Com a crise do 737 Max, a Boeing teve o maior prejuízo trimestral de sua história
Após dois acidentes fatais envolvendo aeronaves 737 Max, a Boeing reportou um prejuízo bilionário no segundo trimestre de 2019. A receita líquida da empresa também foi fortemente afetada
Era manhã de domingo, 10 de março, quando o voo 302 da Ethiopian Airlines saiu de Addis Ababa, capital etíope, com direção a Nairobi, no Quênia. Seis minutos após a decolagem, a aeronave Boeing 737 Max 8 caiu, matando todos as 157 pessoas a bordo
A tragédia gerou comoção internacional — afinal, a Ethiopian é conhecida por ser uma das companhias aéreas mais seguras e confiáveis da África. No entanto, pouco após a confirmação da notícia, a imprensa e os especialistas do setor começaram a notar algumas semelhanças entre esse desastre e outro acidente, ocorrido cinco meses antes.
Em 29 de outubro de 2018, o voo 610 da Lion Air deixou o aeroporto internacional de Jacarta, na Indonésia, com destino à cidade de Pangkal Pinang, no norte do país. Treze minutos depois de deixar o solo, a aeronave Boeing 737 Max 8 caiu — nenhuma das 189 pessoas que estavam no avião sobreviveu.
Esses dois desastres, tão parecidos e separados por um período de tempo tão curto, abalaram a reputação da Boeing e levantaram dúvidas quanto à segurança do 737 Max, um dos principais modelos de aeronave produzidos pela empresa. E os danos financeiros que essas duas catástrofes geraram à companhia começam a ser conhecidos com maior magnitude apenas agora.
A Boeing reportou na manhã desta quarta-feira (24) seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano e, logo de cara, um dado chama a atenção: o prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões registrado entre abril e junho deste ano — o pior resultado trimestral da história da companhia. No mesmo período de 2018, a empresa teve lucro de US$ 2,2 bilhões.
E boa parte dessas perdas está relacionada à crise do 737 Max. Logo após as tragédias envolvendo os voos da Ethiopian e da Lion Air, diversos órgãos reguladores nacionais recomendaram a suspensão do uso dessas aeronaves por parte das companhias aéreas — e essa situação trouxe fortes impactos à carteira de pedidos da Boeing.
Desde os desastres, as companhias que possuíam encomendas de aviões tipo 737 Max suspenderam suas compras e deixaram de receber esses veículos, o que tem mantido os hangares da Boeing lotados.
Enquanto trabalha para provar aos clientes que o 737 Max é seguro, a fabricante de aeronaves fez uma provisão de US$ 4,9 bilhões nos resultados desse trimestre para suportar os impactos negativos dessa crise.
Essa provisão, assim, foi responsável pelo forte prejuízo registrado pela Boeing no período. Mas o efeito 737 Max não se restringiu ao resultado líquido: a receita da empresa americana também foi fortemente afetada, totalizando US$ 15,7 bilhões — uma queda de 35% na base anual.
"Esse é um momento de definição para a Boeing, e permanecemos focados em reforçar nossos valores de segurança, qualidade e integridade em tudo o que fazemos, conforme trabalhamos para recolocar o 737 Max em serviço com segurança", disse o presidente da empresa, Dennis Muilenburg, em mensagem aos acionistas.
Como ficaram as ações?
Em reação ao prejuízo bilionário, as ações da Boeing fecharam a sessão desta quarta-feira em baixa de 3,12%, a US$ 361,43, e foram uma das principais responsáveis pelo recuo de 0,29% do Dow Jones — confira aqui a cobertura completa do comportamento dos mercados hoje.
É possível separar o desempenho das ações da Boeing em 2019 em dois momentos: antes e depois da queda do voo da Ethiopian. Desde 8 de março — último pregão antes da tragédia —, os papéis da fabricante de aeronaves acumulam baixa de mais de 14% em Nova York.
Contudo, as ações da Boeing tiveram um início de ano muito forte: somente em janeiro e fevereiro, os papéis da companhia registraram alta de mais de 36%. Assim, mesmo após as baixas vistas desde março, os ativos da empresa ainda têm saldo positivo no ano: o nível atual, de US$ 361,43, ainda representa um ganho de mais de 12% desde o início de 2019.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
Mais lidas
-
1
Após prejuízo bilionário, CEO da Casas Bahia está “confiante e animado” para 2024 — mas mercado não compra ideia e ação BHIA3 cai forte na B3
-
2
Ação do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar desaba quase 50% na bolsa francesa em um único dia e vira “penny stock”
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha