🔴 META: ‘CAÇAR’ AS CRIPTOMOEDAS MAIS PROMISSORAS DO MERCADO DE FORMA AUTOMÁTICA – SAIBA COMO

O risco de o Brasil dar certo: uma conversa com Henrique Bredda e os sócios da Alaska

Com mudanças estruturais aparecendo no horizonte da economia brasileira, quais os riscos a serem considerados pelos investidores? A equipe do Seu Dinheiro e os sócios da gestora Alaska debateram essa questão

4 de agosto de 2019
13:35 - atualizado às 9:44
Retrato de Henrique Bredda, sócio da gestora de fundos Alaska
Henrique Bredda, sócio da gestora de fundos Alaska. - Imagem: NILTON FUKUDA/ESTADÃO CONTEÚDO

“Hoje talvez um dos maiores riscos do Brasil é o risco de dar certo. E, para o investidor, é o risco de estar lá quietinho no seu CDI a 6%, que em breve vai se tornar 5%, enquanto o Ibovespa triplica, os preços dos imóveis duplicam e seu poder de compra se divide por três. Ele arriscou ao não considerar a chance de dar certo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem disse isso foi Henrique Bredda, sócio da gestora Alaska, durante um almoço com parte da equipe do Seu Dinheiro na última semana. E essa fala bem que ficou ressoando na nossa cabeça, numa semana em que o Copom reduziu os juros de 6,5% para 6% ao ano e ainda sinalizou mais quedas.

Quem diria que um dia estaríamos aqui, não é mesmo? Mas cá estamos.

Eu, num almoço com Bredda e seus sócios Ney Miyamoto e Eduardo Mestieri, num restaurante famoso de São Paulo, ao lado dos meus colegas Marina Gazzoni, Vinícius Pinheiro e Eduardo Campos; o Brasil, com Selic de 6% ao ano, inflação baixa, juro real na casa de 1% e correndo o risco de dar certo. Quem te viu, quem te vê.

Nessas circunstâncias, de fato o risco é continuar conservador demais enquanto os preços dos ativos andam.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É verdade que existem riscos externos, como a guerra comercial entre EUA e China e a desaceleração da economia global. Bredda e Miyamoto apontaram ainda o que eles acreditam ser o maior risco no mundo hoje: o risco político, devido aos extremismos nacionalistas de esquerda e direita, que podem descambar para conflitos diplomáticos e sociais, dada a grande desigualdade no mundo.

Leia Também

Mas, apesar disso, em um cenário de juros baixos ou cadentes aqui e lá fora, o que nos resta a não ser migrar algum recurso para ativos de renda variável? Nesta semana, logo após a decisão do Copom, eu até falei sobre isso nesta matéria sobre o que ainda dá para fazer para adaptar os seus investimentos à nova realidade.

A Alaska é uma gestora de renda variável nascida de uma parceria entre Bredda, Miyamoto e Luiz Alves Paes de Barros, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira. Eu inclusive já falei dela antes nesta mesma newsletter de domingo, num texto que você pode ler aqui.

As principais posições da casa são bastante conhecidas, como é o caso de Braskem, Rumo, Suzano, Kroton e Klabin. Mas a mais famosa, digamos, certamente é o Magazine Luiza, seu grande “case” de sucesso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também é bastante conhecido o foco da gestora em educação financeira. Pelo Twitter, Bredda fala hoje a cerca de 56 mil seguidores e tenta segurar a mão dos cotistas, sempre com uma certa dose de “tough love”.

Qual é o Brasil que dá certo?

A visão da Alaska para as ações brasileiras é bastante construtiva. “O Brasil está passando por um longo processo de recuperação de valuation (valor) das empresas da bolsa. Temos uns bons quatro, cinco ou seis anos pela frente”, disse Bredda.

Mas ele lembra que desempenho da bolsa não tem nada a ver com o PIB. Afinal, o que faz as ações se valorizarem é a perspectiva de lucro para as empresas e não as perspectivas para o crescimento do PIB.

Essas duas coisas, aliás, frequentemente não andam juntas: nem tudo que é bom para o PIB é bom para a bolsa, especialmente num país como o Brasil, com seu “capitalismo de araque”, como o Bredda mesmo diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As ações que compõem o Ibovespa são a elite da bolsa, justamente as maiores e mais poderosas do país, que se beneficiam de serem monopólios, fazerem parte de oligopólios ou serem “amigas do rei”.

A atual tendência de migração para um capitalismo mais maduro no Brasil - com menos Estado, juros mais baixos, inflação civilizada, mais concorrência, descentralização do crédito e poupadores investindo no setor produtivo, e não apenas financiando a dívida pública - não deve acontecer sem “dores do crescimento”. Tende a ser ótimo para o PIB e o país, mas potencialmente danoso para o Ibovespa como ele é hoje.

