A holding área colombiana Avianca Holdings entrou hoje (10) com um pedido de recuperação judicial nos EUA com base no capítulo 11, por causa do rápido impacto econômico causado pela crise do coronavírus em seu balanço.
A atitude desesperada da empresa ocorre, especialmente em razão da aproximação da data para pagamento de títulos, assim como a negação dos pedidos de ajuda feitos ao governo colombiano após perdas causadas pela Covid-19.
A companhia - que é a segunda maior empresa aérea da América Latina - estimou o seu passivo entre US$ 1 bilhão e US$ 10.000 bilhões em uma presentação feita ao tribunal.
Em comunicado, a empresa disse que o processo de reestruturação tem a intenção de permitir a continuidade das operações, assim como a preservação de empregos, manutenção do transporte anual de milhares de passageiros e a recuperação econômica da Colômbia e de outros mercados-chave para a companhia.
No documento, o presidente da Avianca Holdings, Anko van der Werff, disse ainda que "os efeitos da pandemia Covid-19 fizeram a empresa enfrentar a crise mais desafiadora em seus 100 anos de história". Mas destacou que o pedido é um passo necessário para contornar os problemas financeiros.
“Acreditamos que a reorganização conforme o capítulo 11 é o melhor caminho a seguirmos para proteger os serviços essenciais de viagem e transporte aéreo que fazemos na Colômbia e nos demais países da América Latina", afirmou Werff.
Ações
Depois de ser obrigada a suspender o transporte aéreo de passageiros desde março deste ano, a Avianca Holdings diz que sofreu uma redução de 80% em sua receita.
A queda na primeira linha do balanço, além dos demais impactos econômicos causados pela rápida proliferação do coronavírus assustaram os investidores, e pressionaram o preços das ações da empresa para baixo.
Na última sexta-feira, por exemplo, os recibos de depósitos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da companhia (código AVH) negociados em Nova Iorque fecharam o pregão cotados abaixo de US$ 1.
E o desempenho ao longo do último mês também não foi positivo. Nos últimos 30 dias, os papéis tiveram queda de 22,12%. No ano, o recuo no preço das ações já ultrapassa os 80%.