O casamento do frango com a carne não vai mais acontecer. Depois de surpreenderem o mercado com o anúncio das negociações para uma possível fusão, as empresas de alimentos BRF e Marfrig desistiram dos planos.
A decisão aconteceu depois que as companhias não chegaram a um acordo sobre os termos e condições relacionados à governança da companhia combinada.
BRF e Marfrig assinaram no fim de maio um memorando de entendimentos que previa um período de exclusividade de 90 dias nas negociações.
Pelos termos desse primeiro documento, os acionistas da BRF ficariam com 84,98% da empresa combinada, enquanto que os detentores de papéis da Marfrig teriam os 15,02% restantes.
Embora o negócio fizesse todo o sentido pelo fato de as companhias terem negócios altamente complementares, os analistas que acompanham as empresas apontavam desde o início dificuldades para a conclusão da operação.
Não estava claro, por exemplo, quais seriam as sinergias (economias) que a união poderia trazer, nem quem ficaria no comando da nova empresa. Os analistas do BTG Pactual, por exemplo, classificaram o anúncio como "um cavalo de pau" nas estratégias tanto da BRF como da Marfrig.
"Apesar do término das tratativas para a combinação de seus negócios, o relacionamento comercial entre a companhia e Marfrig permanecerá inalterado e não haverá quaisquer modificações nas práticas, condições e termos previstos em contratos por elas celebrados", escreveu a BRF, em um comunicado.