🔴 ONDE INVESTIR 2025: CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES DE IMPORTANTES NOMES DO MERCADO EM EVENTO GRATUITO INSCREVA-SE

Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

Mercado olha para o exterior

Incertezas econômicas e pressão sobre emergentes levam Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos e dólar acima de R$ 4,00, deslocando foco local para o exterior

Olivia Bulla
Olivia Bulla
21 de agosto de 2019
5:38 - atualizado às 6:22
A ver, então, como o mercado irá reagir à injeção de dinheiro vivo pelo BC a partir de hoje

Depois de passar o primeiro semestre mais atento a questões internas, como a reforma da Previdência, o mercado financeiro doméstico se deu conta que a queda do Ibovespa para abaixo dos 100 mil pontos e a alta do dólar para além de R$ 4,00 são explicados por movimentos globais, diante das incertezas econômicas. Por isso, hoje, os investidores ficarão mais atentos ao exterior.

Afinal, esta quarta-feira é dia de divulgação da ata da reunião do Federal Reserve (15h) no mês passado, quando a taxa de juros nos Estados Unidos sofreu um “ajuste de meio de ciclo” e caiu 0,25 ponto. Os investidores devem buscar no documento os motivos que levaram ao “corte preventivo”, bem como pistas sobre o que poderia justificar quedas adicionais. Mas a expectativa maior está na fala do presidente Jerome Powell em Jackson Hole, na sexta-feira, quando pode manter o tom de ajuste ou prometer mais cortes, em meio a pressão e críticas de Donald Trump.

Por ora, o mercado financeiro confia em uma ação coordenada dos principais bancos centrais para atenuar os riscos à economia global vindos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Para os investidores, se os BCs lançarem mão de uma nova rodada de estímulos monetários, cortando os juros e injetando liquidez, o colapso dos negócios (e da atividade) pode ser evitado.

Contudo, integrantes do Fed - entre eles, o próprio Powell - têm mostrado reticências quanto à necessidade de adotar mais estímulos, diante da robustez da economia norte-americana, que segue crescendo, sem gerar inflação e com um mercado de trabalho sólido. Ou seja, os investidores esperam que Powell sinalize que o Fed está prestes a embarcar em uma onda revigorada de afrouxamento monetário, mas os dados dos EUA simplesmente não justificam a necessidade de um ciclo agressivo de flexibilização.

Vaivém

Diante desse cenário errático, os investidores acabam elevando a volatilidade nos mercados. Afinal, uma hora parece haver trégua entre as duas maiores economias do mundo, em outra, a tensão aumenta. Da mesma forma, em um momento espera-se que o Fed reduza os juros norte-americanos, mas, depois, surgem dúvidas. Há ainda as incertezas sobre a desaceleração global.

Essa indefinição faz o mercado alternar momentos, sem saber que rumo tomar. A sessão hoje na Ásia, por exemplo, foi mista, com as bolsas chinesas devolvendo parte da alta, mas flutuaram no campo positivo, enquanto Tóquio caiu. Nas praças emergentes, Cingapura, Malásia e Indonésia tiveram perdas, enquanto na Oceania, a Bolsa de Sydney recuou 1%.

Leia Também

Já no Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ganhos, sinalizando uma sessão de recuperação para o dia, após a queda de ontem em Wall Street, que interrompeu uma sequência de alta do S&P 500. Na Europa, além das questões externas, as bolsas também estão atentas à situação na Itália.

Após a renúncia do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, ontem, a expectativa é de que o presidente italiano, Sergio Mattarella, decida realizar novas eleições no país. A Bolsa de Milão subia mais de 1%, logo cedo, liderando os ganhos no velho continente. Nos demais mercados, o petróleo avança, antes dos dados semanais dos estoques nos EUA (11h30). O dólar, por sua vez, tem poucas variações, enquanto o ouro cai.

Local sob pressão

A blindagem do mercado doméstico das incertezas externas perdeu resistência. Agora, o temor dos investidores de que o Fed não chancele o tão esperado corte de juros na próxima reunião, em setembro, combinado com a crise na vizinha Argentina reduz o apetite pelo risco em países emergentes, sendo que os ativos brasileiros são um prato cheio para essas saídas.

Os dados atualizados do Banco Central sobre o fluxo cambial (14h30) até meados deste mês devem refletir a retirada de recursos estrangeiros do país - evidenciada, principalmente, pelo saldo negativo de capital externo na Bolsa brasileira (mercado secundário), que já supera R$ 20 bilhões, com os investidores locais e institucionais abrindo a porta para os “gringos”.

Esse players locais se apoiavam no andamento da proposta de novas regras para aposentadoria para sustentar um rali do Ibovespa, relegando a importância do investidor estrangeiro. A diminuição do prêmio de risco na curva de juros futuros também ajudou no movimento. O dólar, porém, sempre mostrou-se mais sensível ao exterior.

Ou seja, enquanto os fundos e gestores nacionais, além dos investidores pessoa física, se beneficiaram de um primeiro semestre de otimismo local e global; agora, o mercado doméstico sofre com os efeitos contrários desse sentimento mundo afora, potencializado aqui pela ausência de um gatilho local capaz de blindar os negócios - já que a Previdência saiu de cena - e pelo frágil desempenho da economia brasileira, que pode ter voltado à recessão.

Aos poucos, então, os investidores vão percebendo que a indicação do BC de renovar o piso histórico da Selic até dezembro, após o corte de 0,50 ponto (pp) no mês passado, é porque os sinais dados pela atividade são cada vez mais preocupantes. E isso é um “banho de água fria” nas expectativas de lucros mais forte das empresas.

Cabe, portanto, uma correção nos preços. E esse movimento pode ser exacerbado pela intensidade do fluxo negativo nos emergentes, com os ativos brasileiros sofrendo mais por causa da liquidez maior, em meio ao receio de recessão global por causa da disputa entre EUA e China. Aliás, os sinais emitidos pela inversão da curva de juros não podem ser ignorados...

Dólar a R$ 4,00

A redução de posição em ativos emergentes, por causa do ambiente de maior aversão ao risco, levou a uma desvalorização do real que incitou uma atuação ousada do Banco Central. De hoje até a quinta-feira da semana que vem (dia 29), a autoridade monetária irá oferecer dólares da reserva internacional, no total de US$ 3,8 bilhões.

A operação será feita via leilões diários no mercado à vista, que serão realizados de forma simultânea à oferta, no mesmo montante, de swaps cambiais reversos. O anúncio do BC foi feito na noite da quarta-feira passada, mas desde a última sexta-feira o dólar encerrou o pregão cotado acima de R$ 4,00, refletindo, entre outras coisas, a saída de recursos externos do país e a perspectiva de cortes adicionais na Selic.

De qualquer forma, o movimento no mercado doméstico ontem mostrou que não é interessante montar uma posição defensiva (hedge) com a moeda norte-americana nesses níveis. Tanto que os investidores optaram por reduzir a exposição ao risco em ações e taxas, ao invés de comprar dólar. A ver, então, como o mercado irá reagir à injeção de dinheiro vivo pelo BC a partir de hoje.

Caso o Fed e os principais bancos centrais - inclusive o brasileiro - continuem emitindo sinais suaves (“dovish”) para atenuar os impactos da guerra comercial nos ativos globais e nas perspectivas econômicas, o movimento de busca por segurança (fly to quality) pode se dissipar. Do contrário, o desmonte contra emergentes pode seguir seu curso. A conferir.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A VISÃO DO GESTOR

Weg (WEGE3): fábrica de bilionários da B3 segue cobiçada pelos tubarões da Faria Lima e é uma das apostas da AZ Quest em ações para 2025

13 de janeiro de 2025 - 6:07

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o gestor de renda variável Welliam Wang alertou para ano turbulento na bolsa brasileira — e revela quais ações estão na carteira da gestora

AS MAIORES PAGADORAS

Até 52% em dividendos: estas 4 ações ‘desconhecidas’ pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 2024; saiba se elas podem repetir a dose neste ano

10 de janeiro de 2025 - 14:35

Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro; descubra como elas renderam dividendos tão expressivos aos acionistas

OS JUROS VÃO SUBIR?

O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima

10 de janeiro de 2025 - 13:46

Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar

OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO

Nos holofotes dos investidores: Brava Energia (BRAV3) avança na estratégia de desinvestimento e anuncia novos interessados nos ativos onshore

10 de janeiro de 2025 - 12:41

Segundo o fato relevante enviado à CVM, a companhia deve analisar as propostas “dentro do seu fluxo de governança corporativa”

METAS CUMPRIDAS

Prometeu e cumpriu: Aura (AURA33) atinge guidance anual e mostra números de produção do 4T24; BDRs sobem 5% na B3

10 de janeiro de 2025 - 11:47

A mineradora canadense superou o guidance anual em duas das quatro minas operacionais; produção do 4T24 manteve-se estável

REAÇÃO AO BALANÇO

Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido

10 de janeiro de 2025 - 11:24

O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade

SOBREVIVÊNCIA NOS MERCADOS

Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira

10 de janeiro de 2025 - 9:50

Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos

10 de janeiro de 2025 - 8:10

Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje

SEXTOU COM O RUY

Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa

10 de janeiro de 2025 - 7:08

O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos

A VIDA DEPOIS DA CRISE

Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?

10 de janeiro de 2025 - 6:12

Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então

MINÉRIO OU AÇO?

Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora

9 de janeiro de 2025 - 14:55

No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade

O QUE ESPERAR DO ANO

‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025

9 de janeiro de 2025 - 13:02

Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais

FIIS HOJE

Fundo imobiliário HCTR11 decide distribuir dividendos e cotas disparam mais de 20% na bolsa hoje; confira os valores e datas

9 de janeiro de 2025 - 12:36

O FII HCTR11 havia anunciado que não seriam distribuídos dividendos referentes ao mês de dezembro, mas, após a gestora ir na direção oposta, o fundo voltou atrás

FIM DA SECA

Após quase dois anos sem pagar proventos, TORD11 anuncia distribuição de dividendos; cotas sobem quase 7% na bolsa hoje

9 de janeiro de 2025 - 11:34

O último pagamento de dividendos realizado pelo FII TORD11 ocorreu em fevereiro de 2023; cotas do fundo vêm patinando na bolsa desde outubro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez

9 de janeiro de 2025 - 8:02

Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter

REVISÕES DAS EXPECTATIVAS

WEG (WEGE3) imune ao apocalipse da bolsa? BofA corta preço-alvo de ações de transporte e bens de capital — e só três papéis escapam

8 de janeiro de 2025 - 18:48

A Weg foi uma das poucas ações dos setores de transporte e bens de capital a escapar da revisão negativa de preços-alvo pelo Bank of America; veja as expectativas dos analistas

SOBE E DESCE COM EMOÇÃO

A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje

8 de janeiro de 2025 - 18:24

Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023

SEM SPRINT

Trump é uma pedra no sapato: o alerta do maior banco central do mundo sobre os juros antes do novo chefe na Casa Branca

8 de janeiro de 2025 - 17:01

A ata da reunião de dezembro do Federal Reserve mostra preocupação dos membros do comitê de política monetária com relação às medidas que o republicano pode adotar a partir de 20 de janeiro e sinalizam como isso pode mexer com a economia dos EUA

NO MEIO DA TEMPESTADE

As ações do varejo que podem se salvar em 2025: BTG elege 5 papéis favoritos para investir na bolsa mesmo com juros altos

8 de janeiro de 2025 - 14:33

Para os analistas, ainda há varejistas que não apenas podem escapar do mau momento da B3 como também estão com preços atrativos para investir

INDO ÀS COMPRAS

Shoppings da América Latina têm a melhor performance operacional do mundo desde a pandemia; BTG destaca 3 ações brasileiras do setor

8 de janeiro de 2025 - 12:32

Apesar do ótimo desempenho, ações de shoppings latinoamericanos não acompanharam, pois são prejudicadas pelas perspectivas do cenário macroeconômico

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar