Sapore confirma intenção de comprar parte da empresa que controla o Frango Assado e o Viena; edital deve sair nesta 2ª
Negócio envolvendo a International Meal Company foi revelado pelo Seu Dinheiro em 8 de novembro
A International Meal Company (IMC), dona das redes Viena e Frango Assado, subiu o tom para tentar se defender do desejo da empresa de refeições corporativas Sapore de fazer uma oferta hostil por parcela relevante da companhia. A intenção da Sapore foi revelada pelo Seu Dinheiro no último dia 8 de novembro. Depois disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu esclarecimentos às empresas e deu prazo de cinco dias para que a Sapore publicasse o edital da oferta.
Em vez de publicar o edital, a Sapore encaminhou uma carta à IMC, no último dia 16, confirmando o a intenção de fazer “brevemente” uma oferta parcial pelas ações da companhia. A IMC neste domingo (18), informa que foi à CVM exigir que a autarquia imponha um prazo de 5 dias para a publicação do edital, ou que, do contrário, a Sapore anuncie “de maneira inequívoca” que não pretende realizar a oferta.
O que se lê da correspondência divulgada hoje pela IMC é que esta empresa acredita que o empresário uruguaio Daniel Mendez, dono da Sapore, não conseguiu levantar os recursos para a oferta e por isso quer colocá-lo em corner com os prazos. Mas Seu Dinheiro apurou que o edital da oferta deverá ser publicado nesta segunda-feira (19) em jornais de grande circulação. O aval que faltava de um consórcio de bancos formado por Bradesco, Banco do Brasil e Votorantim foi conseguido na última semana e Mendez está pronto para lançar a operação.
Na correspondência enviada à IMC, a Abanzai, holding controladora de 100% da Sapore, relembra que as empresas estiveram perto de uma fusão, mas o processo foi abandonado “unilateralmente pela IMC” em setembro _ à época ela alegou problemas no decorrer da auditoria. No entanto, a Abanzai diz que entende que o potencial de combinação de negócios das duas ainda apresenta “forte racional estratégico” para ambas, seus acionistas, mercados e parceiros, pois “resultará numa companhia líder na América Latina”.
A oferta será por no mínimo 69 milhões de ações da IMC e no máximo 69,375 milhões de ações. Ou seja, Mendez quer ter aproximadamente entre 41,5% e 42% da IMC. Vai pagar, por ação, R$ 8,63. Para tanto, conseguiu recursos de até R$ 600 milhões com os três bancos.
As ações da IMC subiram 4,19% na sexta-feira (16) e fecharam a R$ 6,96 _ em relação a este valor, o prêmio oferecido aos acionistas na oferta será de 24%. A IMC não tem controlador definido e seus principais acionistas são Itaú (10%); Advent (10%); KAB Outer (7,8%); XP (5,1%), NEO (5%) e UV (5%).
A Abanzai vai pagar R$ 8 no dia da liquidação da oferta e os R$ 0,63 restantes três dias úteis depois, após ter sido equacionada uma operação de redução de capital que foi aprovada pela IMC em setembro passado. Se a oferta for bem-sucedida, a Abanzai já informa que vai apresentar nova proposta de combinação de negócios de ambas. Conforme informou Seu Dinheiro, a Abanzai vai votar na assembleia sobre a fusão, que deverá ser acompanhada por um comitê independente.
Na carta que enviou em resposta, a IMC afirma que em vez de publicar o edital da oferta, como pediu a CVM, a Abanzai falou apenas que irá lança-la “brevemente” e não cita a existência de recursos ou financiamento firme para a concretização do negócio. Sequer citou a instituição intermediária da operação _ segundo apurou Seu Dinheiro, será a Brasil Plural.
A IMC quer o prazo cumprido porque o anúncio de intenção de fazer a oferta pela empresa, seguido de uma possível combinação de negócios, faz com que a IMC tenha que “redobrar esforços para manter o curso normal de seus negócios e relações não só com seus investidores, mas também colaboradores, fornecedores e parceiros comerciais”. E isso tudo, diz, sem que se tenha sequer a certeza de que a Abanzai já assegurou os recursos financeiros para a oferta.
Fintwit sob investigação: CVM aumenta fiscalização sobre influenciadores de investimentos nas redes sociais
Com um aumento intenso de postagens de dicas relativas a investimentos na bolsa de valores no Twitter, a CVM abriu uma investigação acerca do universo da Fintwit
Petrobras (PETR4) diz que recebeu ofício da CVM sobre anulação de assembleia que elegerá novo conselho; entenda
A solicitação foi formulada pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) para suspender AGE da próxima semana
CVM edita regra que cria lâmina com informações resumidas para o investidor de IPOs e ofertas públicas
Xerife do mercado de capitais resolveu facilitar a vida das empresas com planos de captar recursos de investidores com um novo conjunto de regras para ofertas públicas; confira o que mudou
Xerife novo no mercado: João Pedro Barroso do Nascimento é nomeado presidente da CVM
Ele teve a indicação ao cargo aprovada em abril pelo Senado e deve ocupar o posto até 14 de julho de 2027
Oi (OIBR3) renegocia dívida multibilionária com a Anatel, alonga prazo e consegue um descontão
Além de repactuar dívida com a Anatel, Oi foi autorizada pela CVM a continuar operando abaixo de R$ 1 por mais 30 pregões a partir de 1º de julho
Maxi Renda (MXRF11) sobe após CVM recuar e encerrar polêmica sobre a distribuição de dividendos do fundo imobiliário
O FII é um dos destaques da indústria, que respira aliviada após a xerife do mercado de capitais reconhecer a regularidade do pagamento de proventos com base no “lucro caixa”
CVM recua e libera distribuição de dividendos do fundo imobiliário Maxi Renda FII (MXRF11) com base no ‘lucro caixa’ — relembre o caso
A xerife do mercado de capitais reconheceu “a existência de obscuridade e contradição” na decisão original
CVM rejeita oferta milionária dos irmãos Batista para encerrar processo envolvendo as contas da JBS (JBSS3); entenda
Acusados de abusarem do direito de seus cargos para aprovarem as próprias contas, os empresários ofereceram um total de R$ 6 milhões
Nelson Tanure entra na mira de investigação da CVM por suposto insider trading na compra da Alliar (AALR3)
Vale lembrar que o empresário, que já detinha cerca de 36% das ações da Alliar, tratou a compra diretamente com um grupo de 50 acionistas donos de 53% do capital social da empresa
E agora, Petrobras (PETR4)? CVM abre processo após demissão do general Silva e Luna; saiba o motivo da ação
Há cerca de um ano, a xerife do mercado abriu processo semelhante após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, pelo Facebook, o substituto do economista Roberto Castello Branco, então comandante da empresa
Leia Também
Mais lidas
-
1
Após prejuízo bilionário, CEO da Casas Bahia está “confiante e animado” para 2024 — mas mercado não compra ideia e ação BHIA3 cai forte na B3
-
2
Ação do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar desaba quase 50% na bolsa francesa em um único dia e vira “penny stock”
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha