Sob pressão diante do aumento da concorrência, a empresa de maquininhas de cartão Cielo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco, registrou lucro de R$ 3,286 bilhões no ano passado. Trata-se de uma queda de 19% em relação a 2017.
O resultado também ficou abaixo da média das projeções dos analistas, que apontava para um lucro de R$ 3,506 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
O volume de transações nos cartões de crédito e débito realizadas com as maquininhas da Cielo registrou aumento de apenas 0,5% em 2018, para R$ 616,7 bilhões.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 12,2% na comparação anual, para R$ 4,635 bilhões.
Enquanto a receita ficou praticamente estável, as despesas da Cielo aumentaram 9,8%. Com isso, a margem da geração de caixa recuou 5,8 pontos percentuais, para 39,7%.
O retorno (yield) de receita líquida da empresa caiu para abaixo de 1% e encerrou o ano em 0,96%. Esse é um sinal de que a Cielo precisou baixar mais os preços diante da concorrência.
Apesar da piora nos números, a companhia conseguiu aumentar a base total instalada de equipamentos, que encerrou o ano em 1,821 milhão de unidades, dos quais 1,198 milhão estão ativos.
Esse avanço foi resultado principalmente do aumento no número de terminais vendidos, que saiu de zero no fim de 2017 para 224 mil (ativos). Já a base de maquininhas alugadas ativas recuou de 1,151 milhão de unidades para 974 mil em dezembro do ano passado.
Dividendos
Com uma queda da ordem de 60% no ano passado, as ações da Cielo registraram a maior baixa entre as que compõem o Ibovespa, mas neste ano ensaiam uma recuperação. Resta saber se o mercado vai encontrar no balanço algum indício de que a empresa vai sair vitoriosa da "guerra das maquininhas".
Mesmo com a queda no lucro, a Cielo vai pagar o maior dividendo da história aos acionistas, no valor de R$ 3,5 bilhões. A última parcela, de R$ 875 milhões, será paga neste trimestre.