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Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

Agenda ganha força, mas guerra comercial é destaque

Dados de inflação ao consumidor no Brasil e ata da última reunião do Fed calibram apostas sobre rumo dos juros, após BC dos EUA indicar mais estímulos

Olivia Bulla
Olivia Bulla
9 de outubro de 2019
5:46 - atualizado às 6:22
agendaguanhaforca
Porém, foco dos investidores segue nas negociações comerciais entre EUA e China

A política monetária volta ao radar do mercado financeiro hoje, dia de divulgação do IPCA (9h) e da ata da última reunião do Federal Reserve (15h). Os investidores continuam acreditando na eficácia de estímulos lançados pelos bancos centrais para mitigar os impactos da guerra comercial, o que sustenta os negócios no exterior em alta nesta manhã, ainda mais após Jerome Powell falar ontem que deve voltar a comprar títulos do governo dos Estados Unidos (Treasuries) - mas sem admitir que se trata de um novo programa de afrouxamento monetário (QE, na sigla em inglês).

De qualquer forma, os ativos globais seguem sensíveis ao noticiário sobre as negociações comerciais entre EUA e China, que serão retomadas amanhã. Apesar de a reunião estar mantida, as relações sino-americanas pioraram muito às vésperas do encontro, sugerindo que as duas maiores economias do mundo não caminham em direção a um acordo.

Ao contrário. O governo Trump manteve a estratégia de morde-e-assopra, aumentando a pressão contra Pequim antes do início formal das negociações, o que reduz a chance de algum consenso ser alcançado. Assim, qualquer progresso a ser feito deve ser em escala muito menor, envolvendo, por exemplo, compras de produtos agrícola do EUA pela China.

Afinal, após os EUA ampliarem o número de empresas chinesas que estão impedidas de comprar componentes de companhias norte-americanas, a Casa Branca impôs restrições a vistos para oficiais chineses. Em ambos os casos, a alegação foi abusos do governo chinês contra minorias muçulmanas na região autônoma de Xinjiang, violando direitos humanos.

Além disso, o governo Trump parece mesmo disposto em restringir o fluxo de investimentos do país para a China. O foco estaria nos fundos de pensão do governo dos EUA, sob o argumento de que o fluxo de portfólio em torno de US$ 50 bilhões em direção a ativos chineses estaria financiando o crescimento econômico do país asiático.

Ainda não está claro qual autoridade legal a Casa Branca tem para impedir que certas empresas chinesas façam parte da composição de índices referenciais, como o MSCI World Index, composto por países emergentes. O problema é se a proposta for mesmo levada a cabo e a China retaliar, vendendo, por exemplo, uma fatia das Treasuries que possui.

Seja como for, se Washington continuar com a prática de atacar enquanto negocia, mesmo que haja algum acordo nas conversações desta semana, Pequim naturalmente se perguntará se os EUA irão cumprir os compromissos ou vão enxergar o consenso como um sinal de que pode obter mais. As dúvidas, portanto, tendem a permanecer.

Esperança nos BCs

O sinal positivo prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York e nas principais praças europeias, um dia após Wall Street amargar perdas de mais de 1%, o que contaminou o pregão na Ásia hoje. Enquanto o Ocidente se apóia na perspectiva de que o Fed estaria disposto em “imprimir dinheiro” via o QE, injetando liquidez nos mercados globais, o Oriente segue preocupado com as tensões comerciais.

Tóquio caiu 0,6% e Hong Kong cedeu 0,8%, enquanto Xangai subiu 0,4%, reagindo à declaração do Ministério do Comércio da China, dizendo que os EUA deveriam “parar de interferir” em assuntos internos do país. Segundo um porta-voz do ministério, “a China também tomará todas as medidas necessárias para proteger os interesses do país”.

Nos demais mercados, o petróleo recua e o minério de ferro caiu, apesar da valorização das moedas rivais em relação ao dólar. Destaque para a lira turca, que monitora tropas do país cruzando a fronteira com a Síria. Já o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) está de lado, à espera de novos eventos envolvendo o Fed hoje, após Powell sugerir mais um corte na taxa de juros para evitar turbulência nos mercados.

IPCA e ata do Fed em destaque

A agenda econômica está mais relevante hoje e traz como destaque o IPCA de setembro. A previsão é de que o indicador mantenha as leituras fracas, que vêm sendo registradas desde o fim do semestre passado, ficando praticamente estável em relação a agosto. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses deve ficar abaixo de 3%, no menor nível do ano.

Os números efetivos serão conhecidos às 9h e devem calibrar as apostas em relação ao rumo da Selic neste ano. A expectativa é de que a taxa básica caia abaixo de 5% até dezembro, sendo que as apostas mais ousadas já falam em juros de 4% em 2019, com o Copom acelerando o ritmo de cortes para 0,75 ponto nas próximas duas reuniões.

O Fed também tem mais dois encontros neste ano, em outubro e em dezembro, mas o cenário em relação à taxa norte-americana parece mais incerto. Por isso, será importante fazer a leitura da ata da reunião do mês passado. O documento será publicado às 15h e pode esclarecer tanto o novo corte de setembro quanto a divergência entre os membros.

Da mesma forma, também merece atenção mais um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, às 12h. Ainda no calendário norte-americano do dia, saem o relatório Jolts sobre o número de vagas disponíveis e os estoques no atacado, ambos às 11h e referentes ao mês de agosto, além dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30).

No Brasil, serão conhecidos também os números preliminares sobre a entrada e saída de dólares no início deste mês (14h30). Aliás, saltam aos olhos as sucessivas retiradas de capital estrangeiro no mercado secundário da Bolsa brasileira nos primeiros dias de outubro, na ordem diária de R$ 1 bilhão, elevando o déficit para mais de R$ 20 bilhões.

Dólar e o pré-sal

Essa falta de apetite dos “gringos” pelos ativos domésticos ajuda a explicar, em partes, porque o mercado doméstico de câmbio está respeitando o intervalo entre R$ 4,05 e R$ 4,20, desde que rompeu a barreira dos R$ 4,00, em meados de agosto. Aliás, esse comportamento da moeda norte-americana tem encurtado o fôlego de alta do Ibovespa, que ontem perdeu a faixa dos 100 mil pontos.

O problema é que um dólar realmente mais fraco depende de um movimento global nesta direção - algo que só deve ocorrer se os sinais mais claros de desaceleração nos EUA combinados com as apostas de queda adicionais de juros pelo Fed se confirmarem. Mas também há a expectativa de entrada maciça de recursos externos via o megaleilão do pré-sal, da ordem de R$ 100 bilhões, previsto para 6 de novembro.

Com o acordo entre os Estados e municípios sobre a divisão dos recursos da cessão onerosa da camada de extração de petróleo, a proposta deve ser votada hoje no Congresso. O imbróglio é tido como a principal condicionante para votar, em segundo turno, a reforma da Previdência, que, aliás, deve ficar para o fim deste mês.

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