Com a típica cabeça de quem trabalha no mercado financeiro, Luiz Eduardo Portella não pensava mais no resultado das eleições presidenciais na sexta-feira, quando conversamos por telefone.
O foco do sócio-gestor da Novus Capital já mirava os primeiros atos do novo presidente desde que o cenário que colocava Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto se consolidou.
Ainda que o mercado tenha se antecipado, a expectativa é que a confirmação da vitória do candidato do PSL dê um novo gás para o mercado nos próximos dias. E o salto pode ser ainda maior dependendo dos próximos passos do presidente eleito.
“Com a indicação de uma boa equipe econômica, a bolsa pode atingir preços que só teria com Alckmin eleito”, afirma o gestor.
Na prática, isso significa que o Ibovespa pode chegar aos 100 mil pontos e o dólar pode testar o patamar de R$ 3,50 a R$ 3,55. A pressão sobre a moeda americana deve diminuir consideravelmente com o desmonte de posições compradas de investidores que ainda buscavam proteção (hedge) contra uma alta súbita da moeda americana.
Tanto quanto o resultado, o gestor da Novus destacou a importância do discurso da vitória que Bolsonaro faria depois da vitória.
“É importante que ele traga um discurso de presidente, e não de candidato”, diz Portella.
A expectativa é que a conclusão do processo eleitoral atraia de volta o investidor estrangeiro, o que deve ajudar a impulsionar a bolsa, segundo o gestor da Novus, que possui R$ 1,6 bilhão sob gestão e foi formada da união da Modal e da Flag Asset.
E esse movimento também pode beneficiar quem tem títulos públicos, principalmente os de longo prazo, segundo Portella. É o caso do Tesouro IPCA com vencimento em 2050, que paga hoje uma remuneração da ordem de 5,20% ao ano.
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