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Bruna Furlani

Bruna Furlani

Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.

Boas referências

De olho no ‘premium’: onde os clientes VIP dos grandes bancos estão investindo

Conversei com os diretores globais do private banking do Banco do Brasil e do Itaú para saber onde os seus clientes de private banking estão investindo; saiba o que também pode valer para você

Bruna Furlani
Bruna Furlani
13 de setembro de 2019
5:30 - atualizado às 15:18
Imagem mostra miniaturas de bonecos ao lado de moedas
Imagem: Shutterstock

Entre profissionais de ternos bem desenhados e feitos sob medida para atender os clientes "premium" dos bancos, o assunto era um só: a mudança no perfil dos investidores de alta renda.

O motivo? Nem mesmo os mais endinheirados estão dispostos a receber apenas os retornos hoje minguados da renda fixa. O cenário de juros baixos forçou todo mundo a buscar ativos que trouxessem rentabilidades mais gordas.

Para entender melhor onde estão alocados os portfólios de clientes com investimento mínimo de R$ 3 milhões, aproveitei um evento em São Paulo voltado para profissionais de private banking para ir atrás de quem mais entende do assunto.

Em uma entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Luiz Severiano e Francisco Lassalvia - diretores globais de private banking dos bancos Itaú e Banco do Brasil, respectivamente -, foram unânimes: estão de olho na diversificação dos investimentos por meio de uma exposição no exterior, especialmente por conta do dólar mais valorizado.

Um olhar para o exterior

A recomendação não vale apenas para os clientes de altíssima renda, já que também há opções acessíveis para os investidores de varejo. Na visão de Lassalvia, há muito mais do que um conflito comercial lá fora.

"Para mim, a guerra é tecnológica e todo choque externo vai levar a um movimento de fly to quality [em que investidores buscam ativos livres de risco diante das incertezas]. Com isso, o investimento externo deixa de entrar no Brasil, e o dólar tende a se fortalecer", destaca o diretor global de private banking do BB.

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Segundo ele, a economia norte-americana tem sido menos afetada pelo fenômeno da desaceleração porque depende menos do setor industrial e de manufaturas, como Europa e China.

Não é à toa que a expectativa pessoal de Lassalvia é que o dólar termine este ano em R$ 4, ainda que a previsão do Banco do Brasil seja de R$ 3,80 para o fim de 2019. Em sua justificativa, ele cita que há muita "água turbulenta" que pode fazer com que a moeda se mantenha valorizada.

Aumentando a exposição

Diante perspectiva de dólar forte, o diretor global de private banking do BB vem aumentando a exposição externa para quem estiver disposto a tomar mais risco.

Para os mais arrojados, a recomendação de exposição ao exterior é entre 20% e 27%. Já para os moderados - que correspondem à maioria dos clientes private do banco - a sugestão é alocar até 5% da carteira.

Entre as opções sugeridas, o diretor recomenda fundos que misturam ativos de renda fixa brasileiros com até 40% do seu patrimônio líquido focado em ações no exterior, e que possuem hedge (proteção) cambial.

Outra opção são fundos que mesclam investimentos em várias classes de ativos, como renda fixa global, títulos públicos brasileiros, multimercados e ações globais. Nesse caso, há sugestões com ou sem hedge cambial.

E não é só ele que está apostando alto nos investimentos no exterior. Severiano, do Itaú, também está de olho lá fora. Segundo ele, a recomendação para os clientes mais dispostos a correr risco é alocar entre 20% e 30% da carteira no exterior.

Para ele, o investimento tem como foco a diversificação e até mesmo a proteção da carteira, já que o investidor fica protegido no câmbio, se o real sofrer mais desvalorizações.

Severiano destaca que, entre as preferências, estão hedge funds e multimercados brasileiros que vêm aumentando a exposição fora.

Luiz Severiano, diretor global do private banking do Itaú, discursa durante Seminário de Private da Anbima - Imagem: Divulgação/ Anbima

Bolsa: visões um pouco diferentes

Apesar de concordar que é necessário ter um pé no exterior, o quesito bolsa divide a opinião dos dois especialistas. Isso porque há quem acredite que ela ainda possa subir bastante e há quem não veja uma alta tão forte nos próximos meses.

No time dos mais otimistas, Severiano segue a linha da corretora do Itaú de que o Ibovespa pode chegar aos 170 mil pontos até o fim de 2020.

Apesar das quedas recentes da bolsa brasileira e do cenário externo mais complexo, o diretor global de private banking do Itaú justifica que a aposta se baseia mais no cenário interno.

"A gente acha que a bolsa andou, mas não o suficiente para refletir as melhorias que tivemos no ambiente macro, com juros mais baixos e andamento da Reforma da Previdência. Se você olhar quanto o CDS do Brasil melhorou [Credit Default Swap, espécie de seguro contra calotes cujo valor indica o nível de risco de inadimplência de um país], além do fato de as empresas terem reduzido custos e alongado dívidas, achamos que tudo isso ainda não impactou 100% nos preços", destaca o diretor global de private banking do Itaú.

Severiano espera que a bolsa tenha um rendimento superior a taxa de juros e compense o prêmio de risco nos próximos 18 meses. Para ele, o Ibovespa pode ter uma valorização de 20% ao longo desse período.

Ainda que tenha visão positiva para o Ibovespa, Severiano sugere cautela na hora de alocar o capital. "Estamos recomendando algo entre 5% e 30% da carteira, mas claro, respeitando o perfil de investimento do cliente".

Já Lassalvia adota uma visão um pouco mais conservadora quanto ao potencial do índice. Diz que as reformas já estão de certa forma precificadas e que outros projetos importantes como o fiscal e tributário não devem sair até o fim do ano.

"Não estamos precificando uma bolsa muito longe do que ela está hoje. Acreditamos que teremos um ano equilibrado e positivo em matéria de reformas, mas há a questão global da guerra comercial, que pode trazer consequências e afastar o investimento daqui", afirma o diretor global de private banking do BB.

Consumo é a bola da vez para o BB

Apesar da postura mais conservadora para a bolsa, Lassalvia diz que a maior aposta dentro da renda variável está no setor de consumo.

Segundo ele, além dos estímulos federais para aumentar o consumo com a liberação do FGTS, o setor conta com outros atrativos. Por exemplo, com a redução do retorno da renda fixa, diminuiu também o custo de oportunidade de consumir bens de luxo.

"O consumidor não pensa que está abrindo mão de investir e opta por consumir bens mais selecionados, como os de luxo. Um reflexo disso é o aumento da nossa carteira de crédito para a compra desses tipos de produtos", diz Lassalvia.

Renda fixa não ficou esquecida

Apesar dos retornos mais "magrinhos", a renda fixa não foi completamente esquecida. Quem ainda vê um lugar ao sol para ela é Severiano, do Itaú.

Ele me contou que está bastante otimista com o que ele chama de títulos híbridos, que possuem uma parte prefixada e outra que é ajustada por algum indexador, que costuma ser a inflação.

Entre as sugestões do diretor global de private banking do Itaú estão os títulos públicos de longo prazo indexados ao IPCA, que estão oferecendo retornos a partir de 3,5% ao ano acima da inflação. No Tesouro Direto, eles são negociados como Tesouro IPCA+ (NTN-B e NTN-B Principal).

Na visão de Severiano, esses títulos são boas oportunidades porque conseguem garantir a perpetuação do poder de compra ao longo do tempo, já que estão atrelados à inflação.

Quer aprender a investir no Tesouro Direto e escolher o melhor título para você? Baixe aqui nosso guia completo de como ganhar dinheiro com essa aplicação. 

Lassalvia também está apostando nesses títulos. Sua sugestão, para clientes moderados, é alocar até 20% da carteira em títulos híbridos, além daqueles que são puramente prefixados.

Mas os ativos que têm seu retorno atrelado ao DI também têm vez. O diretor global do private banking do BB sugere que os investidores moderados apliquem até 50% da carteira nesses títulos.

Entre os exemplos estão as debêntures, as debêntures incentivadas (que possuem isenção de IR), além de CRIs, CRAs, LCIs, LCAs e fundos DI. Saiba como investir nesses ativos de renda fixa e conheça os fundos DI ideais para a sua reserva de emergência.

Lassalvia, porém, alerta que a renda fixa privada têm risco de crédito, que é o risco de o emissor do papel ter problemas financeiros e acabar dando um calote. Esse risco é mais alto no caso dos papéis que não contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), caso das debêntures, CRIs e CRAs.

De um perfil para outro

Mas antes de pensar se é hora de fazer alterações na sua carteira, o melhor é avaliar o seu perfil de investidor.

Não adianta sair por aí pensando em aplicar no exterior ou na bolsa sem antes verificar sua tolerância a risco.

Afinal, no sobe e desce do mercado da renda variável, é preciso ter estômago e disposição para não retirar o dinheiro antes da hora e acabar amargando perdas.

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