🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – ACOMPANHE AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES CLICANDO AQUI

A crise da Boeing com o 737 MAX pode afetar a Embraer depois da fusão?

Ainda vejo valor escondido nas ações da Embraer, que deve aparecer mais claramente conforme a combinação das duas empresas for amadurecendo, e a posição é uma boa proteção contra uma forte escalada do dólar no curto prazo

26 de março de 2019
6:06 - atualizado às 6:09
Boeing 737-800
Boeing 737-800 - Imagem: Shutterstock

Me lembro até hoje da primeira vez que voei – tinha menos de dez anos e o passeio com meu pai me manteve acordado por uns dias antes e depois da aventura. No meio do voo, entre o barulho das turbinas e o frio na barriga a cada balançada (“são só umas lombadas nas nuvens, filhão”), uma das aeromoças (era o nome, não me julgue), que percebeu ser minha primeira vez nos ares, fez o convite: “quer conhecer a cabine?”.

Estava decidido, ia ser piloto de avião. De preferência, do F-14, por influência de Maverick e Goose, claro.

Mesmo sem ter levado o sonho adiante, continuo fascinado por aviões e aeroportos, acho boa até a comida de bordo. Por ironia, depois de velho, fiquei um pouco mais covarde e, confesso, difícil ficar 100% tranquilo durante o voo. Qualquer turbulência, por mais leve que seja, já me deixa preocupado.

Tento vencer o medo pelo estudo: leio muita coisa sobre acidentes e segurança e, a cada decolagem, repito para mim mesmo que que corri mais riscos no trajeto até o aeroporto do que correrei entre as nuvens.

“As chances de morrer em um acidente aéreo são as mesmas de ganhar na loteria”. Bem, quase toda semana tem gente levando a Mega Sena...

Li as primeiras notícias sobre o acidente do 737 MAX em meio às férias na Argentina e gelei até confirmar que que meu voo de volta seria em um 777. Mesmo que todos os problemas sejam resolvidos e o modelo se torne a aeronave mais segura da história da aviação mundial, pessoas vão embarcar com desconfiança por bastante tempo – alguém aí se lembra do Fokker 100?

Leia Também

As investigações oficiais ainda estão em andamento, mas vários países proibiram voos com o 737 MAX até segunda ordem. Com 376 unidades entregues e um backlog (cateira de pedidos) de 5.012 unidades, avaliadas em mais de US$ 600 bilhões, o modelo é (era?) considerado o principal vetor de crescimento da Boeing.

Desde o acidente no Egito, a americana perdeu quase 11% de seu valor de mercado, o que equivale a pouco mais de US$ 26 bilhões. Com as notícias de que todo o processo de aprovação do modelo será investigado, o caso pode ser muito mais profundo do que “apenas” um erro de projeto – a desconfiança começa a respingar na FAA (Federal Aviation Administration), agência responsável pela regulação da aviação civil nos EUA.

E a Embraer?

Ainda é impossível quantificar o tamanho do estrago: pode ser apenas um ruído, pode ser algo com consequências permanentes. De toda forma, depois de anunciar a fusão com a gigante norte-americana, tudo que afeta a Boeing pode afetar a Embraer, já que boa parte da geração de valor na combinação dos negócios vem das sinergias comerciais entre as duas empresas.

Minha visão é que os eventos recentes terão pouco impacto sobre a companhia brasileira e, até o momento, a brasileira não sofreu com a Boeing. Pelo contrário: por incrível que pareça, a divulgação de fracos resultados foi bem recebida e o papel subiu mais de 5%, mostrando mais uma vez que, no mercado, o que importa é bater as expectativas (que eram bem pessimistas).

Em 2018, a Embraer entregou 90 aeronaves comerciais e 91 executivas (os famosos jatinhos). Com isso, o resultado antes de juros e impostos (Ebit) ficou em R$ 103 milhões, uma queda de 90% em comparação com 2017. O ano fechou com prejuízo de R$ 224 milhões (frente lucro de R$ 995 milhões no ano anterior).

A geração de caixa também sofreu – o fluxo de caixa livre (medido pela geração de caixa operacional descontada do investimento em ativos fixos) caiu de R$ 1,3 bilhão para R$ 249 milhões – a piora operacional e o aumento do volume de estoques prejudicaram bastante o fluxo de caixa da companhia.

Vida de casado

Mas a verdade é que o mercado tem dado pouca atenção à situação operacional da companhia – todo mundo quer saber de como vai ser a “vida de casado” com a Boeing e quanto valor isso vai gerar.

Do jeito que ficou desenhada a transação, a Embraer ainda tem 20% da Joint Venture, com opção de venda da participação por cerca US$ 1 bilhão à Boeing (já após impostos) nos próximos dez anos. Isso implica que o valor a receber pela venda de 80% da divisão de aviação comercial mais a opção de venda dos 20% restante tem potencial de gerar R$ 20,5 para cada EMBR3 que existe na Bolsa.

Isso quer dizer que, ao preço atual, toda a divisão de defesa e de aviação executiva estão saindo “de graça”. É verdade que os dois segmentos ainda precisam provar o seu valor, mas o potencial de comercialização do cargueiro KC-390 em conjunto com a Boeing é enorme e, na minha visão, não faz sentido o preço de tela das ações.

Além disso, com a maturação do segmento de aviação executiva da Embraer, as receitas com manutenção de aeronaves vão aumentando e a rentabilidade da atividade tende a melhorar sensivelmente.

Desde que falei sobre Embraer por aqui, em outubro do ano passado, as ações da empresa caíram cerca de 3,5%, enquanto o Ibovespa andou quase 22% – não dá para dizer que fui bem nessa. Mas ainda vejo valor escondido nas ações, que deve aparecer mais claramente conforme a combinação das duas empresas for amadurecendo e, nada, nada, a posição é uma boa proteção contra uma forte escalada do dólar no curto prazo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

SEXTOU COM O RUY

Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso

25 de abril de 2025 - 6:03

A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

FUTURO NEBULOSO

Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?

24 de abril de 2025 - 13:57

Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

RENOVADA

CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos 

24 de abril de 2025 - 11:44

Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio

TÁ CHEGANDO

OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações? 

24 de abril de 2025 - 10:45

Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos

Conteúdo Empiricus

‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado

24 de abril de 2025 - 10:00

CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

IR 2025

É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025

24 de abril de 2025 - 7:07

A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos

BONS VENTOS A CAMINHO?

Desempenho acima do esperado do Nubank (ROXO34) não justifica a compra da ação agora, diz Itaú BBA

23 de abril de 2025 - 19:15

Enquanto outras empresas de tecnologia, como Apple e Google, estão vendo seus papéis passarem por forte desvalorização, o banco digital vai na direção oposta, mas momento da compra ainda não chegou, segundo analistas

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

COPO MEIO CHEIO

Boeing tem prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre e ações sobem forte em NY

23 de abril de 2025 - 13:06

A fabricante de aeronaves vem enfrentando problemas desde 2018, quando entregou o último lucro anual. Em 2025, Trump é a nova pedra no sapato da companhia.

TENTANDO EVITAR UMA PANE

A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)

23 de abril de 2025 - 11:45

Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.

VOANDO

Embraer (EMBR3) divulga carteira de pedidos do 1º tri, e BTG se mantém ‘otimista’ sobre os resultados

23 de abril de 2025 - 10:17

Em relatório divulgado nesta quarta-feira (23), o BTG Pactual afirmou que continua “otimista” sobre os resultados da Embraer

DE MALAS PRONTAS

JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos

23 de abril de 2025 - 9:45

A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar