Da cama do hospital Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro (PSL) continua atento às repercussões de sua campanha eleitoral. Mas não anda muito feliz com isso. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o candidato à presidência teria enquadrado seu vice, Hamilton Mourão, e seu economista, Paulo Guedes, para que reduzam suas atividades eleitorais.
O posicionamento minou a expectativa de que o vice participasse dos próximos debates no lugar de Bolsonaro, já que ainda não é claro quando ele deve ter alta do hospital. Ainda segundo o jornal, Bolsonaro tenta reverter o desgaste dos recentes posicionamentos polêmicos de ambos os representantes.
'Não vai ter CPMF'
Depois de Guedes dizer em evento a investidores na terça-feira que pensava em recriar um imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes do que foi a CPMF em 1994, o candidato publicou em seu twitter:
Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) September 19, 2018
À noite, após a notícia ter repercutido, o candidato voltou às redes sociais chamar de "mal-intencionada" a comparação dos novos impostos propostos por sua equipe à CPMF.
Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendermos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso. Boa noite a todos! 👍🏻
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) September 19, 2018
O que pensa Guedes, economista de Bolsonaro
Depois de a Folha de S.Paulo publicar as intenções de Guedes ontem, ele afirmou ao site BR18 que "não faz o menor sentido aumentar impostos no País". O economista disse ainda que sua intenção é substituir os tributos federais (IPI, IOF, PIS e Cofins) por um único imposto - o Imposto Unificado Federal (IUF). O novo imposto incidiria sobre todas as transações financeiras, de forma semelhante à antiga CPMF.
A alíquota do IUF não foi definida ainda, mas a equipe de Guedes calcula que ela poderá chegar a 1% sobre cada transação financeira. "A ideia é tornar os impostos progressivos e socialmente mais justos, para que os mais ricos paguem mais, e não regressivos, como são hoje, deixando a conta mais salgada para os mais pobres", afirmou.
*Com Estadão Conteúdo