Quer um exemplo? Imagine se as fintechs ganharem musculatura e passarem a distribuir crédito barato para todo mundo. Será ótimo para a economia, mas muito ruim para as ações dos bancos e, consequentemente, para a bolsa. Os grandes bancos representam nada menos que um terço do Ibovespa e, na visão de Bredda, estão entre as companhias que mais podem ser prejudicadas por um “choque de capitalismo”.

“Se o lucro dos bancos for corroído, o Ibovespa também será. E quem vai ganhar com isso? Empresas que não estão listadas ou são irrelevantes, porque não fazem parte do índice”, explicou Bredda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A resiliência à competição é inclusive um dos motivos que fazem a Alaska gostar do setor de varejo, já acostumado, mesmo no Brasil, a uma briga ferrenha. Nesse contexto, uma empresa vencedora como o Magalu é uma vencedora de fato. Para os sócios da Alaska, inclusive, empresas como Via Varejo (que está “atrasada”) ou a operação da Amazon no Brasil (“irrelevante”) não são ameaças para ela.

“A ameaça no Brasil vem sempre do pequenininho de baixo. No caso do Magazine Luiza, vai ser algum player local. A Amazon vai entregar livro no Itaim e no Leblon e acabou”, afirmou Bredda. Afinal, como lembrou Ney, “o Brasil não é para amadores”, pois tem toda uma dinâmica própria que os gringos, quando vêm para cá, têm dificuldade de decifrar.

É bem verdade que o Ibovespa é rebalanceado de tempos em tempos. Se as empresas começam a perder relevância na bolsa, tendem a sair do índice. Mas até isso acontecer, leva um tempo. E pior: as ações costumam entrar no Ibovespa na alta e sair na baixa.

Mas e do lado das fintechs, tem alguma coisa que a Alaska gosta? No nosso almoço, eles contaram que chegaram a olhar a ação do Banco Inter, mas não compraram. O motivo? Acharam caro - e isso foi antes mesmo da mais recente onda de valorização do banco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Temos grande curiosidade de saber como eles vão rentabilizar o patrimônio para justificar um preço de cinco vezes o patrimônio”, disse Bredda.

O gestor disse não saber se esses bancos digitais são sustentáveis nem qual deles vai sobreviver e se destacar, mas acredita que eles vieram para ficar e que já está claro quem vai perder: os bancões.

Talvez a moral da história seja justamente que investir na bolsa é muito mais do que acompanhar o Ibovespa. Ou, como nos disse Bredda, “é caso a caso, setor a setor, empresa a empresa”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A SEMANA DOS MERCADOS

Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803

31 de outubro de 2025 - 18:15

O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões

REAÇÃO AOS RESULTADOS

Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?

31 de outubro de 2025 - 12:20

As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques

DINHEIRO EXTRA

A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG

30 de outubro de 2025 - 16:24

Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra

REAÇÃO AO RESULTADO

Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço

30 de outubro de 2025 - 8:56

Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar

29 de outubro de 2025 - 17:19

O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão

VALE MAIS QUE DINHEIRO

Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso

29 de outubro de 2025 - 14:35

Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs

O RALI NÃO ACABOU

Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025

29 de outubro de 2025 - 13:32

De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%

REAÇÃO AO RESULTADO

Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?

29 de outubro de 2025 - 10:38

Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?

NA GANGORRA

Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir

29 de outubro de 2025 - 6:05

Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal

FECHAMENTO DOS MERCADOS

IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597

28 de outubro de 2025 - 17:25

Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.

GIGANTE LOGÍSTICO

‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo

28 de outubro de 2025 - 11:23

Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas

OS QUERIDINHOS DOS GRINGOS

Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’

27 de outubro de 2025 - 18:43

Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

AINDA HÁ ESPAÇO NA FESTA?

Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”

27 de outubro de 2025 - 15:52

Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial

BALANÇO SEMANAL

Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana

25 de outubro de 2025 - 16:11

Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%

DE OLHO NO GRINGO

Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai

24 de outubro de 2025 - 19:15

Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM

DEMOGRAFIA VIRANDO DINHEIRO

Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa

24 de outubro de 2025 - 18:56

Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade

ESQUECERAM DE MIM?

Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde

24 de outubro de 2025 - 15:02

Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva

MERCADOS HOJE

Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?

24 de outubro de 2025 - 12:39

O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui

VEJA DETALHES

Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas

23 de outubro de 2025 - 13:40

O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio

FII EXPERIENCE 2025

Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta

23 de outubro de 2025 - 11:00

Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar