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Cotações por TradingView
Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
O LEMA DE SÃO TOMÉ

Por que os gringos estão com o pé atrás em relação ao Brasil e à bolsa?

Apesar de o Ibovespa acumular alta em 2019, o fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa no mercado à vista está negativo. Com a reforma da Previdência avançando aos trancos e barrancos, os gringos estão como São Tomé: só acreditam vendo

Victor Aguiar
Victor Aguiar
21 de abril de 2019
7:45 - atualizado às 8:24
Imagem de uma cédula de dólar com zoom
Os estrangeiros estão ressabiados com o cenário políticoImagem: Shutterstock

As incertezas em relação à reforma da Previdência têm pesado sobre o humor dos mercados como um todo — e isso não é nenhuma novidade. Mas, em linhas gerais, pode-se dizer que ainda há certo otimismo por aqui: afinal, o Ibovespa acumula ganhos de mais de 7% em 2019.

Só que esse essa postura não é exatamente compartilhada pelos investidores estrangeiros. Diante da nebulosidade do cenário político, os gringos estão adotando a máxima de São Tomé: precisam ver para crer.

Eu conversei com gestores e analistas com atuação internacional nos últimos dias a respeito das dificuldades de articulação política do governo Bolsonaro ao redor da Previdência — e sobre como isso estaria mexendo com o apetite dos estrangeiros. A avaliação é unânime: quem está lá fora prefere pegar o bonde andando e não se expor muito neste momento.

"Eu estive nos Estados Unidos há pouco tempo e ouvi muito isso. Ninguém vai entrar no país, trazer dinheiro para cá e correr um risco cambial, enquanto não houver a estabilização da trajetória da dívida/PIB", me disse um gestor de um fundo carioca, sob condição de anonimato. "E, se a Previdência não passar, você não consegue esse equilíbrio".

Fluxo vacilante

A análise do fluxo de recursos estrangeiros no segmento à vista da bolsa brasileira em 2019 dá uma ideia dessa hesitação. Em 21 de março, esse saldo chegou a ficar positivo em mais de R$ 3 bilhões — mas, no dia seguinte, entrou em tendência de queda.

Nada acontece por acaso: um turbilhão atingiu Brasília naquela semana, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dando as primeiras declarações de que poderia deixar a articulação política da Previdência.

Esse fluxo até chegou a se recuperar no começo de abril, mas sofreu um duro golpe no último dia 12: apenas nesse dia, os estrangeiros retiraram R$ 2,1 bilhões da bolsa brasileira — e, com isso, o saldo no ano virou ao campo negativo.

Novamente, nada acontece por acaso: 12 de abril foi a data em que o governo barrou o reajuste dos preços do diesel da Petrobras, ressuscitando o fantasma da interferência estatal na administração da empresa.

"Não há nenhuma tendência. Ao analisar os dados consolidados no ano até agora, não há um fluxo consistente de estrangeiro para a bolsa", diz Ronaldo Patah, estrategista do UBS Wealth Management, ressaltando que o cenário externo tumultuado também prejudica o apetite ao risco.

No ano, até o pregão do dia 16 de abril, o fluxo de estrangeiros em bolsa está negativo em R$ 1,79 bilhão — somente neste mês, a retirada de recursos supera a entrada em R$ 3,04 bilhões. No mesmo período de 2018, o saldo dos gringos estava positivo em pouco mais de R$ 960 milhões.

Bifurcação

Essa hesitação dos estrangeiros se deve ao viés binário da economia brasileira: com a aprovação da Previdência, há a perspectiva de melhora da situação fiscal e de retomada de um crescimento mais amplo da economia. Mas, sem a reforma, o cenário é o oposto.

E as dificuldades enfrentadas pelo governo ainda nos primeiros estágios da tramitação da reforma da Previdência no Congresso — as discussões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara estão atrasadas — contribuem para trazer mais cautela aos estrangeiros.

"Só reforça a decisão deles de não entrar enquanto não resolver a questão da Previdência", diz Patah, do UBS, referindo-se à deterioração da articulação política. "Os estrangeiros gostam dos mercados emergentes porque eles têm crescimento. Se for para investir num emergente que não cresce, é melhor ficar nos Estados Unidos".

De fato, as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2019 estão sendo reduzidas semana a semana. O último boletim Focus, de 15 de abril, prevê aumento de 1,85% do PIB neste ano — em janeiro, a estimativa de expansão chegou a ser superior a 2,5%.

"Não vamos esquecer que estamos com 12 milhões de desempregados. O governo está começando a fazer ajustes e a equipe econômica é excepcional, mas a reforma da Previdência é crucial. A conta precisa fechar", diz Cesar Mikail, gestor da Western Asset.

Preço x atratividade

Mikail ainda pondera que os estrangeiros dão grande atenção à relação entre preço e lucro (P/L) das bolsas globais para decidir suas alocações — e, no momento, o mercado brasileiro está sendo negociado em linha com sua média histórica.

"Os emergentes, principalmente na América Latina, andaram juntos. O Brasil não ficou para trás", diz Mikail, ressaltando que, em dólar, as bolsa brasileira teve desempenho semelhante à do Chile, México e Peru. "Mas, se a reforma da Previdência sair, teremos um belo gatilho".

O gestor da Western explica que a aprovação da reforma elevaria a projeção de lucros das companhias, gerando uma redução nesse índice P/L d o mercado brasileiro — e, assim, aumentando a atratividade da bolsa. "Quando você mexe no denominador, você tem uma correção natural".

Oportunidades

Um gestor que prefere não ser identificado analisa que os estrangeiros até podem fazer movimentos pontuais de entrada na no curto prazo, mas ressalta que tais fluxos estão mais realizados a alguma correção brusca da bolsa brasileira.

Ele cita, por exemplo, a forte queda do Ibovespa no início da crise de articulação política: em oito sessões, o índice saiu do nível dos 100 mil pontos e cau ao patamar de 91 mil pontos.

"Como houve um movimento grande de piora da bolsa e o dólar batendo em R$ 4,00, a gente percebeu uma pequena entrada dos estrangeiros no mercado local. O preço estressou e eles aproveitaram essa janela", diz o gestor.

Já Patah, do UBS, ressalta que os estrangeiros estão receosos com a bolsa, mas seguem de olho em boas oportunidades de investimento no Brasil e nos países emergentes.

"O leilão de aeroportos, por exemplo, teve boa demanda porque é um produto escasso. Se eles não aproveitassem agora, não adiantaria esperar a Previdência", diz Patah. "O fluxo do estrangeiro existe, mas ele é pontual e busca oportunidades raras".

E agora, José?

O fato de os estrangeiros estarem assumindo essa postura cautelosa quer dizer que você também deva seguir essa orientação? Bom, depende.

Por um lado, o imbróglio em Brasília certamente tirou parte do fôlego do Ibovespa — o índice, afinal, só chegou aos três dígitos no intraday, mas ainda não conseguiu terminar um pregão acima dos 100 mil pontos. Quem apostava num Ibovespa ainda mais forte nessa época do ano, portanto, se deu mal.

Mas, por outro, é inegável que quem entrou na bolsa lá atrás está sorrindo à toa. Basta lembrar que, antes do primeiro turno das eleições, o Ibovespa aparecia na faixa dos 82 mil pontos — assim, mesmo com a correção do último mês, ainda acumula um ganho de cerca de 14% desde então. E os gringos que optaram por ficar de fora não aproveitaram esse rali.

Assim, voltamos à velha questão: tudo depende do seu perfil. Mas é importante ter em mente que, conforme a tramitação da reforma avançar no Congresso, a tendência é que os mercados fiquem cada vez mais voláteis, de acordo com os rumos das discussões em Brasília.

Mas e se a reforma da Previdência não passar? Nesse caso, o buraco é mais embaixo.

"Não tenha dúvida de que, além de nao ter fluxo de entrada, vai ter bastante saída de estrangeiro. Aí é um cenário terrível", conclui Patah, do UBS.

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