🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Estadão Conteúdo
para se esquecer

Com covid-19 e isolamento social, setor aéreo teve pior ano da história

Segmento foi um dos mais atingidos pela crise do coronavírus, com uma queda de demanda que chegou a 94,5% no pior momento

Estadão Conteúdo
2 de janeiro de 2021
15:32 - atualizado às 12:33
Turbina de avião
Imagem: shutterstock

A expectativa para 2020 era alta no setor aéreo. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, previa que seria o melhor ano para as empresas desde 2010.

Com a saída da Avianca Brasil do mercado e a consequente redução da concorrência, as companhias tinham elevado os preços das passagens em 2019 e viam a situação de seus caixas melhorar.

A Azul prometia elevar a oferta em 20%, enquanto Gol e Latam, entre 6% e 9%. Mas não poderia ser mais diferente do que aconteceu. Com a covid-19 e o distanciamento social, o setor teve o pior ano de sua história, com uma queda de demanda que chegou a 94,5% no pior momento.

"No pré-covid, as coisas estavam indo super bem. Os voos estavam cheios. Seria um ano recorde para nós. Aí, de repente, tudo parou", lembra o presidente da Azul, John Rodgerson.



A paralisação dos voos foi global e o setor acabou sendo um dos mais atingidos pela crise do coronavírus. O impacto foi tão profundo que, rapidamente, governos passaram a resgatar empresas aéreas privadas. Nos Estados Unidos, inicialmente, US$ 25 bilhões foram destinados às companhias do setor – mais US$ 15 bilhões foram aprovados no fim do ano. Na Alemanha, 9 bilhões de euros socorreram a Lufthansa.

Por aqui, as discussões por uma ajuda estatal foram travadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES) e fracassaram. O modelo proposto pelo banco, que financiaria 60% do empréstimo – 10% deveriam vir de um sindicato de bancos e 30%, levantados no mercado – foi considerado caro e ineficiente pelas companhias.

Isso porque os títulos das empresas já são negociados hoje no mercado. As companhias teriam, portanto, de oferecer juros mais elevados para essa nova dívida se tornar atraente. A esse preço mais alto, bancos privados poderiam fornecer o crédito.

Em busca de soluções

A saída encontrada por Gol e Azul acabou sendo recorrer ao mercado financeiro. Já a Latam entrou em recuperação judicial (chapter 11) nos EUA.

Além do pedido de recuperação em Nova York, a Latam adotou outra saída inesperada e fechou uma parceria de "code share" com a Azul para as empresas realizarem voos de forma conjunta.

Até o ano anterior, as companhias viviam disputa acirrada pelas autorizações de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas (SP) deixadas pela Avianca Brasil, que havia falido. A briga levara os presidentes das empresas a trocarem acusações publicamente e ainda fez com que a Azul deixasse a Abear, a entidade que representa o setor.



"Não consigo imaginar, e duvido que a Azul imaginasse, um 'code share' entre Latam e Azul se não estivéssemos em uma crise como essa. Mas, neste momento, faz sentido, porque tanto eles como nós queremos vender mais e aumentar a receita. Se uma forma de elevar a receita é vender um voo operado por eles, tudo bem", diz Jerome Cadier, presidente da Latam no Brasil.

A parceria surgiu após uma reunião virtual de relacionamento entre o presidente da Azul, John Rodgerson, e o presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, que havia assumido o cargo em abril, no meio da crise.

O acordo entre as empresas garantiu a sobrevivência de algumas rotas que poderiam desaparecer por causa da queda da demanda. Mas não de todas elas.

"A crise cria uma deseconomia de escala. Voos que tinham um certo número de passageiros acabam não sendo mais viáveis. As empresas vão sair menores depois disso tudo. O mercado não vai se recuperar totalmente", diz André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company e especialista no setor.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o total de passageiros no mercado doméstico em outubro era metade do registrado um ano antes. Castellini prevê que o número só volte ao patamar anterior à crise em junho de 2023.

Segmento corporativo

No mercado internacional, que hoje se aproxima dos 15% do que tinha em dezembro de 2019, a recuperação total só deve ocorrer daqui a quatro anos, estima o consultor. Já para o segmento corporativo, que paga as tarifas mais caras e é uma importante fonte de receita para as empresas, não é possível nem fazer previsões concretas.

"Entre 25% e 35% da demanda de negócios deve acabar porque o setor vai perder uma parte não desprezível da demanda no pós-pandemia por causa das soluções de videoconferência. Mas esse número ainda é impreciso", acrescenta Castellini.

Diante desse cenário e das incertezas, os presidentes das companhias aéreas afirmam não poder cravar que o pior ficou para trás com o fim de 2020.

Apesar de sentirem uma recuperação mais sólida na demanda desde setembro, destacam que não respirarão tranquilos enquanto a população não estiver vacinada e dizem, ainda, que a saída dessa crise pode ser tão complexa quanto o início dela.

* As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

Operação lava jato

Sócios da Avianca depositaram propina de R$ 40 mi em conta de filho de Machado

21 de agosto de 2020 - 12:39

Segundo a força-tarefa, os pagamentos foram depositados entre os anos de 2009 e 2013 em contas bancárias na Suíça controladas por Expedito Machado, filho do ex-executivo da Transpetro

Pagamento de propina

Irmãos sócios da Avianca Holdings são presos na fase 72 da Lava Jato

19 de agosto de 2020 - 10:08

Ambos são acionistas da Avianca Holdings, que não é citada nas investigações. Seis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela Polícia Federal em Alagoas, no Rio e em São Paulo.

plano de recuperação inviável

Justiça decreta falência da Avianca Brasil

15 de julho de 2020 - 6:41

Em recuperação judicial desde dezembro de 2018, a companhia já não mantinha operações desde maio do ano passado

ALÉM DE MORTOS E FERIDOS...

Os ‘falidos’ do coronavírus: veja as empresas que quebraram na pandemia

9 de julho de 2020 - 16:29

Companhias aéreas foram as primeiras a sentir o baque, seguidas por empresas que dependem também do turismo ou de viagens corporativas. Varejistas com fraca presença no e-commerce também sofreram com a ausência de clientes.

parada desde maio de 2019

Com dívidas de R$ 2,7 bi, Avianca Brasil entra com pedido de falência

6 de julho de 2020 - 16:39

Com dívidas que somam R$ 2,7 bilhões, a companhia aérea estava sem operar desde maio do ano passado

Efeito coronavírus

Empresas aéreas da América Latina devem perder US$ 4 bilhões neste ano

11 de junho de 2020 - 19:17

Globalmente, o prejuízo deve chegar a US$ 84,3 bilhões em razão das medidas tomadas pelos governos para tentar conter a pandemia do novo coronavírus

COMPANHIAS AÉREAS

Com queda de mais de 80% no preço das ações no ano, Avianca Holdings pede recuperação judicial nos EUA

10 de maio de 2020 - 18:25

A companhia – que é a segunda maior empresa aérea da América Latina – estimou o seu passivo entre US$ 1 bilhão e US$ 10.000 bilhões

Comercialização em conjunto

Azul e Avianca fecham acordo de codeshare

26 de setembro de 2019 - 7:51

Venda de passagens e início de operações, no entanto, estão sujeitas à aprovação do governo da Colômbia e do Peru

Segue em recuperação judicial

Justiça rejeita falência da Avianca Brasil

10 de setembro de 2019 - 12:56

Decisão foi tomada pela 2ª Câmara de Direito Empresarial por três votos a dois, mas foram necessárias três sessões para que os magistrados chegassem a uma conclusão

Entrevista exclusiva

Decolar lança programa de pontos para tentar fisgar clientes que só vão ‘espiar’ os preços no site

10 de setembro de 2019 - 5:49

À frente de uma das maiores operadoras de turismo online do Brasil, Alexandre Moshe traz uma experiência em Multiplus e Livelo para dar valor às vendas da Decolar

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies