas podem interferir no preço do dólar, do Ibovespa e também na taxa de juros.
Até propina faz diferença
O gestor que falou comigo na sexta-feira deu um exemplo externo de ruídos políticos que afetam os mercados: a divergência entre o presidente americano, Donald Trump, e os congressistas por causa do muro que ele quer construir na fronteira com o México. Para construir o muro, o presidente precisa de dinheiro e o Congresso não quer dar. Essa novela dura meses, e quando Trump fala mais grosso o dólar sai do lugar. A Bolsa também, mas o dólar é batata porque, como todos sabem, o dólar é a moeda dos Estados Unidos.
A política também influencia a estabilidade ou a manutenção de regras em um país. Condições que os governos estabelecem para fechar negócios, assinar contratos, por exemplo, podem alterar preços de outros ativos além de dólar, Bolsa e juros. Esse é o caso das privatizações de patrimônio da União, de Estados e municípios e também das empresas estatais.
O Congresso pode não estar diretamente ligado às privatizações, mas, indiretamente, pode estar porque é lá que as leis são feitas ou modificadas e podem ser contestadas posteriormente e afetar os preços do que está sendo vendido. Pode até inviabilizar as operações.
A adoção, concessão e mesmo a retirada de benefícios fiscais são decisões em que os congressistas atuam e podem impactar o retorno financeiro de setores da economia e até de empresas individualmente.
E tem ainda a questão da propina que conhecemos porque já aconteceu no passado recente do Brasil. A propina, que pode ser paga direta ou indiretamente por quem deseja garantir algum benefício em contratos, públicos ou privados, tende a trazer vantagens para empresas ou setores.
O investidor precisa mesmo é ficar esperto, procurar estar bem-informado sobre o que acontece no país, na sua cidade, na empresa onde trabalha e, principalmente, saber muito bem que riscos pode estar correndo quando escolhe este ou aquele investimento.
É preciso ficar claro, tim-tim por tim-tim, que enquanto deputados e senadores aprendem a negociar com o capitão (e vice-versa), semanas como a passada, de muitos altos e baixos no mercado financeiro, poderão ser mais frequentes e perturbadoras. Podem até dar a impressão de que nada mudou no país. E mudou! A começar pelo Congresso.
O Congresso precisa mostrar sua cara. Muita gente nova foi eleita e muitos políticos antigos foram embora. Com a renovação que ocorreu na Câmara e no Senado, e a geração de políticos que está chegando às duas Casas, líderes agora desconhecidos vão surgir e, com eles, velhas práticas devem desaparecer. Não é do dia para a noite. E nada acontecerá se as novas forças em Brasília não pisarem na água...
Aprender a negociar com o capitão é um desafio e uma necessidade. E o capitão deve dar uma chance para que esse aprendizado prospere. O capitão deve lutar? Claro que deve, mas talvez tenha primeiro que recuar para, então, avançar.
Nesta segunda-feira, os mercados voltarão toda sua atenção à Brasília para conferir o restabelecimento (ou não) de alguma harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo. É improvável que a arrancada do dólar e a forte queda do Ibovespa, na sexta, sejam revertidas em uma sessão, inclusive, porque a semana reserva eventos importantes para a formação de preços dos ativos financeiros. Hoje, o Ibovespa Futuro abriu em queda de 1,6 por cento e, às 9h21, a baixa estava reduzida a 0,8 por centro com o índice aos 92.855 pontos.Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparece duas vezes ao Congresso. Na terça falará na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e, na quarta, será o centro da reunião conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e Comissão de Direitos Humanos (CDH).
O último “boa noite” de William Bonner: relembre os momentos marcantes do apresentador no Jornal Nacional
Após 29 anos na bancada, William Bonner se despede do telejornal mais tradicional do país; César Tralli assume a partir de segunda-feira (3)
O que falta para a CNH sem autoescola se tornar realidade — e quanto você pode economizar com isso
A proposta da CNH sem autoescola tem o potencial de reduzir em até 80% o custo para tirar a habilitação no Brasil e está próxima de se tornar realidade
Doces ou travessuras? O impacto do Halloween no caixa das PMEs
De origem estrangeira, a data avança cada vez mais pelo Brasil, com faturamento bilionário para comerciantes e prestadores de serviços
Bruxa à solta nas loterias da Caixa: Mega-Sena termina outubro encalhada; Lotofácil e Quina chegam acumuladas ao último sorteio do mês
A Mega-Sena agora só volta em novembro, mas a Lotofácil e a Quina têm sorteios diários e prometem prêmios milionários para a noite desta sexta-feira (31).
Caixa encerra pagamentos do Bolsa Família de outubro nesta quinta (31) para NIS final 0
Valor médio do benefício é de R$ 683,42; Auxílio Gás também é pago ao último grupo do mês
Não é só o consumidor que sofre com golpes na Black Friday; entenda o que é a autofraude e seus riscos para o varejo
Com o avanço do e-commerce e o aumento das transações durante a Black Friday, cresce também o alerta para um tipo de golpe cometido por consumidores
O que muda com a aprovação da MP do setor elétrico na Câmara? Confira os principais pontos
A Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o texto principal da MP 1.304, que define novas diretrizes para o setor elétrico. Alguns pontos considerados mais polêmicos foram destacados e votados em separado
Mais da metade das empresas na América Latina está bastante exposta a riscos climáticos, cada vez mais extremos, diz Moody’s
Eventos extremos estão aumentando, intensificando os prejuízos, e tornam as empresas um risco crescente de crédito.; Seguros não são o suficiente para proteger as companhias
Ele começou lavando pratos e hoje é o dono da empresa mais valiosa da história
De lavador de pratos a bilionário da tecnologia, Jensen Huang levou a Nvidia a se tornar a empresa mais valiosa do mundo, ultrapassando os US$ 5 trilhões com a revolução da inteligência artificial
A Argentina vive seu momento “Plano Real”, e poucos parecem estar botando fé nisso, diz gestora
Segundo a gestora RPS Capital, a Argentina tem todos os elementos que colaboraram para o boom dos ativos brasileiros depois do Plano Real
Jogo do bicho na Netflix: como a expansão das bets abalou a maior loteria ilegal do mundo
Do Barão de Drummond ao “tigrinho”, a história do jogo que ensinou o Brasil a apostar e perdeu espaço para as bets
Trump e Xi divulgam acordos comerciais, redução de tarifas e trégua sobre terras raras
O aperto de mão mais aguardado pelo mercado finalmente aconteceu e presidentes dos EUA e da China firmaram acordos sobre compras de commodities e energia, terras raras e tarifas, mas não houve decisão sobre o TikTok
Quina acumula e pode pagar muito mais que a Mega-Sena hoje — e a Timemania mais ainda
Além da Lotofácil, da Quina e da +Milionária, a Caixa sorteou na véspera os números da Lotomania, da Dupla Sena e da Super Sete
Teimosia ou simplicidade? Lotofácil 3525 deixa dois apostadores mais perto do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quinta-feira (30) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3526
Bolsa Família e Auxílio Gás: veja quem recebe nesta quinta-feira (30)
Programa do governo federal atinge 18,9 milhões de famílias em outubro, com gasto total de R$ 12,88 bilhões.
Hora de investir na China: Nord Investimento indica dois ETFs para você se expor às empresas do país asiático
Investir diretamente na China não é fácil, mas os ETFs estão tornando o acesso mais prático e eficiente, segundo o analista Christopher Galvão
O que você precisa saber sobre a licença menstrual aprovada pela Câmara
Câmara aprova afastamento remunerado de até dois dias por mês para mulheres com sintomas graves durante o ciclo menstrual; proposta segue para o Senado
Elon Musk lança IA “anti-woke” para concorrer com Wikipedia — e essa é apenas a mais recente da coleção de polêmicas do homem mais rico do mundo
Elon Musk acaba de lançar o Grokpedia, uma ferramenta de IA que promete ser uma alternativa “anti-woke” à Wikipedia, mas as polêmicas em torno do bilionário não param por aí
Contas laranja: depois de ataques hacker históricos e bilionários, bancos tentam limitar rotas de fuga para dinheiro roubado
Após nova invasão digital no sistema financeiro, Febraban endurece regras e amplia a blindagem contra o uso criminoso de contas bancárias
MP do setor elétrico inclui jabutis de termelétricas a gás e a carvão que podem encarecer a conta de luz; entenda o impacto
A alteração dá espaço para que as usinas termelétricas movidas a gás natural e a carvão mantenham seus nacos na venda de energia aos consumidores
 
		 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					