China e PSL agitam mercado
PIB chinês cresce menos que o esperado e no menor ritmo desde 1992, elevando pressão nos negócios locais em meio à desconforto com racha no partido de Bolsonaro

A economia chinesa desacelerou um pouco mais no terceiro trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 6,0% em base anual, e renovando, assim, o ritmo mais lento de expansão desde o início da série histórica, em 1992. O número embute um viés negativo no mercado internacional, o que tende a pressionar os negócios locais hoje, que já mostraram ontem certo desconforto com o racha no PSL.
Lá fora, os dados melhores que o esperado da indústria chinesa em setembro, com alta de 5,6% ante previsão de +5,5%, e o crescimento em linha com a expectativa do varejo chinês no período, em +7,8%, não serviram de alento. Já os investimentos em ativos fixos na China acumulam alta de 5,4% até o mês passado, menos que a previsão de +5,5%.
O fato é que os número não criam um ambiente favorável aos ativos de risco, em meio à desaceleração do crescimento (das principais economias e dos balanços das empresas). Em reação aos números chineses, a Bolsa de Xangai afundou 1,3%, liderando as perdas na Ásia, enquanto Hong Kong caiu 0,6%. Tóquio, por sua vez, subiu 0,2%.
No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York têm leves baixas, apagando ganhos firmes vistos mais cedo por causa de resultados trimestrais, o que deixa a abertura do pregão europeu sem um rumo definido, em meio às dúvidas sobre o acordo para o Brexit. A libra e o euro estão de lado, assim como o petróleo. O ouro recua.
Os investidores digerem o enfraquecimento da demanda tanto interna quanto externa na China, em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, que também já sente os efeitos da disputa na atividade. Talvez, por isso, ambos os países estejam buscando um acordo, capaz de encerrar a guerra tarifária, iniciada há cerca de um ano e meio.
O recente progresso nas negociações comerciais em Washington renovou a esperança de encerrar a briga entre as duas maiores economias do mundo. O problema é que, para Pequim, a Casa Branca quer negociar termos que vão além do comércio, com foco na questão tecnológica. E a China sabe que o crescimento econômico e a produtividade do país virão da tecnologia.
Leia Também
Além de representar uma desaceleração em relação ao segundo (+6,2%) e ao primeiro (+6,4%) trimestres deste ano, o resultado apurado entre julho e setembro está no piso do alvo do governo para o acumulado de 2019, entre 6% e 6,5%. Também ficou abaixo da previsão de analistas, de +6,1%. Em 2018, o PIB chinês cresceu 6,6%.
Os indicadores econômicos da China são o grande destaque da agenda econômica desta sexta-feira, que traz também a segunda prévia deste mês do IGP-M (8h) e o índice de indicadores antecedentes nos EUA em setembro (11h). Diante do calendário do dia mais fraco, as atenções dos mercados domésticos também se voltam para a cena política, após novos episódios na crise do PSL.
O racha
O mercado doméstico mostrou certo desconforto com o racha no PSL ontem, quando Joice Hasselmann foi retirada da liderança do governo no Congresso e soube-se que o líder do partido na Câmara, delegado Waldir, chamou o presidente Jair Bolsonaro de “vagabundo”, em áudio vazado. O temor é quanto ao contágio da crise interno do PSL no andamento da pauta econômica no Congresso e nas eleições municipais do ano que vem.
A disputa interna opõe Bolsonaro e o presidente do partido, Luciano Bivar, envolvendo o controle da legenda e das verbas milionárias dos fundos partidário e eleitoral, além da permanência do presidente e de deputados aliados no PSL. Além disso, o agravamento da crise política afeta a articulação do governo no Congresso, com os líderes nas duas Casas ficando agora sob o comando do MDB.
