Black Friday das corretoras: os cuidados na hora de investir em uma promoção de investimentos
O mundo dos investimentos também pulou de cabeça em uma das principais datas do comércio brasileiro. Só que embarcar nessa nem sempre é a melhor opção
Lembro a primeira vez que tive contato com a Black Friday. Estava planejando o Réveillon de 2013 com alguns amigos e iríamos para o litoral norte de São Paulo. Um dos amigos mais animados com a viagem deu a ideia de comprarmos antecipadamente algumas das bebidas que iríamos consumir, aproveitando os preços mais baixos. Na animação de pagar barato e economizar a grana suada do estágio, topei.
Só que essa estratégia acabou se provando furada quando vimos que o custo de comprar as bebidas na Black Friday e transportá-las acabava sendo praticamente o mesmo de comprá-las no mercadinho da praia. No fim das contas, foi um clássico "conto do vigário".
Esse sentimento volta à minha mente toda vez que vejo as mais variadas promoções de Black Friday. Mais ainda quando elas são relacionadas ao mundo dos investimentos.
O dia de grandes promoções caiu nas graças do comércio há algum tempo, mas de uns anos para cá também virou febre no mercado financeiro. Assim como ocorre nas lojas e nos grandes sites de e-commerce, corretoras e casas de câmbio correm todos os anos para anunciar ofertas imperdíveis, com promessas de alavancar ainda mais os rendimentos dos investidores. Só que, diferentemente do comércio tradicional, investimentos exigem ainda mais cuidados na hora de mergulhar em uma promoção.
Quando você for atrás das ofertas nas corretoras, encontrará desde reduções de valor de aporte inicial em fundos de investimento até taxas mais atrativas em títulos de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs. Agora, no meio de tantas opções, você não pode esquecer que seu grande vilão é a impulsividade.
Na prática, a Black Friday acaba sendo um evento que concentra as promoções e dá a elas ainda mais visibilidade. Muitas dessas ofertas são de fato boas, só que elas acabam criando um senso de urgência inexistente - e este, caro investidor, é o seu principal risco.
Leia Também
É justamente esse risco de comprar por impulso que faz o coordenador do MBA de gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, não recomendar a Black Friday dos investimentos em nenhum caso. Segundo ele, aplicações financeiras possuem uma lógica totalmente diferente do consumo no comércio e devem ser muito bem pensadas antes de qualquer compra.
“Para quem está pensando em investir, a Black Friday nem deveria passar pela cabeça. Esse é um evento de momento, as promoções são de momento, e para fazer qualquer investimento tem que se estudar cada detalhe, da rentabilidade ao histórico da aplicação, passando também pela tradição da instituição financeira que o oferece”, me disse o professor.
Teixeira alerta que os investimentos no geral já vêm expostos ao risco do próprio mercado. Dessa forma, a melhor conduta sempre vai ser fugir de ciladas e ações mal pensadas. “Minha dica é nunca investir por impulso e sempre fazer uma avaliação profunda da aplicação”.
Vale lembrar que aplicações financeiras também não são protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor. Logo, os direitos e deveres que se aplicam ao comércio não se estendem ao mercado financeiro.
O momento de investir
Agora, se você já fez a lição de casa e sabe muito bem os detalhes das aplicações que estão em oferta na Black Friday, o coordenador de MBA da FGV traz algumas dicas podem te ajudar a diminuir os riscos de perdas ou de cair na tal da “Black fraude”.
A primeira delas é sobre as rentabilidades oferecidas pelas corretoras. A promessa de um retorno maior é sempre muito bem vinda, mas ela dificilmente sairá muito da curva de mercado. Teixeira lembra que os investimentos costumam apresentar um patamar médio de rentabilidade, e que práticas muito acima ou abaixo dessa linha já não costumam ser vantajosas para as corretoras.
“A dica é: sempre desconfie de qualquer rentabilidade muito maior do que as praticadas no mercado. No geral, elas podem trazer uma pegadinha”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Outro conselho importante é sempre seguir seu perfil de investimento. Se você é do tipo conservador, a Black Friday definitivamente não é o momento de você arriscar novos ares. A mesma coisa vale para o investidor arrojado que está sempre em busca de novos horizontes. Teixeira diz que o melhor caminho nesses tipos de promoção é dar um passo para o lado do conservadorismo. “Quem é conservador deve ser ainda mais conservador. Existem muitas pegadinhas que, na hora da euforia, podem fazer você perder dinheiro”.
Já para os novatos que enxergam nas promoções do fim de novembro um bom momento para começar a investir, o coordenador de MBA da FGV orienta um início menos agressivo. “O primeiro contato com investimentos no geral deve ser voltado para a reserva de emergência. Então o investidor deve buscar aplicações mais conservadoras logo de início”.
O que pode ser oferecido na Black Friday?
No comércio, os tipos de promoção variam, indo do bom e velho desconto à vista ao popular “leve 3 pague 2”. Mas, para os investimentos, essa lógica é um pouco diferente, e as condições de oferta costumam ser mais limitadas.
Um dos descontos clássicos é a redução de taxas de administração, atualmente mais comuns em fundos, CDBs ou LCIs e LCAs, já que no Tesouro Direto elas já são zeradas nas principais instituições financeiras.
Texeira destaca que, nesses casos, o investidor deve ficar atento ao prazo de validade dessa redução. Para ele, o importante é comparar o desconto com a rentabilidade do ativo e verificar se, nessas condições, a taxa de administração menor vale mesmo a pena. “Se a resposta para essa pergunta for ‘não’, então é preferível procurar um investimento clássico com melhor rentabilidade”.
Também conversei sobre esse tema das taxas de administração com a professora do Insper, Vitória Saddi. Ela comentou que esses descontos não costumam ser ciladas.
“A taxa de administração recai sobre o patrimônio do investidor. Logo, isentar o cliente dessa cobrança aumenta a rentabilidade do investidor. Mas vale lembrar que essa estratégia é muito mais para atrair novos clientes para a gestora, que no futuro farão novos aportes, do que propriamente um grande desconto”.
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
