Mercados devem ter dia difícil após queda de ADRs
Tombo do preço petróleo deflagrou queda livre dos recibos de ações da Petrobras em Nova York, ontem

Bom dia, investidor! A queda livre do ADR (recibos de ações ) da Petrobras em Nova York, ontem, deflagrada pelo tombo do preço petróleo, é sinal de uma abertura difícil para a Bolsa de São Paulo hoje, na volta do feriado. A retirada da cessão onerosa da pauta, no Senado, também só complica as coisas para o papel. Como foco adicional de perigo ao investidor, há ainda o medo de um “crash” em Wall Street, tendo como “start” as ações de tecnologia e a frustração com o FED, o banco central americano, que não deve interromper tão cedo o ciclo de aperto do juro.
Está longe de ser um consenso dentro do BC americano a intenção de promover uma pausa no aperto monetário, apesar do risco de que a economia dos EUA esteja caminhando para uma recessão.
FED
Ontem à noite, Neel Kashkari , presidente do Fed de Minneapolis, defendeu que o FOMC (Federal Open Market Committee ou Comitê Federal de Mercado Aberto) já pare por aqui, em relação ao corte de juros. Mas declarações na direção contrária do colega John Williams (presidente da distrital de Nova York) acentuam o estresse sobre o impacto econômico.
Na segunda-feira, Williams sinalizou que o juro deve seguir subindo gradualmente, apesar de NY ter se assustado com a desaceleração brusca exibida por um indicador imobiliário, horas antes de seu discurso. O índice NAHB de confiança das construtoras caiu a 60 em novembro, abaixo de outubro (68) e da previsão (67). O dado assusta, porque os números do setor não param de cair há três meses consecutivos e o segmento dos imóveis foi o primeiro a apontar problemas em 2008 e a detonar a crise do subprime.
China
O medo de que o mercado imobiliário possa ser a ponta do novo iceberg coincide com outros focos de risco, como a guerra de tarifas entre EUA e China, para elevar o nível de tensão dos mercados em NY. Ontem à noite, relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA frustrou a expectativa de que Washington e Pequim se entendam na reunião do G‐20, semana que vem, para por fim à disputa comercial. De acordo com o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), a China “não alterou suas práticas comerciais injustas e não razoáveis”.
Urso do mal
No cenário de risco, as ações de empresas de tecnologia são as primeiras a sofrer. As vendas pesadas têm sido puxadas pelas ações da Apple, que ontem ampliaram as perdas, com mais um tombo de 4,79%, cumprindo os prognósticos pessimistas de entrar em território "bear" (zona que marca queda de ao menos 20% desde o seu pico histórico).
Leia Também
Entre as notícias negativas, o jornal The Wall Street Journal informou que a empresa está cortando encomendas dos modelos de Iphone. Na reação imediata, o Goldman Sachs revisou para baixo a perspectiva do papel, de US$ 209 para US$ 182. Junto com a Apple outros papéis aprofundam suas perdas desde as últimas máximas: Nvidia (‐49%), Facebook (‐40%), Netflix (‐36%), Amazon (‐26%) e Google (‐20%). Ou seja, pela primeira vez, o grupo FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) está integralmente em “bear market”.
Petróleo
Ontem, as bolsas em NY deram continuidade às quedas da véspera, apagando os ganhos do ano. O Dow Jones (‐2,21%, a 24.465 pontos) e o S&P 500 (‐1,81%, a 2.641 pontos) fecharam nas mínimas em três semanas, enquanto o Nasdaq (‐1,70%, a 6.908 pontos) voltou ao pior patamar em mais de sete meses.
Paralelamente, o preço do petróleo já acumula queda de 25% desde o inicio de outubro. A espiral de vendas desencadeada pela commodity deflagrou uma onda negativa no setor de energia. Exxon caiu 2,89% e ConocoPhillips, 3,69%.
O novo tombo do petróleo responde ao impasse entre oferta e demanda, acentuado ontem pela disposição de Donald Trump, presidente dos EUA, de não comprar briga com a Arábia Saudita no caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
ADRs em baixa
Durante o pregão, a Casa Branca divulgou um comunicado reafirmando seu apoio ao governo saudita, acusado da morte, dizendo que os dois países trabalham juntos para “manter os preços do petróleo em níveis razoáveis”. Esvazia‐se assim a chance de os sauditas cortarem a produção na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), dia 6 de dezembro.
Isso derrubou o ADR de Petrobras (‐5,86%). Outros recibos de ações brasileiros também tiveram um dia muito feio: Vale (‐4,42%) e BRF (‐3,94%) lideraram as baixas e Bradesco (‐4,59%) e Itaú (‐3,36%) completaram a lista das quedas importantes, que prometem pesar hoje.
Dólar
Já o dólar subiu contra o euro (US$ 1,1371), libra (US$ 1,2787) e iene (112,68/US$). Aqui, a moeda americana operou sem a referência de seu principal mercado (SP), cotada a R$ 3,7591, em dia de liquidez muito baixa.
Cessão Onerosa
Foi outro assunto que emperrou no feriado, após o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) retirar da pauta de votação do Senado o projeto que autoriza a Petrobras a negociar parte da exploração de petróleo no pré-sal com empresas privadas. Com urgência aprovada, o projeto pode voltar hoje, mas não é certeza. As coisas se complicaram, porque os senadores Aécio Neves (PSDB) e Lindbergh Farias (PT) querem apresentar emendas ao texto, incluindo a partilha dos recursos do leilão do pré‐sal com Estados e municípios.
Se o Senado alterar o projeto, ele volta à Câmara, o que provocaria atraso na questão que é urgente. O futuro governo quer realizar o leilão logo no início do ano, porque precisa do dinheiro para cumprir as metas fiscais.
Distrato
Aprovado no Senado o texto‐base do projeto que define regras para a desistência da compra de imóveis na planta, na versão que mantém o pagamento de multa de até 50% do valor do imóvel. Esse ponto ainda poderá ser modificado nas emendas que devem ser votadas hoje.
Reforma salgada
Às resistências do presidente eleito Jair Bolsonaro contra uma privatização acelerada, como defende Paulo Guedes, futuro ministro da economia, somam‐se seus comentários recorrentes, criticando uma reforma da Previdência mais robusta.
Ontem, em reunião com representantes das Santas Casas, em Brasília, o presidente eleito voltou ao tema. Disse que tem dito à equipe econômica que “temos de destravar a economia, não é apenas falar em reforma, que essa reforma que está aí é um pouquinho salgada, não podemos salvar a nação e matar o trabalhador”.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores