Foi cilada, Bino! As tristezas da Brasil Brokers para o acionista
É realmente frustrante errar uma análise (entrar cedo e estar errado não tem muita diferença) e, depois de sofrer um tempão, ver a administração da companhia, que deveria estar jogando junto, puxar o seu tapete justamente quando as coisas pareciam que iam andar.

Uma das minhas posições mais perdedoras na vida foi Brasil Brokers (BBRK3) – a empresa é uma coleção de imobiliárias que estreou na Bolsa em outubro de 2007, época em que um pacote de qualidade duvidosa com a palavra “Brasil” legitimava praticamente qualquer tipo de IPO. Se neste texto te falei de uma ação que me surpreendeu positivamente na última temporada de balanços, hoje falo da Brasil Brokers, uma grande decepção.
Até junho de 2008, só alegria e uma alta acumulada de 84%. Com a crise financeira global e, depois a derrocada da economia brasileira, o papel nunca mais foi o mesmo – mesmo tendo ensaiado uma boa recuperação ao longo de 2009.
No fim de 2017, quando o papel negociava pouco acima dos R$ 11 (mais de 80% abaixo do preço do IPO e quase 90% abaixo das máximas), eu resolvi dar uma olhada na história: a empresa passava por dificuldades em uma indústria fadada à obsolescência. Mas, se a economia realmente voltasse ao longo de 2018 dava para pegar um bom retorno – mesmo que a retomada demorasse um pouco mais, o potencial de multiplicação do papel justificava entrar cedo e carregar a posição por um tempo.
Era praticamente como comprar uma opção: ou vai, ou racha.
O fato é que 2018 foi um ano difícil, sobretudo para as incorporadoras, e a retomada do setor não veio. A empresa teve que fazer um novo aumento de capital para continuar operando e o papel chegou a bater nos R$ 2,80. Mas, mesmo com a canseira, não perdi o sono. Aos poucos, os números foram melhorando e as ações começaram a reagir depois das eleições.
Quando abri o release de resultados do quarto trimestre de 2018, a forra: as receitas no último trimestre do ano cresceram 51%; queda nas despesas administrativas e um Ebitda ligeiramente positivo (pela primeira vez desde 2014).
Leia Também
Veja, a Brasil Brokers praticamente não tem ativos e conta majoritariamente com corretores terceirizados. É uma prestadora de serviços em estado puro – quando vai mal, vale zero. Quando começa a melhorar, sobe rápido!
Enquanto me preparava para encomendar quantidades industriais de bebidas espumantes, bati o olho no anúncio de convocação de uma assembleia para deliberar uma emissão de R$ 120 milhões em debêntures conversíveis.
A conversão veio a um preço “bacana” – de R$ 3,50 a R$ 6,50 por ação, a depender do nível de receitas da Brasil Brokers nos 24 meses seguintes à emissão. No fechamento anterior ao anúncio, as ações eram cotadas a R$ 6,22. O potencial de diluição é próximo a 50%.
É claro que o mercado não gostou e as BBRK3 caíram mais de 15% nos três pregões seguintes. O mais engraçado é que, pelos dados do balanço, a situação de caixa está controlada e não há nenhuma necessidade de liquidez imediata – o passivo contingente deu um salto no fim de 2018 e, talvez, haja alguma coisa aí que a companhia não pode (ou não quer) revelar.
As coisas ficam ainda mais divertidas quando analisamos a estrutura da oferta: o processo é ancorado pela Cerberus Capital Management, que pode se tornar a controladora da empresa e, que coisa, comprar esse controle com um baita desconto para o preço de tela!
Bola fora
É realmente frustrante errar uma análise (entrar cedo e estar errado não tem muita diferença) e, depois de sofrer um tempão, ver a administração da companhia, que deveria estar jogando junto, puxar o seu tapete justamente quando as coisas pareciam que iam andar.
Piora operacional, revés jurídico e até desastres naturais a gente aceita – faz parte do jogo e, com um pouco de trabalho e paciência, dá para reverter.
Mas, depois de acreditar no case por meses e remar junto com a companhia, ter que decidir no escuro sobre um aumento de capital enquanto um grupo que nem acionista é parece saber as cartas de todo mundo é uma baita sacanagem.
Operacionalmente, a Brasil Brokers apresentou um dos melhores balanços da temporada de resultados, mas levou cartão vermelho pela lambança que fez na governança.
O jeito é sair do papel, colocar o prejuízo "no bolso" e partir para a próxima.
Braskem (BRKM5) sobe forte na B3 após balanço do 1T25 e “ajudinha” de Trump e Xi Jinping. É hora de comprar as ações da petroquímica?
Além do aumento do apetite a risco nos mercados, os investidores repercutem o balanço da Braskem no primeiro trimestre
Cenário dos sonhos para a bolsa: Dow Jones dispara mais de 1 mil pontos na esteira de acordo entre EUA e China
Por aqui, o Ibovespa teve uma reação morna, mas exportações brasileiras — especialmente de commodities — podem ser beneficiadas com o entendimento; saiba como
Inter (INBR32) bate recorde de lucro e cresce rentabilidade no 1T25, mas ainda tem chão até chegar no 60-30-30
O banco digital continuou a entregar avanços no resultado, mas ainda precisa correr para alcançar o ambicioso plano até 2027; veja os principais destaques do balanço
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
BTG Pactual (BPAC11) atinge novo lucro recorde no 1T25 e faz rivais comerem poeira na briga por rentabilidade
Lucro recorde, crescimento sólido e rentabilidade em alta: os números do trimestre superam as previsões e reafirmam a força do banco de investimentos
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3), acionistas pedem assembleia para acabar com direitos de fundos da Centaurus
Fundos geridos pela gestora Latache pediram a convocação de uma assembleia geral extraordinária para determinar sobre a suspensão do exercício de direitos pela Centaurus Capital
Haddad quer que você dispense o contador? Esta ferramenta é uma aposta do governo e da B3 para atrair mais investidores para a bolsa
ReVar, calculadora do imposto de renda para a renda variável, ganha lançamento oficial e deve diminuir custo de investir na bolsa
Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário
A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim
Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Ambev (ABEV3) tem lucro estável no 1º trimestre e anuncia R$ 2 bilhões em dividendos; ações saltam na B3
Lucro no 1T25 foi de R$ 3,8 bilhões, praticamente estável na comparação anual e em linha com o consenso de mercado
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA