A sexta-feira, 5, promete ser movimentada no setor aéreo e os motivos para essa ansiedade tem um nome: Avianca. A companhia, que está em processo de recuperação judicial, realizará uma assembleia de credores para votar o seu plano de recuperação judicial.
A proposta que está na mesa é criar sete UPIs (Unidades Produtivas Isoladas), que serão levadas a leilão judicial, em data ainda não definida. Ou seja, a intenção é fatiar a Avianca em sete partes, que serão vendidas separadamente.
O plano prevê que seis unidades contenham os direitos de uso dos horários de pouso e decolagem nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont, os famosos "slots". A outra unidade deverá abrigar o sistema de milhagem da Avianca, o programa Amigo.
Um gás na concorrência
A ideia de fatiar os ativos da Avianca vem gerando uma grande movimentação no mercado. As duas maiores companhias aéreas do Brasil, Gol e Latam, resolveram entrar na briga pelos ativos e propuseram, cada uma, US$ 70 milhões por ao menos uma das unidades.
A jogada tem um objetivo claro: evitar que a Azul leve para casa todo o patrimônio da Avianca, algo que poderia significar um "boom" nos negócios da terceira colocada do ranking das maiores aéreas do país.
O CEO da Latam, Jerome Cadier, no entanto, nega que sua entrada na disputa seja apenas para atrapalhar os planos da rival. Em entrevista concedida ao Vinicius Pinheiro, ele justificou o interesse dizendo que os slots disponíveis ficam em aeroportos relevantes, que poderiam trazer mais opções de voos e horários para a Latam.
Vale lembrar que, no mês passado, a Azul fez uma proposta de US$ 105 milhões pela Avianca, um valor equivalente a seis partes da empresa. A companhia tinha assinado um acordo preliminar com os sócios da Avianca, que recuaram semanas depois e agora tentam emplacar o fatiamento.