Ainda assim, o impacto nos ativos domésticos foi menor, com os investidores empolgados com a possibilidade de a taxa básica de juros cair a 4% ou menos até o próximo ano. O mercado de juros futuros esquenta esse debate, alimentando apostas de que o Banco Central pode acelerar o ritmo de queda da Selic, a doses de 0,75 ponto, nas duas últimas reuniões de 2019. Os mais ousados dizem que ainda caberia um corte adicional no início de 2020, encerrando o ciclo com a taxa em 3,75%.
Enquanto o mercado financeiro joga para baixo as projeções para os juros básicos, o que iça a Bolsa brasileira para perto das máximas históricas e sustenta o dólar acima de R$ 4,15, fica a dúvida se a Selic abaixo de 4% é sustentável ou não. Afinal, não se pode descartar uma reação da inflação quando o país voltar a ter um crescimento robusto, demandando ações do BC em sentido oposto, o que provocaria uma correção nos ativos locais.
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Queda de 90% desde o IPO: o que levou ao fracasso das novatas do e-commerce na B3 — e o que esperar das ações
Ações de varejistas online que abriram capital após brilharem na pandemia, como Westwing, Mobly, Enjoei, Sequoia e Infracommerce, viraram pó desde o IPO; há salvação para elas?
Serena (SRNA3) de saída da B3: Actis e GIC anunciam oferta para fechar o capital da empresa de energia renovável; ações sobem forte
A oferta pública de aquisição vem em meio ao processo de redução de dívidas da empresa, que atingiu um pico na alavancagem de 6,8 vezes a dívida líquida/Ebitda
Petrobras (PETR4) atualiza primeira parcela de dividendos bilionários; confira quem tem direito a receber a bolada
O montante a ser pago pela estatal se refere ao último balanço de 2024 e será feito em duas parcelas iguais
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Nubank (ROXO34) atinge lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, enquanto rentabilidade (ROE) vai a 27%; ações caem após resultados
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco digital do cartão roxo atingiu a marca de 27%; veja os destaques do balanço
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Com bolsa em alta, diretor do BTG Pactual vê novos follow-ons e M&As no radar — e até IPOs podem voltar
Para Renato Hermann Cohn, diretor financeiro (CFO) do banco, com a bolsa voltando aos trilhos, o cenário começa a mudar para o mercado de ofertas de ações
Yduqs no vermelho: Mercado deixa ações de recuperação após balanço fraco. Ainda vale a pena ter YDUQ3 na carteira?
Para os analistas, a Yduqs (YDUQ3) apresentou resultados mistos no 1T25. O que fazer com os papéis agora?
Hapvida (HAPV3) dispara na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas perda de beneficiários acende sinal de alerta. Vale a pena comprar as ações?
A companhia entregou resultado acima do esperado e mostrou alívio na judicialização, crescimento da base de clientes ainda patina. Veja o que dizem os analistas
Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic
Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa
Elo, agora em 3 fatias iguais: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa querem voltar a dividir a empresa de pagamentos igualmente
Trio de gigantes ressuscita modelo de 2011 e redefine sociedade na bandeira de cartões Elo de olho nos dividendos; entenda a operação
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Depois do incêndio, EUA e China aparecem com baldes d’água: o que está em jogo no cessar-fogo da guerra comercial
A reação brasileira ao armistício tarifário tem sido, no mínimo, peculiar. Se por um lado a trégua parcial afasta o fantasma da recessão global e reacende o apetite por commodities, por outro, uma série de forças contrárias começa a moldar o desempenho do mercado local
Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)
Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras
É o ano dos FIIs de papel? Fundos imobiliários do segmento renderam 4,4% em 2025, mas FIIs de tijolo cresceram no último mês
Na relação de preço pelo valor patrimonial dos fundos imobiliários, os dois setores seguem negociados com desconto neste ano
Braskem (BRKM5) sobe forte na B3 após balanço do 1T25 e “ajudinha” de Trump e Xi Jinping. É hora de comprar as ações da petroquímica?
Além do aumento do apetite a risco nos mercados, os investidores repercutem o balanço da Braskem no primeiro trimestre