Não é uma cilada, Bino! Randon se destaca em temporada de balanços fortes em 2018
Mesmo no meio da bagunça e frente a um crescimento módico, o lucro das empresas que compõem o IBrX cresceu impressionantes 55,9% em relação a 2017. Um dos destaques da temporada de balanços foi a Randon, fabricante de implementos rodoviários (as famosas carrocerias) e autopeças

Não parece que mais de três meses se passaram desde a brutalização de meus sobrinhos na piscina, com direito a caldos e cuecões em meio à queima de fogos no calor somali de Ribeirão. Mas, já estou aqui vendo como contribuir para destruição dental dos meninos – ovo de Páscoa é muito caro e sem graça, sempre entupo os moleques de chicletes, balas e barras maciças de chocolate.
Enquanto me preocupo com o preço do bacalhau, percebo que a temporada de resultados das empresas passou e, de uma forma geral, vai deixar saudades.
2018 foi um ano maluco: teve greve de caminhoneiro, Copa do Mundo e Eleições polarizadas e completamente imprevisíveis. Teve, também, um crescimento tímido do PIB (1,1%) e o fim da recessão causada pela criatividade dos “doutores” da Unicamp.
Mesmo no meio da bagunça e frente a um crescimento módico, o lucro das empresas que compõem o IBrX (índice com as 100 ações mais negociadas no mercado brasileiro) cresceu impressionantes 55,9% em relação a 2017 e, para 2019, mais um crescimento básico de 38,3% está “contratado” pelo consenso do mercado.
O efeito que uma pequena reversão na economia pode fazer sobre balanços de empresas mais preparadas e enxutas é brutal. Por isso, estou bastante construtivo para a Bolsa nos próximos meses – o ciclo é positivo e, mesmo que o ambiente político ainda seja bastante assustador, as boas empresas devem entregar fortes resultados também para 2019.
Não se deixe contaminar pelas manchetes de jornal. Claro que o desemprego preocupa (muito!) e boa parte da economia ainda patina. Mas as empresas listadas, essas pouco menos de 350 heroínas, são o que existe de melhor no país – não dá para comparar a resiliência e poder de crescimento do shopping Morumbi com shoppings ainda jovens e fora dos grandes centros.
Leia Também
Randon engata
Se quiser um bom exemplo, olhe o que o aumento de 27% na produção de caminhões em 2018 (dados da Anfavea) fez sobre os números da Randon (RAPT4), companhia de implementos rodoviários (as famosas carrocerias) e autopeças. A empresa passou por uma transformação completa ao longo da crise, com redução do número de funcionários, enxugamento da capacidade e restruturação da dívida.
No ano, a receita líquida avançou “apenas” 45% e o Ebitda saiu de R$ 308 milhões em 2017 para R$ 560 milhões (+82%). O retorno sobre capital próprio (ROE, da sigla em inglês), que bateu -5,3% em 2016 chegou a mais do que saudáveis 10,6% em 2018 (foi 3,3% em 2017).
Tudo isso só foi possível graças a uma coisa chama “alavancagem operacional” que, quando se trata de balanço e DRE, funciona tão bem quanto magia negra – a diluição dos custos fixos permite que as margens cresçam bem mais do que as receitas. Não deu outra: o lucro líquido saiu de R$ 47 milhões em 2017 para R$ 152 milhões em 2018 (+225%)!
Seleção natural
Além da magia da diluição de custos, Darwin teve um papel fundamental nos números expressivos – em um ambiente agressivo e competitivo como foi (ainda é) o Brasil durante a crise, só os mais adaptados sobrevivem.
Em novembro de 2017, a Guerra, uma de suas maiores concorrentes, teve sua falência decretada. Assim, a Randon passou a nadar praticamente sozinha – ganhou participação no mercado e conseguiu segurar um pouco os preços. O mais legal (para a Randon, claro), é que não há motivos para acreditar que a situação vá mudar no curto prazo.
