Mercados sem brilho
Ativos globais se arrastam e caminham para uma semana sem brilho nos negócios, com os investidores buscando um novo catalisador para impulsionar os mercados
O presidente Jair Bolsonaro participa nesta manhã de evento com 400 convidados no Palácio do Planalto para celebrar os primeiros cem dias de governo. Mas o mercado financeiro brasileiro está mesmo interessado é na articulação política para tentar aprovar a reforma da Previdência, enquanto o exterior sofre com a desaceleração econômica global.
Nos últimos dias, os ativos globais têm se arrastado, caminhando para uma semana sem brilho nos negócios, que flutuam à espera de novidades. De um modo geral, os investidores estão buscando um novo catalisador para impulsionar os mercados mais arriscados, após um forte começo de ano.
Por aqui, o mercado segue convicto de que a nova Previdência será aprovada no Congresso, mas é preciso avanços concretos no andamento da proposta para empurrar o ativos locais para frente. Já no exterior, pesam os alertas dos bancos centrais dos Estados Unidos (Fed), da zona do euro (BCE) e do FMI sobre a perda de tração da atividade.
Ao mesmo tempo, as incertezas se avolumam. Na Europa, a decisão de estender para outubro a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) mantém o cenário incerto. E quanto mais tempo durar o processo, mas a economia na região tende a sofrer. Na China, a inflação ao consumidor e ao produtor acelerou, no mais recente sinal de estabilização.
O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 2,3% em março, em relação a um ano antes, ante alta de 1,5% em fevereiro, enquanto os preços ao produtor (PPI) avançaram 0,4%, de +0,1% antes. Os dados ficaram em linha com o esperado e refletem o aumento de preços em alimentos (vegetais e carne de porco) e nos combustíveis.
As bolsas na China lideraram as perdas na Ásia, com Xangai caindo 1,6% e Hong Kong cedendo 1%. Em Nova York, os índices futuros amanheceram no vermelho e as principais praças europeias abriram em queda. Os demais ativos, como o dólar e os bônus, têm oscilação estreita, com as moedas europeias e emergentes ganhando terreno da rival norte-americana, enquanto o petróleo realiza lucros e os metais básicos caem.
Nova crise
Aqui no Brasil, lideranças do Centrão se movimentam para colocar um obstáculo à votação da reforma da reforma da Previdência na CCJ na semana que vem, antes do feriado. Integrantes do bloco querem primeiro apreciar o Orçamento Impositivo, que fixa um percentual para as emendas parlamentares de bancada.
A medida é de interesse do Congresso Nacional. Uma inversão na ordem de votação das propostas de emenda à Constituição (PEC) na CCJ pode atrasar o cronograma, que já é apertado. O governo trabalhando para iniciar as discussões já na segunda-feira, iniciando a votação até quarta-feira - último dia de trabalho no Congresso antes da folga da Páscoa.
Por isso, o investidor está atento aos encontros do presidente com parlamentares, presidentes de partido e até com a oposição. Na busca pelos 308 votos para a aprovação da reforma, Bolsonaro já avisou que vai apressar a liberação de até R$ 4 bilhões em emendas ainda neste semestre.
Mas até lá, a discussão sobre as novas regras para aposentadoria tende a esquentar, elevando a cautela no mercado doméstico. É na próxima etapa, na comissão especial, que o embate começa para valer, com chances de “desidratação” da proposta original, diluindo o impacto fiscal.
Com isso, ainda há dúvidas sobre o tamanho da economia a ser gerada aos cofres públicos com os gastos com aposentados após a aprovação final das novas regras pelos parlamentares. Para o investidor, quanto mais próxima for de R$ 1 trilhão, como almeja a equipe econômica de Paulo Guedes, melhor.
Ou seja, o mercado doméstico continua vendo a reforma da Previdência como vital para o crescimento sustentável da economia. Aliás, a atividade brasileira tem decepcionado, com os empresários e consumidores adiando tomadas de decisão. A expectativa, então, é de que haja um novo consenso para a previsão do PIB neste ano, ao redor de 1,5%.
Dia de agenda fraca
A agenda econômica faz uma pausa hoje, um dia após uma série de divulgações e eventos de peso. Novos índices de preços em março serão conhecidos nesta quinta-feira, desta vez ao consumidor alemão, logo cedo, e ao produtor norte-americano (PPI), às 9h30.
No mesmo horário, o calendário nos EUA traz também os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país. No Brasil, destaque apenas para a estimativa para a safra agrícola neste ano (9h).
Entre os eventos de relevo, o presidente comanda cerimônia de balanço dos cem primeiros dias de governo logo cedo, a partir das 8h30. Depois, ele embarca para o Rio de Janeiro, onde participa de almoço com chefes dos Poderes e conselheiros evangélicos.
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
-
Itaú recomenda aumento da exposição à bolsa brasileira a clientes: 'correção abriu oportunidade de compra'
-
Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024
-
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha