Após o Congresso americano rejeitar as exigências de Donald Trump de reservar US$ 5 bilhões no orçamento para erguer o polêmico muro na fronteira com o México, o governo dos Estados Unidos entrou em paralisação parcial neste sábado, 22.
Essa é a terceira paralisação da administração norte-americana em 2018. A primeira delas aconteceu em janeiro, provocada pela insistência dos democratas de que as medidas orçamentárias viessem com proteções para jovens imigrantes conhecidos como "dreamers". Em fevereiro, houve uma lacuna de financiamento que durou apenas 9 horas e não provocou afastamento de funcionários ou paralisação do governo, efetivamente.
Sem acordo
Na noite de ontem, 21, o vice-presidente Mike Pence, o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, e o diretor do Conselho de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, passaram horas dentro do parlamento tentando chegar a um acordo com os deputados e senadores, sem sucesso.
Há expectativa de que as negociações continuem. Câmara e Senado marcaram sessões para hoje e os deputados foram avisados de que receberiam um aviso 24 horas antes de uma votação.
Enquanto o acordo não vem, as agências estatais norte-americanas seguem executando seus planos de paralisação ordenada. A paralisação bloqueia recursos para nove dos 15 departamentos de nível de gabinete e dezenas de agências, incluindo os departamentos de Segurança Nacional, Transporte, Interior, Agricultura, Estado e Justiça.
A falta de fundos vai atrapalhar diversas operações do governo e também a rotina de 800 mil funcionários federais. Cerca de 420 mil trabalhadores foram considerados essenciais e trabalharão sem salário dias antes do Natal, enquanto outros 380 mil serão afastados, ou seja, ficarão em casa sem receber. Entre os afastados, estão inclusos quase todos os trabalhadores da Nasa.
Algumas agências, incluindo o Pentágono e os departamentos de Assuntos de veteranos e Saúde, já estão financiadas para o ano inteiro em acordos feitos no decorrer do ano e vão operar normalmente.
*Com Estadão Conteúdo.