A companhia gaúcha continua reinando sozinha em um mercado que, se não é pujante, tem mostrado uma boa estabilidade no primeiro trimestre de 2019 e, se a economia der uma ajudinha e o PIB realmente crescer em torno dos 2%, é possível que os números surpreendam ao longo do ano – as receitas acumuladas em janeiro e fevereiro foram 32% maiores do que no mesmo período de 2018.
Com efeito, em apresentação para investidores, a administração informou que tem utilizado 100% da capacidade instalada para a produção de implementos e de 70% a 100% da capacidade de produção de autopeças, a depender da subsidiária e do segmento.
O papel, que andou junto com o Ibovespa nos últimos 12 meses, tem tudo para mostrar força em 2019 e é uma das minha preferidas para o médio prazo.
É bom lembrar que, além da volatilidade inerente aos ativos de renda variável, a companhia é bastante dependente da macroeconomia (quem compra caminhão se não tiver confiança no país?) e, se as coisas desandarem por aqui, os papéis podem sofrer. Mas, pelo que temos visto neste começo de ano, não parece ser o caso.
Não dá só para falar de coisas boas... se Randon foi uma das que mais me impressionou no 4º trimestre, teve uma outra ação que me decepcionou (e muito!) quando divulgou seus números, já no apagar das luzes da temporada de resultados.
Fique de olho que te conto qual foi até o fim da semana!
Magazine Luiza (MGLU3) está na fase final para se transformar em negócio “à prova de Selic”, diz Fred Trajano; ações caem 8% após balanço do 1T25
Em teleconferência depois dos resultados, o CEO do Magazine Luiza enfatizou o sétimo trimestre consecutivo de lucro, mesmo com os juros elevados
Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário
A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Magazine Luiza (MGLU3) tem lucro 54,3% menor no primeiro trimestre, mas segue firme na estratégia da rentabilidade
Segundo a varejista, a estratégia de priorizar a rentabilidade e não apenas o volume de vendas está começando a dar frutos
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ações da C&A (CEAB3) dão salto de 20% na bolsa: o que está por trás da disparada após a queda de 94% do lucro no 1T25
Bancos explicam o motivo do desempenho da varejista nos três primeiros meses do ano e dizem se é hora de colocar os papéis na carteira
Lucro líquido da Auren (AURE3) despenca, mas outros indicadores surpreendem e ações disparam mais de 13%; veja por que o mercado se animou
Crescimento do Ebitda e redução do nível de endividamento animam os investidores e analistas, que definem o primeiro trimestre como “para se lembrar”
Ações da Azzas 2154 (AZZA3) têm a maior arrancada de sua breve história na bolsa depois do balanço do 1T25. Hora de comprar?
Segundo o Itaú BBA, os números do primeiro trimestre indicam um ponto de inflexão da companhia, que vinha sofrendo com desconfiança do mercado
Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim
Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado
Com “mãozinha” da Argentina, Mercado Livre (MELI34) dá show no 1T25 e ações sobem — mas é hora de comprar?
O volume bruto de mercadorias na Argentina mais que dobrou em relação ao mesmo trimestre do ano anterior
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Ambev (ABEV3) tem lucro estável no 1º trimestre e anuncia R$ 2 bilhões em dividendos; ações saltam na B3
Lucro no 1T25 foi de R$ 3,8 bilhões, praticamente estável na comparação anual e em linha com o consenso de mercado
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Rodolfo Amstalden: A disputa epistemológica entre números e narrativas tem um novo campeão
Uma certa mudança de Zeitgeist epistemológico pode ser capturada nas últimas décadas, demarcando aquilo que eu ousaria chamar de um renascimento de Dionísio no campo de estudos financeiros
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Uma forcinha de Milei: Mercado Livre (MELI34) tem lucro 44% maior no primeiro trimestre puxado pela retomada da Argentina
O GMV (volume bruto de mercadorias) no país vizinho chama atenção nos resultados do Mercado Livre de janeiro a março, com crescimento de 126%